Fanfic: Es todo sobre el dinero ~AyA [adp-finalizada] | Tema: Ponny

Ucker estava lá, o sorriso no rosto dele sumiu assim que eu apareci. Tudo bem, nosso comportamento na noite da festa do Poncho e da Any, era estranho? Totalmente, mas ele estava bêbado e eu também, sem contar que havíamos decidido ignorar o que tinha acontecido antes. Mas agora tudo era diferente, ele estava ali na minha frente, com uma cara de quem se arrependeu do que fez e Anahí ainda estava convidando ele para jantar. Qual era o problema dela?!
- Vou terminar o jantar. – eu disse, querendo uma desculpa para sair da sala. Encontrei Pollito na cozinha. – O que está fazendo aqui?
- Sou claustrofóbico. – ele disse.
- Como é?
- Vai dizer que não percebeu o clima pesado lá na sala? Tava deixando o ambiente abafado e de repente a sala parecia pequena demais. – ele disse se abanando. Revirei os olhos.
- Você também percebeu que a Any está meio estranha? – perguntei, olhando a panela com o macarrão e mordendo o lábio.
- Estava preocupado com a minha claustrofobia. – ele disse.
Concordei com a cabeça, perdida em pensamentos. Meus melhores amigos eram os únicos que não faziam idéia do que havia acontecido. Eu sabia que fora errado esconder isso, mas era horrível demais, ou pelo menos eu pensava assim.
- Dulce! – ouvi Pollito gritar, me arrancando do devaneio.
- O que?
- Você estava queimando o macarrão. – ele disse. – E eu o salvei.
- Ah, obrigada. – sorri para ele. – Vá para a sala, eu vou arrumar a mesa.
Peguei os pratos e talheres indo para a sala, onde estava a mesa em que a gente jantava.
- Quer ajuda Dul? – perguntou Ucker.
- Não, eu consigo sozinha. – eu disse.
- Eu a ajudo. – disse Any.
Quando voltei para a cozinha, Anahí estava parada, apoiada na pia, me olhando.
- Eu não diria que isso é uma ajuda. – eu disse, tentando fazer piada, mas eu havia notado que ela parecia chateada com algo. – Aconteceu alguma coisa? Digo, você e o Poncho brigaram?
- Não, nós dois estamos bem. – ela sorriu rapidamente. – Não diria o mesmo de nós duas. – parei um momento, colocando dois copos, que eu havia pegado no armário, na mesinha da cozinha.
- Como assim?
- Quando você pretendia me contar que, no dia da festa, não era a primeira vez que você via Christopher Uckermann pessoalmente? – ela me olhou. – Ou melhor, quando você pretendia me contar que teve um caso com ele?
- Ah...
- Então? – Anahí disse.
- Quando eu estivesse preparada. – eu disse.
- Preparada? Para o que? – ela fez uma pausa. – Dulce, a gente se prepara para contar para os pais que está grávida, a gente se prepara para uma prova, para a nossa primeira vez. A gente não se prepara para contar à melhor amiga que está saindo com Christopher Uckermann! Muito menos depois que o relacionamento acabou.
- Você não entenderia.
- Então agora eu sou burra? – para variar, ela colocando palavras na minha boca.
- Não, é claro que não! – tentei consertar.
- Então o que é? Você não confia em mim? Ou confia, mas não o bastante para me contar que estava SAINDO COM CHRISTOPHER UCKERMANN! Até o Poncho sabe disso!
- Ele ficou sabendo hoje. – sussurrei.
- Dulce, qual é o seu problema? – ela perguntou.
- NADA! – disse, cansada disso tudo. – Eu confio em você! Confio muito, você não tem noção. E eu não disse o que aconteceu porque eu te conheço! Você ia querer consertar a situação, e mesmo que eu falasse você ia tentar consertar!
- E isso é motivo para não me dizer que estava saindo com Ucker?
- Não, isso é motivo para não te dizer o motivo que nós terminamos.
- Ah sim! Outro fato que você não me contou. – ela disse, dando uma risadinha sarcástica.
- PÁRA COM ISSO! – gritei. – Se você quer saber o que aconteceu pergunte a ele! Eu não vou dizer nada, porque agora é você que está me julgando errado!
- Você está sendo dramática.
- Eu? Desculpa Anahí, mas a rainha do drama aqui é você! – olhei para ela. – Eu nunca te dei motivos para não confiar em mim, nunca deixei de te fazer confiar mais e mais em mim, e o mesmo com você, então não venha me dizer que eu não confiei em você, porque eu confiei, e ainda confio muito, e se eu não te contei foi porque já era ruim o bastante ver nos jornais as notícias, e, pior, ver no espelho a minha cara de perdedora e fracassada. Eu não estou fazendo drama, estou apenas tentando me prevenir de ver minha melhor amiga me olhando com pena e dó. – ela abriu a boca para falar algo e eu a cortei. – Se você quer saber o que aconteceu, eu vou te contar, quando eu estiver preparada. Mas se você não quiser esperar, pergunte ao Christopher, já que em mim você parece não confiar mais.
Me virei para pegar os copos e sair da cozinha, na porta bati em Ucker, fazendo os copos e eu caírem no chão. Os copos se dividiram em milhares de pedaços, com os mais variados tamanhos, e se espalharam pela cozinha. Mexi minha perna e senti algo cortando minha coxa, pouco abaixo de onde o shorts que eu usava terminava. Suspirei tentando abafar a dor.
- Merda. – sussurrei sentando no chão.
- Dul, você esta bem? – Anahí se abaixou ao meu lado.
- Como se você se importasse. – eu disse e me levantei.
- Eu te levo para o hospital. – Ucker disse.
- Não precisa, foi só um cortezinho.
- Já olhou para a sua perna? – ele perguntou. Não, eu não havia olhado, porque eu sei que desmaiaria. – Vamos, eu te levo.
Entrei no carro de Ucker, decidida a não conversar com ele, o caminho para o hospital era curto.
- Você quer conversar? – ele perguntou.
- Não. – eu disse com a voz rouca, percebendo que estava chorando. – Desde quando estou chorando?
- Começou assim que saímos da sua casa. – ele disse. – O machucado está doendo?
- Não, é por causa do que aconteceu antes do corte. – eu disse. Olhei pela janela, as palavras que Anahí dissera rodando em minha cabeça.
- Você quer falar sobre isso?
- Talvez, depois que minha perna parar de sangrar. – eu disse. Não sabia por que estava concordando em falar com Ucker, mas me pareceu bom.
- Como quiser. – ele disse.

- E foi isso. – eu disse, dando uma mordida no lanche.
Ucker me levou a uma lanchonete, meio afastada de tudo – entenda como dos fotógrafos e fofoqueiros – e eu já havia contado sobre a minha briga com Anahí.
- Só uma dúvida. – Ucker disse. – Porque não contou a ela, nem ao Pollito, sobre o que aconteceu?
- Na época eu estava meio abalada e tudo mais, não consegui ter coragem de dizer, e depois todas aquelas matérias nos jornais, só piorou a situação. Não conseguiria olhar para ela, ou Pollito, e ver que eles sentiam pena de mim. O tempo foi passando, e eu acabei superando, e ai já parecia sem importância, e eu nunca pensei que algo pudesse trazer isso à tona. – ele me olhou, desviei o olhar, tentando esconder as lágrimas.
- Me desculpa, por tudo. – ele disse, parecia sincero.
- É passado, hoje não tem mais importância. – eu sorri. – O Eddy parece ser bem legal.
- Ele é, e vai dar conta de você. – ele disse, me fazendo rir. – Amigos de novo?
- Claro, porque não? – sorri.