Fanfic: Magic | Tema: The Wanted, One Direction

                - Não vi não. – ele foi seco.

                - Se ver, pode falar que preciso falar com ela?

                - Claro...

                As lágrimas pularam do meu olho, quando ele fechou a porta Nathaniel veio até o banheiro e encontrou a cena. Eu sentada no chão chorando igual uma criança. Ele me pegou no colo e me colocou na cama e me abraçou. Chorei até dormir. Chorei até não ter forças. Quando acordei Nathaniel não estava do meu lado e o quarto estava escuro.  Procurei o abajur e quase gritei ao ver Nathaniel sentado no sofá.

                - Por que está ai? – perguntei baixinho.

                - Preferi deixar você com a cama... – ele sorriu.

                - Deixa de ser bobo, tem espaço aqui, anda.

                - Não.

                - Vem ou vou te arrastar até aqui. ANDA!

                - Nossa estou morrendo de medo. – ele não se levantou e então levantei.

                - Vem logo...

                - Não – ele riu e peguei a mão dele puxando-o.

                - Nathaniel, deixa de ser criança.

                - Não sei o que vou fazer se eu deitar naquela cama com você... – Não esperava por isso.

                - Se você não deitar naquela cama vou ser obrigada a puxar uma cadeira e sentar ao seu lado.

                - Tudo bem – ele revirou os olhos e se levantou.

                - Isso... – ri e deitei na cama, logo ele veio.

                - Vai dormir aqui?

                - Não sei... Que horas são?

                - Sete...

                - Já? Nossa... As meninas devem estar uma fera porque furei com elas... Posso ficar aqui essa noite?

                - Claro. Vai dormir com essa roupa?

                - É ela ou nada.

                - Se quiser te empresto uma blusa e um short...

                - Por mim tudo bem. – que bom que ele ofereceu, odiava dormir de jeans.

                Ele me jogou a roupa e fui para o banheiro me trocar. Me olhei no espelho e estava com uma cara péssima, precisava parar de chorar. O banheiro dele era arrumado, tinha uma toalha azul pendurada, me controlei para não cheirar ela, o cheiro dele era muito bom. Ele gostava de azul, muitas coisas aqui eram azuis. Troquei de roupa e voltei para o quarto. Ele estava com uma calça de moletom cinza e uma blusa de manga curta da mesma cor. Ele tinha me dado um short verde, que claro, estava largo e uma blusa azul claro.

                - Não costumo dormir de blusa, mas hoje abro uma exceção. – ele sorriu ao me ver.

                - Não me importa. Uma coisa é você dormir sem camisa, outra sou eu né... – me deitei novamente perto da parede, queria vê-lo sem camisa.

                - Seria interessante... Mas é melhor eu continuar com a camisa.

                - Está com medo de que?

                - Nada – ele sorriu.

                - Você é tão misterioso...

                - Você também é – ele apoiou a cabeça na mão e ficou me olhando.

                - Está com sono?

                - Não. E você?

                - Não.

                - Está com fome? – ele perguntou.

                - Não... – não estava mesmo.

                - Mas vai comer... Comprei uma coisa enquanto dormia, não sei se gosta.

                - O que?

                - Yakisoba?

                - HM amo, mas não estou com fome Nathe.

                - O que conversamos? Você vai comer...

                - Chato. – sabia que era uma discussão inútil, ele se levantou e pegou duas caixinhas que estavam na mesa.

                - Garfo?

                - Por favor... – quando senti o cheiro me deu uma pequena fome.

                Quando abri a caixinha e o cheiro ficou mais forte, percebi que estava morrendo de fome. Era de frango e estava uma delicia. Comi a caixa toda, parecia que era pouco, mas não era. Estava comendo ainda quando Nathe terminou o dele, mas um pouco e acabei.

                - Estava com fome – ele disse.

                - Estava – acabei admitindo.

                - Você sabia que Nathan estava batendo na porta. Como?

                - O ouvi chegando. Ele vai terminar comigo amanhã...

                - Sério?

                - É. Ele disse que não podia mais fazer isso, que eu não merecia e que ia terminar tudo.

                - Sinto muito.

                - Não sinta, é melhor assim... Eu acho.

                - Não comece chorar de novo... – ele me fez rir – Não sei o que fazer quando você esta chorando.

                - Não precisa fazer nada... – sorri sem jeito e encostei a cabeça na parede olhando para o teto.

                - Quer fazer o que?

