Fanfic: Magic | Tema: The Wanted, One Direction

                O semestre passou e entre festas e curtições tínhamos provas e lidar com a fofoca alheia. Nathaniel havia sumido depois do que tinha te falado, eu tinha voltado a dividir o quarto com minhas amigas e elas começavam a me aceitar do jeito eu estava. Karlla e Thomas decidiram dar um tempo, eles brigavam mais do que gato e rato. Niall havia sumido, ninguém sabia dele e estava ficando mais do que preocupada.

                - Max Irons me chamou para sair hoje – Karlla disse sentada na cama encarando a parede.

                - E...? – Camila perguntou animada.

                - Não sei. – ela respondeu triste – Eu gosto do Thomas, apesar das brigas... O que vocês acham? – continuei a lavar a louça e fingindo não ouvir.

                - Sair não mata ninguém – Lari disse na defensiva.

                - O que acha Manu? – Senti os olhos de Karlla nas minhas costas.

                - Bem, se você quer sair, saia... Se for para se sentir culpada não.

                - É – ela disse mais para si do que para nos três no quarto.

                No final Karlla decidiu sair para saber quais era seus reais sentimentos, por Max Irons e por Thomas. Voltou saltitando do encontro, ele a levara para um jantar chique e depois foram para um motel cinco estrelas, com banheira e tudo mais.

                É claro que logo Thomas ficou sabendo do encontro e ficou revoltadíssimo. Teve direito a barraco e briga entre os dois, separados por George. Max saiu com um nariz quebrado, olho roxo e acho que mais partes roxas e Thomas saiu com um olho também roxo, o nariz sangrava, mas não estava quebrado. Fui ajudar ele enquanto Karlla ajudava Max I.

                - Não entendo Karlla... Em um momento ela me ama e depois sai com o novato... – ele disse enquanto eu cuidava de poucos cortes na testa e braço.

                - Acho que ela esta confusa... Não entendo bem isso...

                - Isso o que?

                - Ou eu sinto, ou eu não sinto... Sou direta, ou quero, ou não.

                - Mas... Você acha que Karlla gosta de mim?

                - Acho... Mas Karlla também gosta do Max, e sente ciúmes do Louis, ela é complicada, talvez a mais complicada de nos quatro...

                - Manu... Quer sair comigo?

                - Quê?

                - Só para a Karlla ver como é... Eu saindo com outra pessoa...

                - Olha, eu realmente não me importaria, digamos que não tenho sentimentos como remorso ou culpa, mas ela é minha amiga, apesar de tudo o que passei ela continuou sendo...

                - Não estou dizendo para sairmos como casal, mas como amigos... Pode levar Kelsey se isso for reduzir o impacto na amizade de vocês... Eu levo Max.

                - Tudo bem – ri com a situação.

                Na noite seguinte avisei que estava saindo com Thomas, Kelsey e Max. Karlla ficou rígida, ela ficou claramente irritada e com ciúmes, mas o que eu poderia fazer? Apesar de tudo era amiga do Max e Thomas.

                Encontrei com eles no bar perto de Yale. Conversamos entre uma bebida e outra e estávamos sempre rindo, coisa que eu não andava fazendo com frequência. Kelsey estava sentada na minha frente e os dois do meu lado, então quem estivesse de fora não saberia se éramos dois casais e qual casal era. E foi exatamente por isso que a confusão aconteceu.

                - Manu – Nathaniel estava parado entre eu e Thomas.

                - O que faz aqui? – perguntei assustada, já que não o via a meses.

                - Podemos conversar lá fora? Um minuto...

                - HM. Tudo bem... – levantei e o acompanhei.

                - Você tem que vir comigo...

                - O quê? Para onde?

                - Não pergunte, apenas venha – ele agarrou no meu braço.

                - Me solte Nathaniel.

                - Caso não saiba eu não sinto mais também. Então não me importa se eu te obrigar a entrar naquele carro.

                - Algum problema? – Thomas apareceu.

                - Não... – Nathaniel o fuzilou com os olhos.

                - Já volto Thomas... – Sorri tentando passar confiança.

                - Vou esperar – ele respondeu e entrou.

                - Vou voltar – disse soltando a mão de Nathaniel.

                - Vou falar pela ultima vez, entra naquele carro. Matei muitas pessoas até chegar onde eu queria, até descobrir quem matou seus pais...

                - Você matou? Quem você matou?

                - Não importa. Anda... – pela primeira vez em muito tempo eu estava com medo.

                Nathaniel havia seguido o conselho da minha personalidade má e também desligou a sua. Ele estava tão diferente, eu estava realmente com medo. Aquele era Nathaniel, aquele foi Nathaniel por anos antes de eu o conhece-lo. Que merda eu fiz?

                - Eu vou... Me deixe só me despedir deles... – não esperei a resposta e entrei no bar. – Tenho que dar uma saidinha, mas eu ligo para encontrar vocês depois.

                - Está tudo bem? – Thomas parecia preocupado.

                - Está sim – sorri e joguei uma nota de dez na mesa.

                Sai do bar e entrei no carro. Nathaniel estava sério, dirigiu sem dar uma palavra, não sorria, fiquei olhando para ele. O que eu fiz?  Mais um novo sentimento, culpa.

                - O que aconteceu com você Nathaniel?

                - Fiz o que deveria ter feito quando te conheci... Me esquecer de como é sentir.

                - Não queria que você tivesse feito isso... – ele levantou uma sobrancelha.

                - Foi o que você pediu...

                - E desde quando você escuta minhas bobagens? – acabei rindo e ele apenas deu um sorriso de lado. Ele parou o carro em uma estrada deserta e me encarou. – O que foi? – eu ainda o encarava e agora ele a mim.

                - Você mudou...

                - Parece que estou sentindo novamente... – disse quase em um sussurro.

                - E qual foi seu primeiro sentimento?

                - Medo...

                - Medo? De que?

                - Você... – ele se assustou – E depois culpa.

                - Medo de mim? – ele estava com a cabeça encostada no encosto do banco.

                - Sim... – também estava com a cabeça no encosto e estiquei a mão para tocar seu rosto.

                Ele se assustou com minha reação, ele não esperava por isso e honestamente, nem eu. Cada sentimento voltava aos poucos e eu me sentia bem...

                - Você realmente não sente mais nada?

                - Sinto... Algumas coisas – ele disse e colocou a sua mão sobre a minha e a levou para seu peito. – Essas coisas nunca nos esquecemos Manu... – O coração dele batia muito rápido.

                Ao dizer isso eu me aproximei dele e ficamos a poucos centímetros, apenas nos olhando. Como um caçador olha para sua presa, e dessa vez eu era a presa. Ele tinha um olhar selvagem, dava para ver que todo o progresso que tivemos antes havia ido embora. Ele passou seu indicador pela minha mão subindo pelo meu braço, ombro, pescoço, maça dos rostos e parando em meus lábios. Em seguida me beijou.