Fanfic: Magic | Tema: The Wanted, One Direction

                - Manu... – alguém me chamou, mas não queria falar com ninguém. – Manu, sou eu Camila. Fala com a gente.

                - Me deixem – disse com o rosto no travesseiro.

                Depois de um tempo elas me deixaram em paz. Não queria sair daquela cama jamais. Como ele podia fazer isso comigo? Tinha alguma coisa ali, ele estava escondendo algo. Ele não era do tipo que fazia isso, não comigo, não depois de ter me contado tudo que contou. Estávamos tão bem, quando eu estava com ele eu me sentia bem. E agora... Agora acabou.

                Fiquei uma semana trancada dentro do quarto. Levantava para tomar banho, beber água e ir ao banheiro, apenas. Quando elas me perguntavam eu não respondia nada. Não queria falar.

                - Manu. Chega disso. Somos suas amigas e vamos te tirar de casa. – Karlla disse.

                - Anda – Camila disse enquanto Lari pegava alguma coisa no meu armário.

                Ela pegou uma blusa preta com estampa de coração no meio, que irônico, e a calça jeans. Vesti contra minha vontade, ajeitei meu cabelo e coloquei um casaco de moletom preto da GAP, ainda era inverno. Provavelmente congelaria lá fora com essa roupa, não era uma má ideia. Elas me arrastaram para fora, o frio estava de rachar, mas não fazia diferença. Estávamos dentro do taxi e acho que estávamos indo para alguma festa.

                - Onde estamos indo? – enfim falei.

                - Sabe falar ainda é? – Lari falou. – Estamos indo para a festa de Yale.

                - Ah.

                Ótimo, todos estariam lá e não estava afim disso. Assim que chegamos já estava cheio. Sai do taxi por pura obrigação e ouvi todos falando de mim. Só queria entrar, sentar e quando elas não estivessem olhando eu iria embora. Quando estávamos entrando um comentário me chamou atenção.

                - Fiquei sabendo que ela e Nathaniel terminaram. Por isso ela está com essa cara.

                - Me disseram que ele pediu transferência...

                Ah não... Não, não ,não. Ele foi embora. Tinha que ser mentira, que ele esteja ali dentro. Entrei e procurei por ele, sai de perto delas e dei uma volta. Não o achei, nem ele e nem Nathan. É claro que eu tinha que escutar toda hora um “nossa o que aconteceu com ela?”. Depois de uns vinte minutos procurando olhei em volta e elas não estavam ali perto e então sai. Peguei o taxi e voltei para o campus.

                Procurei na minha bolsa a chave do quarto dele e achei. Entrei nos betas, abri a porta e ele não estava lá. Não tinha nada além dos moveis. Sentei na cama e comecei a chorar. Eu não acredito que ele tinha ido. Não podia. Estava deitada na cama quando vi o caderno dele em baixo do armário. Peguei-o e abri.

                Ele tinha deixado para trás, se eu o conhecia não tinha sido acidente. Ele sempre foi cuidadoso com isso. Abri e caiu uma carta, dentro só tinha um desenho, o nosso. Abri a carta e tinha uma foto, a que tiramos na cama. Sorri ao vê-la ali. Estava tão concentrada na foto que por um minuto esqueci a carta. Olhei para ela e sua caligrafia perfeita desenhava o papel.

                “Manu, sei que achou isso. Provavelmente por ter deitado na minha cama. Sinto muito ter partido. Tive que fazer você acreditar em tudo. O fato é que eu estou para explodir a qualquer momento. Acompanhei seu pai e foi a mesma coisa. Não quero você perto quando isso acontecer, ele quase matou sua mãe. Se eu te machucar jamais me perdoaria. Na verdade não vou me perdoar. Sei que te machuquei ao dizer aquilo, eu não queria, mas era o único jeito.

                Não vá atrás de mim, prometo que quando eu estiver controle eu voltarei. Não faça nada estupido e principalmente não ative sua magia negra. Por mais tentador que possa parecer agora, não faça. Quando você fizer vão vir pessoas atrás de você. Elas vão querer te matar. Não faça isso, eu vou voltar. Não esqueça que eu te amo.”

                Ele se foi... Ele se foi para me proteger. Idiota. Por que ele fez isso comigo? Deitei na cama e fiquei ali segurando a carta em minhas mãos. Depois de um tempo levantei e fui andando de volta para a casa theta. Entrei no quarto, guardei a carta, o desenho e a foto. Peguei meu celular e liguei para ele. Tocou até cair na caixa postal.

                - Volta? – disse entre lágrimas – Eu não me importo como você vai estar só quero você aqui. Por favor.

                Desliguei e fiquei ali na cama. Algumas horas depois alguém bate na porta. Levantei correndo, podia ser ele, tinha que ser ele. Quando abri a porta minha animação voltou a zero.

                - Oi – disse Klaus na minha porta.

                - Oi – tentei sorrir, nem toda sua gloria hoje me faria feliz.

                - Podemos conversar?

                - Claro... – disse saindo e sentando no banco e ele ao meu lado.

                - Soube que Nathaniel saiu... – estava muito frio, mas era bom. A dor física estava superando a psicologia. Concordei e ele prosseguiu. – Você não deviam ter entrado nesse assunto ainda, mas eu sou irmão dele.

                - Você também é um... – me assustei.

                - Você estava fazendo um trabalho incrível com ele...

                - Pena que ele não pensa assim... – abracei minhas pernas.

                - Ele precisa ficar um tempo sozinho, a coisa vai ficar feia daqui a pouco com ele...

                - Eu não ligo. Pode ser que meu pai tenha tentado matar minha mãe, mas eu conheço Nathaniel ele jamais faria isso comigo. E minha mãe não tem o poder que tenho.

                - Ele é mais forte Manu. Apesar de eu ser mais forte que ele...

                - Que diferença faz? Ele se foi...

                - Você pode encontrar ele se realmente quiser.

                - Como?

                - Terá que descobrir sozinha – ele se levantou – uma dica... Seu livro deve ter a resposta. – dizendo isso ele saiu.

                O frio já estava ficando insuportável, entrei e peguei meu livro. Estava com uma marcação. Não o pegava desde... Desde quando Nathaniel apareceu. No rodapé “Quando não se consegue entrar na mente de uma pessoa significa duas coisas ou ela usa magia negra ou é um vampiro.” Vampiro? Era piada isso? Comecei a folhear, mas o livro era grande. Acabei dormindo pouco menos da metade.