Fanfics Brasil - Capítulo 1 - Fuck it all Sex, Drugs & Problems

Fanfic: Sex, Drugs & Problems | Tema: nao é sobre artistas


Capítulo: Capítulo 1 - Fuck it all

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Eu sempre fui a garota idiota com cabelo descolorido e personalidade sem nexo. Nunca me dei bem com adultos, patricinhas e gente que acha que é superior aos outros. Na verdade nunca me dei bem com muitas pessoas. Mas essa aí sou eu e foda-se o que pensam. Meu nome? Natallie. Mas eu sempre preferi que me chamassem de Naty.



Já tava de noite, depois que saí da escola eu tinha ficado o dia todo em casa. Comi só a última fatia da pizza da semana passada.


Não dava pra dormir. Não com aquela imagem na cabeça. O Guilherme falando com aquela vadia. Tudo bem, eu sei, não era pra eu ficar daquele jeito. Minha vida tinha seguido um rumo… E a dele também. Mas não era aquele rumo que eu tava imaginando. Aquela lá devia ser a tal da Laura que ele colocava em todas as redes sociais.

Pra falar a verdade nem eu sabia por que tinha ficado daquele jeito. Fazia quase um ano que a gente não se falava. Mas a verdade era que eu nunca deixado de pensar nele.  E queria que ele pensasse em mim. Por mais que eu dissesse o contrário. Não era pra eu ter visto aquilo. Mas o táxi tinha que passar logo ali, naquela rua. Na frente da casa dele, onde ele tava agarrando aquela menina. Lembro até das roupas dele: camisa xadrez azul aberta, regata branca, calça preta e um All Star também preto. O mesmo cabelo de sempre: bagunçado, todo desigual, que eu sempre achei lindo. Já a vadia… Não dava nem pra negar que era vadia. Ela não tava de vestido. Aquilo era uma camiseta esticada até a bunda e uma sandália de salto agulha de 15 centímetros. Coisa de vadia. 


Nunca pensei que ficaria mal por causa de homem. Sei que tava com vontade de morrer. 


Ou de matar alguém.


                                                    *


Meu celular apitou. Mensagem. Porra, quem manda mensagem uma e meia da manhã de quinta-feira? Eu tinha uma leve ideia…


Oi Naty, tá acordada?


A filha da puta da Camila. Minha melhor amiga desde a primeira série. Sabia mais de mim do que qualquer outra pessoa. Respondi:


Tô. Não consigo dormir.


Ela mandou:


Por causa do bosta do Guilherme?


Eu: Porra. Eu acho que ainda gosto dele.


Camila: Não fica assim. Ele não merece.


Eu: Mas acontece que eu não me sinto especial no quesito “coração partido”. Pra variar sou só mais um no meio de todos os outros sete bilhões de pessoas do mundo.


Camila: Naty, pára com isso. Se lamentar não é a melhor opção. Curte a sua vida e esquece dele.


Eu: Brigada, Cá. Te adoro. Boa noite pra você.


Camila: Qualquer coisa tô aqui. Boa noite.


Eu queria ficar doidona, sei lá, qualquer coisa. Foda que eu ia ter aula no dia seguinte. E prova de física. Pelo menos semana que vem era a ultima semana de aula do ano. Não ia nem fodendo.


Como eu não tinha drogas em casa, só o álcool ia me ajudar. Desci até a cozinha e abri a geladeira. Eu achei que ia encontrar um suco e comida, mas tinha o paraíso: vodka e Coca-Cola.


E então surgiu o dilema filho da puta: misturar as duas ou tomar uma delas sozinha… Resolvi fazer a coisa que qualquer retardado com vontade de ficar doidão faria: peguei a garrafa de vodka e levei sem copo até o sofá da sala.


Ok, eu admito. Eu era muito fraca pra bebida. Mas de qualquer jeito eu ia estrear aquela garrafa de Smirnoff. E ia acabar com ela. Talvez depois eu vomitasse até a alma. Mas ia valer a pena.


Sentei no sofá, liguei a TV e abri a garrafa. Comecei a beber três goles por vez. Quando você bebe rápido fica bêbado mais rápido.


Eu: Esse gole é pra minha mãe. – Falei olhando pra TV, como se a moça da propaganda tivesse me ouvindo. Eu já tava meio (totalmente) tonta. - Esse é pro merda do meu pai.


Meu pai era um bosta que casou com uma vadia e foi morar na Argentina. Era rico pra caralho e me dava uma pensão do caralho também. Ele já tinha pagado a escola até eu acabar o terceiro ano, então dava pra comprar umas cinco roupas todo mês e pagar minhas maluquices com aquele dinheiro e sempre sobrava um pouco que eu guardava pra festinhas, viagens e tal. Meu pai tava sempre pouco se fodendo pra mim e pra minha mãe. Mas a pensão era foda.


