Fanfic: Magic | Tema: The Wanted, One Direction

                - Mas se quiser que eu volte, tem um jeito. Perigoso, exige muito de você, mas tem um jeito.

                - Do que está falando? – estava assustada.

                - Você pode me trazer de volta.

                - Não, não pode – Claire apareceu e afastou Nathan de mim. – Lembra de mim amiga?

                - O que faz aqui?

                - Só tirando de você o que você tem. Você podia ter me salvado, mas não fez nada. NADA – ela gritou.

                - Você tinha sumido. Procuramos por horas.

                - Eu gritei por socorro.

                - Você se afogou Claire. Você quis mostrar que era melhor e se afogou. Não foi culpa nossa.

                - Eu estava do seu lado dizendo onde me achar, do seu lado gritando socorro e você não me ouviu. Como pode o ouvir dizendo para deixa-lo ir? Apesar de ele ter sido um completo idiota com você, você continuou amando ele. Você nunca desistiu e agora eu consegui o que queria. Você NUNCA mais vai poder vê-lo.

                - NÃO! – gritei e acordei deitada na minha cama, estava suada e ofegante.

                - O que foi? – as três se assustaram e correram em minha direção.

                Balancei a cabeça e fui ao banheiro. Olhei no espelho e tudo que vi foi um rosto, pálido, com gotículas de suor descendo e cara de assustada. Tirei a roupa e entrei no chuveiro, me encostei-me à parede e escorreguei até o chão me sentando e chorando. Não sabia como conseguia chorar ainda, depois de tanto que chorei. Abracei minha perna e fiquei ali em baixo da água olhando para a parede.

                - Manu... – alguém bateu na porta. – Abre ou vou arrombar essa porta – era Nathaniel. – de repente a porta bateu e Nathaniel olhou assustado em volta me encontrando no chão do box. – Manu... – ele tirou o sapato e entro de roupa desligando o chuveiro. – Vem... – ele jogou a toalha por cima do meu ombro e esticou a mão. – Por favor... – virei o rosto para a outra parede. – Que merda Emanuela. – Ele me enrolou e me pegou no colo me sentando sobre a tampa do sanitário. – Fala alguma coisa, por favor. – Olhei para as três que me olhavam da porta.

                - Vamos deixar vocês a sós – Camila disse encostando a porta.

                - Manu. Olha para mim.  Sei exatamente o que esta passando. Melhor do que ninguém eu sei, preciso que confie em mim.

                - Ele se foi – enfim consegui dizer algo. – Para sempre.

                - Lembra quando te falei do lado positivo disso tudo? – balancei a cabeça – Está na hora de começar a usar o lado positivo disso. Você tem que... Esquecer o que sentiu por ele – balancei a cabeça negativamente – Mas você precisa.

                Nathaniel percebendo que nada adiantaria se levantou, me deu um beijo na testa e saiu. Recuperei o pouco da força que tinha e troquei de roupa, voltei para a cama e todas me olhavam. Olhei no relógio e já era quatro da manhã. Apaguei a luz e virei para o lado fingindo dormir.

                Acordei duas horas depois, nossa aula hoje seria somente dez da manhã. Troquei de roupa colocando uma legging, blusa e tênis de corrida e sai pela porta com os fones de ouvido. Percebia todos os olhos em mim e ignorei todos. Alonguei perto da arquibancada e comecei a corrida.

                Antes de dormir tomei a decisão de esquecer. Não sentia mais nada, não sentia mais dor, felicidade, amor, nada. Eu estava uma pedra sólida, assim do dia para a noite, ou melhor, em menos de duas horas. Quer dizer, me sentia bem, feliz e acho que conseguiria sentir muita raiva. O vento vinha de encontro ao meu rosto e aquela dor que sentia ontem era apenas uma mera lembrança.

                Voltei para o quarto e elas já estavam de pé. Me olharam como se eu fosse uma assombração, balbuciei um “Bom dia” e fui tomar banho. Sai com a roupa para aula, peguei minha bolsa e sai pela porta. Logo atrás veio Karlla correndo.

                - Manu! – ela me alcançou. – Como está?

                - Bem – sorri.

                - Ahn... Acordou cedo hoje...

                - É. Precisava correr...

                - Manu – ela parou – Que roupa é essa?

                - A minha...

                - Não é assim que costuma se vestir.

                - A antiga eu.

                - Sério? Shortinho e um tomara que caia? Parece uma piranha.

                - Que bom – olhei para ela e continuei andando.

                Naquela noite Wesley mandou uma mensagem me mandando encontrar com ele não muito longe dali. Sai de fininho do quarto e fui. Quando cheguei ao lugar eles ficaram impressionados que eu realmente fui, eles agora tinham certeza de que eu era filha de quem eu era... Quando ativei meu poder todos puderam sentir isso, até mesmo minhas amigas.

                - Pensei que não viria... – Wesley sorriu.

                - Não tenho mais nada a perder...

                - Parece que alguém descobriu a capacidade de não sentir nada.

                - O que vocês querem?

                - Você. – Ross disse.

                - Do nosso lado. – Keaton completou.

                - Com uma condição...

                - Qual? – Wesley me olhou curioso.

                - Quero saber quem matou meus pais...

                - Não sabemos... – Drew respondeu.

                - Nunca o vimos – Ross se explicou. – Ele aparecia, falava o que devíamos fazer, mas nunca vimos seu rosto...

                - Mas ouviram a voz...

                - Sim. – Keaton respondeu.

                - Será que posso? – olhei para ele e ele confirmou.

                Keaton se lembrou do dia que se encontraram, ele dando as ordens. Aquela voz era familiar, eu conhecia aquela voz, mas de onde? Tentei puxar da memoria, mas nada vinha. Sabia que aquela voz me confortava, mas não conseguia me lembrar.

                - Manu – Nathaniel entrou na sala.