                - Quer mesmo saber?

                - Quero...

                - Deitar e chorar – ainda olhava fixamente para o teto – Mas não posso, porque se eu fizer ele ganha.

                - Seu celular não para de tocar, ou atende os desliga... – ele riu.

                Levantei da cama e peguei meu celular, nossa. Tinha cinquenta e cinco chamadas e vinte mensagens. Trinta chamadas eram das meninas e o restante do Nathan. Tinha dez mensagens delas perguntando onde eu estava, porque não atendia e por ai vai. Elas estavam com raiva, não tirava a razão. Tinham cinco do Nathan, perguntando onde estava, com quem estava, o que tinha acontecido, que estava preocupado e implorando para eu atender. E cinco sem numero, claro o que faltava.

                “O que será que aconteceu com a diva maravilha?” – Em anexo uma foto minha com Niall quando ele me contou e eu estava chorando. “Será que ela descobriu o segredo sujo da Dionne?” – Uma foto do Nathan e da Dionne no lago se beijando. “Se escondendo do namorado... Até quando?” – Foto quando estávamos atrás do prédio. “É o que dizem... Tudo que é bom dura pouco, mas será que era bom?” e a ultima, “Namorado desesperado, amigas desesperadas, cadê Cinderela?”. Digitei uma mensagem rápida “Estou bem. Não se preocupem.” E mandei para todos igual e desliguei o celular.

                - Tudo certo? – ele perguntou.

                - Quase isso. Estão todos preocupados de onde estou. E a VF não ajuda...

                - VF?

                - Vadia fofoqueira – ri comigo – A B. que manda mensagens... Descobri quem é a da aposta...

                - Quem?

                - Dionne... Tem uma foto dos dois se beijando no lago, tem data na foto, o dia que fiquei jogando com Niall...

                - E como está lidando com tudo isso? – ele perguntou enquanto eu voltava para cama e deitava.

                - Me pergunte semana que vem... – dei um meio sorriso.

                - Quer fazer o que?

                - O que você quer?

                - TV? – ele sorriu – Não sei... Sempre me da sono...

                - Sabe o que eu quero?

                - Que eu fique quieto?

                - Não – ri disso – Chocolate. Você não tem escondido no armário não né?

                - Não, mas posso comprar se quiser, sei que quer ficar sozinha...

                - Adoraria ficar meia hora sozinha... – sorri para ele.

                - Tudo bem – ele se levantou foi ao banheiro trocar de roupa e voltou com uns jeans e suéter. – Aqui – ele me deu a chave – Caso queira sair, vou trancar para que ninguém entre.

                - Obrigada. – sorri e deixei a chave do lado da cama.

                - Quer mais o que?

                - Hm – olhei em volta e vi um frigobar – Sorvete? E quem sabe biscoito recheado?

                - Anotado. – ele sorriu – Volto em no máximo uma hora. Aproveite. – ele piscou e trancou a porta.

                Enfim sozinha. O que fazer? Chorar? Talvez... Fuçar? Dim Dim, temos um vencedor. Esperei uns dez ou quinze minutos e comecei a olhar as coisas. Ele tinha um Xbox 360, uma TV grande, não entendo de TV, polegada ou tipo, para mim é tudo TV. O frigobar tinha, HM, cerveja, o armário dele era bem arrumado, comparado ao meu. Ele gosta de tons pasteis. Azul, verde... E tinha roupas pretas, cinzas e uma blusa rosa claro no fundo da gaveta, acho que ele não gostava dessa.

                No meio das roupas tinha um caderno, peguei e abri. Sou curiosa sim. Uau... Não podia ser, ele também tinha poderes, e nesse livro tinha feitiços, alguns já tinha visto e até usado, mas a maioria não. Devia ser da família dele. Queria contar que sou também, mas não poderia revelar minhas amigas. Guardei o livro onde estava e continuei mexendo. Achei um caderno perto da cama e peguei para ver a letra dele.

                Não era caderno para a faculdade... Eram desenhos. Nossa, ele desenhava muito bem. Passei as folhas, tinha Stanford, pareciam algumas pessoas conversando, a casa beta de lá, a daqui. Tinha uma imagem minha com Nathan na piscina. Estávamos tão felizes, o que mudou desde aquele dia? E depois tinha algumas minhas, sorrindo em sua maioria, mas tinham duas diferentes, uma eu estava com raiva e a outra chorando. Ele desenhava tão bem que eu até ficava bonita chorando.