Minha mãe trabalhava igual uma escrava, mas ganhava bem pra cacete. Vivia viajando. Eu sempre ficava sozinha em casa e dava algumas festinhas. Sem ela saber, claro.


Devia ser umas duas e meia da manhã e eu tava rindo que nem idiota das mulheres que apareciam falando dos produtos de ginástica. Pior de tudo é que tem gente que compra. Nem percebi que dormi no sofá.


                                                    *


Acordei de manhã com a Camila me chamando.


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CAMILA: Naty você sabe que uma menina sozinha em casa não pode ficar com a porta aberta. Não sabe?


EU: Só tava destrancada.


CAMILA: Pra abrir é só mexer na maçaneta. Não vai pra escola?


EU: Que merda. Eu esqueci. Só vou escovar os dentes e trocar de roupa. Tem remédio pra dor de cabeça aí?


CAMILA: Tenho. – Ela olhou pra garrafa jogada no sofá. – VOCÊ BEBEU AQUELA PORRA SOZINHA?


EU: Bebi. Eu tava precisando.


CAMILA: Naty, você tem que focar em outra coisa. Esquece o Guilherme. Ele tá com aquela vadiazinha agora. Fica com outro também. Esquece dele.


Não dava pra esquecer.


Meia hora depois eu e a Camila estávamos chorando pra tia porteira deixar a gente entrar na escola pra fazer a prova, que era na primeira aula. Conseguimos. Tenho certeza que eu tirei dez. Copiei a prova inteira do Léo, o nerd da minha sala. Dei quinze reais pra ele. Toda prova eu pagava pra ele e ele me passava as respostas.


                                                    *


Fui com a Camila almoçar no shopping. Nada melhor que comer um monte de coisa gordurosa (Mc Donalds) depois da escola.


Eu já tava bem. Não tava mais pensando no Guilherme nem naquela vadia. A única coisa que eu tinha em mente era o meu lanche e…


? : Oi Naty.


Aquela voz não me era estranha. Mas fazia tempo que eu não ouvia. Devia ser algum amigo de muito tempo. Me virei pra ver quem era… PORRA.


EU: Oi Guilherme.


Ele tava sozinho. Sem a vadia.


A Camila percebeu minha mudança de humor na hora.


CAMILA: Guilherme, quanto tempo, né? A gente já tava indo. Vamo Naty.– Ela me puxou e nem olhou pra cara dele.


GUILHERME: Espera. – ele segurou meu pulso – Naty, tava morrendo de saudades de você. – Ele abriu os braços esperando que eu o abraçasse. Nem me mexi.


EU: Que legal. Eu preciso ir.


GUILHERME: Ah… Tá bom então. Mas…


EU: É serio. Eu tenho mesmo que ir.


GUILHERME: Vai lá então. Tchau.


Não respondi. Se eu falasse qualquer palavra eu ia ter um ataque. Não de tristeza. De raiva.


                                                    *


A Camila ficou no shopping, ia comprar umas roupas ou sei lá o quê. Eu peguei um táxi até minha casa e assim que entrei senti meus olhos encherem d’água. Não ia suportar até minha casa.


EU: Pra rua Colineiras, por favor.


Gosto de táxis, porque o cara não precisa e nem quer falar com você. É um silêncio bom, aquele que ninguém precisa se preocupar em puxar assunto, porque quem tá dirigindo tá fazendo a obrigação dele, se ele quer receber alguma grana depois.


Mas a pior parte é que todo táxi que eu pego, o motorista sempre “se perde” no caminho pra ganhar mais dinheiro. Foda.


Meu celular tocou. Minha mãe. Droga. Sequei as lágrimas, respirei fundo algumas vezes antes de atender.


EU: Oi mãe.


MÃE: Filha, eu não tenho muito tempo pra falar agora, mas você sabe que eu tive que vir pra Curitiba, e daqui dez dias eu terei que ir pro Rio grande do Sul, meu amor. A empresa tá abrindo filial até em Nova York. Em alguns dias eu vou ter que ir pra lá, também.  Vou ter que passar uns dois meses fora. Te mandei quinhentos reais. Seu pai vai te mandar o dinheiro da pensão também, e você pode comprar comida e o que você precisar. E eu consegui pagar todas as contas dos próximos três meses pela internet, então você não precisa se preocupar. Filha, você te dezessete anos. - NOOOSSA, PENSEI QUE EU TINHA 74 - Não vai beber, tá? E a identidade falsa que você tinha eu peguei e tá aqui comigo.


EU: Tá, mãe. Não vou fazer nada de errado. - MENTIRA!


Eu tinha umas nove identidades falsas. Bom, oito agora.


