Fanfic: Es todo sobre el dinero ~AyA [adp-finalizada] | Tema: Ponny

Sendo realista? Eu gostei de conversar com Ucker, de certa forma foi bom e me ajudou a pensar e me decidir sobre o que fazer – eu contaria à Any e Pollito tudo o que acontecera.
Ucker me deixou na porta de casa, sorriu quando eu lhe disse tchau e foi embora logo depois. Percebi que Poncho também tinha ido, mas eu duvidava muito que Anahí tivesse ido junto com ele.
O machucado em minha perna incomodava um pouco, o médico que cuidara dele me deu recomendou um remédio caso eu sentisse dor, eu esperava não ter que tomar – comprimidos não são meu forte.
Abri a porta de casa e vi Pollito e Anahí sentados no sofá, a televisão estava ligada em um canal qualquer e em um som muito baixo para que eles ouvissem. Respirei fundo enquanto fechava a porta, tinha que fazer isso, eles eram meus melhores amigos, e eu precisava deles do meu lado e, principalmente, Anahí precisava de mim, ou precisaria no futuro, nós três sabíamos disso.
Coloquei minha bolsa, no canto do sofá de dois lugares – Any e Pollito estavam no de três – e sentei. Pollito colocou a televisão no mudo, como se o som dela não estivesse baixo o suficiente, e Anahí me olhou, um sorriso fraco no rosto.
- Como está sua perna? – Pollito perguntou.
- Bem. – eu disse e olhei para Anahí. – Me desculpe, por, bem, por mais cedo. Eu não devia ter te falado tudo aquilo, e deveria ter falado para você, ou melhor, para vocês o que aconteceu.
- Esquece isso. – ela disse e sorriu.
- Nunca é tarde demais para contar. – Pollito sorriu e piscou para mim, eu podia imaginar a curiosidade que ele estava sentindo para saber tudo.
- É, eu vou contar senhor curiosidade! – nós rimos. Respirei fundo novamente, tentando conter as lágrimas que viriam quando eu começasse. – Ucker e eu começamos a sair no final do ano passado. Ele pediu segredo, porque não queria que ficassem me perseguindo, e queríamos ter certeza do que estava acontecendo. Éramos felizes, isso eu digo com toda a certeza, Ucker nunca me deu motivos para que eu desconfiasse dele, nem nada do tipo.
“Nós saiamos, despistávamos os fotógrafos, e íamos a lugar pouco conhecidos e movimentados, não chamávamos atenção nem nada do tipo. Nos comportávamos como um casal qualquer.
“Prometemos que não contaríamos a ninguém, nem a nossos amigos. Ele cumpriu a parte dele, não contou a Poncho nem a Angel, e eu não contei a vocês. Era complicado esconder, mas era fácil, principalmente naquela época. Eu estava com trabalhos e provas finais do semestre na escola, e tinha várias desculpas para sair e ficar fora por horas.
“Mas algo começou a dar errado. Ucker começou a se afastar de mim, era quase imperceptível para quem nos via juntos antes, mas eu percebi, e muito. Combinei de conversar com ele para conversarmos sobre o assunto. E foi ai que tudo desabou.”
Parei por um momento, mordendo o lábio com força, sentindo as lágrimas se acumularem em meus olhos. Anahí e Pollito me olhavam atentos, não havia pena nos olhos deles... ainda.
- Íamos nos encontrar de noite, em uma praia que costumávamos ir. Ela era afastada de tudo, e ninguém ia lá durante o dia, muito menos a noite.
“Durante toda a semana que antecedeu o encontro, eu comecei a passar mal, tinha enjôos de tudo o que via e sentia o cheiro. Pensei que estava muito ansiosa, ou muito doente e fui ao médico.
“Cheguei ao local do encontro com Ucker, ele já estava lá. Apesar do assunto da conversa ser complicado, eu estava feliz. Ucker me perguntou o que eu tinha para estar tão feliz, e acabei contando a ele o que o médico me contara.
“Eu estava grávida, e o Ucker, obviamente, era o pai. Achei que a notícia seria boa para ele, que nos ajudaria a recuperar nosso namoro. Mas Ucker não ficou feliz, a verdade era que: eu não estava enganada, ele realmente estava se afastando de mim.
“Ele me disse que estava saindo com outra pessoa, que ela era tudo o que ele imaginou em uma mulher para ficar ao lado dele sempre. Estava apenas pensando em um bom motivo para terminar tudo comigo, e faria naquela noite. Quando o lembrei do bebê, ele me disse que não o aceitaria, que não o assumiria, que isso só faria com que a situação dele com a tal da mulher piorasse, e ele não queria isso.
“Perguntei a ele o que faria com o bebê, ele disse que não se importava e que eu podia fazer o que quisesse.
“Sai de lá chorando, odiando Christopher Uckermann mais que qualquer outra pessoa.
“O médico disse que eu já estava indo para o terceiro mês de gravidez.
“De qualquer forma, eu acabei perdendo o bebê em um aborto espontâneo. No começo eu culpei Paul por isso, afinal eu fiquei muito mal com tudo o que acontecera. Mas o tempo foi passando e eu percebi que tinha que acontecer, eu não conseguiria cuidar de um bebê sozinha, mesmo que tivesse o apoio de vocês.
“E foi isso o que aconteceu.”
Terminei a história com um suspiro. No sofá, Anahí e Pollito estavam em silêncio, suas expressões eram um misto de dó, surpresa e horror, era até engraçado. Anahí foi a primeira a falar.
- Agora entendo porque você não disse nada. – ela sorriu para mim.
- Para melhorar, algumas semanas depois do término do namoro, saiu a notícia de que Ucker estava namorando. – eu disse. – Foi difícil na época, e poderia ter sido mais fácil se eu contasse para vocês, mas eu não consegui. As lágrimas vinham até quando eu ouvia o nome Ucker. E vocês sabem que lá na minha sala tem uns dois Ucker. – eu sorri.
Pollito levantou e sentou ao meu lado, me puxando para um abraço. Senti Anahí se juntando a nós, e depois lágrimas escorriam de meus olhos. Mesmo sendo passado, e eu tendo superado tudo, eles ainda me reconfortavam.
- E agora está tudo bem entre vocês? – Pollito perguntou depois que nos separamos.
- Sim, eu acabei perdoando-o pelo que aconteceu. – sorri. – Como dizem, a gente não escolhe por quem se apaixona.
- Me desculpe por ter pensado que você não confiava em mim. – Anahí disse. – Fui infantil e besta.
- Você tinha motivos. – sorri para ela.

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