Fanfic: - Ingenua - d&c

Acordei no dia seguinte decidida a chamar a atenção dele. Já era um ótimo começo, no dia anterior ele tinha me notado. Só não sabia se isso era bom ou ruim.

- Bom dia mãe. – passei por ela já pronta para ir a escola. Ela me olhou com um sorriso

- Bom dia, filha. Oh, fazia tempo que não te via com esse sorriso no rosto e tão animada.

- Sim, hoje será um grande dia. Espero.. – suspirei tomando um pouco de suco

- Algo que queira me contar?

- Acordei inspirada, mãezinha. – me levantei e lhe dei um beijo na testa – Já vou indo.

- Mas nem comeu direito, Dulce.

- Como algo na escola, mãe. Até mais tarde. – Caminhei até o colégio, fazia calor, mas ainda tinha aquele vento da manhã.

Ainda estava cedo, e não tinha muita gente na escola. Fui até a sala e deixei a bolsa na minha mesa. Tinha que encontrar algo pra passar o tempo. Fui até a biblioteca e procurei um dos livros que Poncho havia comentado.

- Bom dia, senhorita Saviñón. – novamente senti o calafrio percorrer a espinha. Me virei e o encontrei sorrindo, de braços cruzados e encostado a uma das prateleiras. Como ele sabia o meu nome?

- Bom dia. – quase gaguejei e respirei fundo tentando não parecer tão nervosa.

- Algum livro em especial? – olhei o livro que tinha nas mãos e neguei com a cabeça

- Não, ainda não encontrei algum que considere interessante.

- Vejo que tem um grande potencial.. – o encarei confusa – Me parece ser bastante intelectual. Andei olhando suas notas.. boas qualificações. – concluiu. Eu estava surpresa o bastante pra perder a fala.

- Oh não. –  consegui dizer e  olhei novamente o livro nas mãos – Apenas me esforço. – forcei um sorriso e senti o coração quase sair pela boca quando ele se aproximou e segurou meu braço. Tinha o rosto bem próximo do meu, podia sentir o hálito quente. A única coisa que eu queria era retomar a força das pernas.

- Te vejo na aula. – sussurrou sem tirar os olhos dos meus, e me soltou indo em  direção a porta. Não sei por quantos minutos permaneci ali, sem reação.

Não sei como encontrei o caminho até a sala, repetia a cena milhões de vezes na mente, e a cada segundo o nervosismo aumentava. Em um momento eu queria descobri-lo e no outro eu queria fugir dele, era simplesmente confuso. Mas uma coisa era certa, Christopher me dava medo, e não era só isso.

- Gatinha, onde você estava?

- Eu, er.. – pensei ainda nervosa e cocei a nuca – estava na biblioteca.

- Hum. Parece que a noite do professor foi ótima – gargalhou com Anahí – Reparou em como ele está “soltinho” hoje? – foi a primeira vez que resolvi olhar para o Christopher naquele dia, e me arrependi logo depois. Ele me olhava, e eu não conseguia desviar o olhar, mesmo que estivesse tremendo dos pés a cabeça e com o coração disparado pelo medo.

- Amiga, aconteceu alguma coisa ? – foi a vez de Anahí, apenas neguei com a cabeça ainda com o olhar preso ao dele

- Nada. – finalmente ele desviou o olhar e então pude dizer algo.

A aula ocorreu normalmente para todos os outros alunos, eu sequer ouvia o que estava acontecendo a minha volta. O sinal tocou e ele me lançou um último olhar antes de sair, percorri o olhar por todo aquele corpo e algo me fez perder a respiração. Ele me chamou disfarçadamente com a mão. Oh céus!

Fiquei alguns segundos sem reação. Quase que involuntariamente, me levantei e saí da sala. Ouvia ao fundo as vozes de Anahí e Zoraida me gritando algo como “ Onde você vai?” e “Está louca?”, mas eu não voltei. E talvez aquele tenha sido o meu erro.

Continuei caminhando, mas eu já não o via, e não sabia exatamente pra onde ir, eu não sabia nem o porque de eu estar ali.

Levei um baita susto quando alguém me agarrou pela cintura e tapou minha boca com a outra mão. Senti os pés saírem do chão e a única coisa em que pensei foi gritar, mas como?!

- Fique calma, sou eu. – ele sussurrou no meu ouvido então parei de me debater. Ele me colocou novamente no chão. Já estávamos numa sala no fim do corredor. Me apavorei quando ele se afastou de mim e trancou a porta. O que diabos eu estava fazendo ali?

- Christopher – tentei falar mas ele me cortou, se aproximando em 2 segundos e me abraçando novamente pela cintura.

- Quietinha, senhorita Saviñón. – ele tinha a voz mais rouca, se ele não estivesse me segurando eu poderia jurar que iria cair naquele momento. – Acho que já se deu conta de que me interessei muito por você. – alisou meu rosto com um dedo, e contornou meus lábios com o mesmo.

- O que você quer? – sussurrei sem forças pra falar e ele deu um sorriso torto