Fanfic: Es todo sobre el dinero ~AyA [adp-finalizada] | Tema: Ponny

A chuva caia fria e intensamente, escorria por meu rosto e meu corpo, eu não me importava de estar tremendo com o frio, ou de estar totalmente encharcado. A única coisa que me importava era não tê-La, não estar com ela ali, ao meu lado olhando o túmulo de alguma outra pessoa, mas ela não estava ali ao meu lado, não... Ela estava na minha frente, deitada e escondida de mim.
Eu nunca mais veria seu sorriso, ouviria sua risada, nunca mais veria seus olhos brilhantes, nunca mais ouviria sua voz quando ela dizia me amar... eu nunca mais a veria.
Meus joelhos cederam e eu cai na grama encharcada, minhas mãos espalmaram na pedra fria de seu túmulo, as palavras ali gravadas não faziam jus a ela, ao que ela era... Era, nunca mais seria.
- Porque, Anahí? Porque você me deixou? – sussurrei para seu nome gravado no mármore branco. – Porque me abandonou? Nós tínhamos prometido que seria para sempre. Você não tinha esse direito de arrancar toda minha felicidade.
Dei um soco no mármore, a dor foi reconfortante, de certo modo ela – a dor – era minha mais nova companheira, e eu não a deixava ir.
- Eu te odeio Anahí. – eu disse para o mármore. – Odeio você por ter feito eu te amar cada dia da minha vida desde três anos atrás; te odeio por ter feito eu perder tempo ao programar passeios com você; te odeio por ter feito eu pensar em você cada dia, hora, minuto e segundo... Te odeio por ter me feito feliz e arrancar essa felicidade de mim.
Olhei para o céu tempestuoso, um relâmpago surgiu acompanhado de um trovão fazendo meu grito se tornar insignificante.
- Você não tinha esse direito. – eu disse entre soluços. – Você não podia.
Senti braços me abraçando, olhei para o lado e vi Pollito, olhei para o outro, Dulce me olhava preocupada, ela me abraçou com força.
- Eu a odeio. – eu disse para Dulce, que apenas balançou a cabeça. – Eu a odeio por tudo.
Senti Pollito me abraçando também e nós três ficamos ali, enquanto a chuva diminuía gradativamente. E eu permanecia falando a mesma frase.
- Eu a odeio.
A chuva torrencial se transformou em uma garoa, o céu havia clareado um pouco, mas nuvens ainda o encobriam. Minha mão agora latejava do soco, e meus olhos ardiam devido às lágrimas. O abraço de Dulce ainda permanecia firme em mim, e eu percebi que ela também chorava; Pollito já tinha se afastado havia um tempo, apenas observava nós dois.
Apoiei meu queixo no topo da cabeça de Dulce e deixei que as lágrimas ainda escorressem, sentindo a garota soluçar, e me abraçar com força. Após um tempo ela levantou a cabeça e me olhou.
- Eu sinto muito. – ela disse.
- Eu a amo, mais do que tudo, e nunca vou conseguir achar outro alguém para ocupar o lugar dela, nunca mais...
- Não vou dizer para você seguir em frente, pois seria muita hipocrisia, mas saiba que eu e o Pollito sempre estaremos aqui para você. – ela disse.
- Eu a amo, Dul. – eu disse e virei o rosto para olhar sua lápide. – Para sempre.

“Amor quando é amor não definha
E até o final das eras há de aumentar.
Mas se o que eu digo for erro
E o meu engano for provado
Então eu nunca terei escrito
Ou nunca ninguém terá amado.”
- Shakespeare