MÃE: Te amo querida.


EU: Também te amo. – minha voz começou a vacilar e eu desliguei.


O taxista não se perdeu. Que milagre.


Cheguei em casa e desabei. Coisa de garota. Eu tava com muita raiva.


Depois de todo aquele chororô dormi um pouco e quando acordei fui pra cozinha esquentar algo pra comer. Ótimo. Lasanha. Mais comida gordurosa.


                                                    *


Depois de lavar a louça ouvi a porta da frente abrir. Se fosse um bandido eu pediria pra ele enfiar uma faca na minha garganta.


? : Naty? Tá aí?


Aquela voz só podia ser do Caio. Não. Sete bilhões de pessoas pra aparecer na minha porta e logo ele tinha que aparecer?



O Caio era um garoto muito lindo, tinha um perfume maravilhoso e tal. Gostei dele no começo do ano. Até perceber como ele era carente e chato às vezes. Eu gosto de garotos carentes, mas não exagera. Ele não desgrudava de mim. Se eu tivesse matado o Obama ele diria que foi cúmplice só pra ser preso também. Mas enfim. Ele era meu amigo. E de vez em quando parecia que ele gostava de mim, outras vezes parecia que ele me queria a quilômetros de distância. Eu não conseguia entendê-lo.


CAIO: Naty, cadê você?


EU: Na cozinha. – Gritei. Minha cara ainda tava inchada.


CAIO: Ah! Te achei. Que cara inchada. Tava bebendo, né? Então você vai gostar disso aqui – ele tava com uma sacola de pano com algo que parecia garrafas dentro. Legal. Mais bebida. – Vou levar pra festa da Olivia. Você vai, né?


Toda sexta alguém arranjava alguma festa pra ir que só acabava quando alguém saía vomitando sangue… Entenda como quiser.


EU: Não sei se eu vou.


CAIO: Por quê? Todo mundo vai. E você tá precisando beber. Tua cara tá péssima.


CAMILA: Ela precisa de um banho, Caio. Isso sim. – Não sei de onde ela surgiu. Só sei que ela tava na porta da cozinha. 


CAIO: DE ONDE VOCÊ BROTOU? – o Caio tomou um puta susto.


CAMILA: Da porta da frente… que tava aberta dona Natallie.


EU: Ave. Você é pior que minha mãe.


CAMILA: Tá bom. Vai tomar um banho que a gente vai na festa da Olivia. Eu vou escolher uma roupa pra você.


EU: Eu falei que não quero.


CAIO: Quer sim. - agora eu tenho alguém que manda nas minhas vontades. - Vai lá tomar um banho, a Cá escolhe suas roupas e eu termino de arrumar a cozinha.


EU: Não, gente. Não quero.


OS DOIS: VAI! – gritaram em coro.


Quando seus amigos te obrigam a ir a uma festa, você tem que ir.


Tomei um banho, fiz escova e uma chapinha pra garantir. A Camila tinha escolhido minhas roupas.


                                                    *


Olívia era uma louca festeira que sempre me divertia. A casa dela era um milhão de vezes maior e mais bonita que qualquer outra que eu já tenha visto. Eu tinha bastante dinheiro. Mas a Olivia tinha pelo menos o triplo. No mínimo. O pai dela era um sortudo que tudo o que ele tocava virava ouro. Tinha tanto dinheiro que pra ir pro Rio de Janeiro ia de jatinho ou de helicóptero. Eu ia de ônibus mesmo.


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As festas da Olivia eram as melhores. Sempre cheia de gente louca que me fazia rir o tempo todo. Eram tipo a festa do clipe Tik-Tok da Kesha. Bebida pra todos os lados. Eu bebia pouco, porque se bebesse um gole a mais do meu limite vomitava até a alma no banheiro. A Camila não bebia nem se pagassem pra ela. Só bebia Coca-Cola e água. O Caio pegava a primeira garrafa e sumia. Ia beber na cozinha. Essas eram as festas dele: ficar sentado de frente pra geladeira pra pegar mais bebida quando a dele acabasse.


Eu só tinha tomado Coca-Cola e já tava na quinta ou sexta latinha quando a Camila apareceu com cara de quem chupou limão.


CAMILA: Naty, você não sabe quem tá aqui.


EU: Quem? O Brad Pitt?


CAMILA: Já tá chapada?


EU: Só bebi Coca até agora. Quem tá aí?


CAMILA: Olha pra trás.


EU: Por que eu ia olhar pra tr…


CAMILA: OLHA. – ela já tava me virando pelos ombros e me forçando a olhar pra porta.


EU: O QUE AQUELE FILHO DA PUTA TÁ FAZENDO AQUI? – Pelo menos umas vinte pessoas me olharam. O que o Guilherme tava fazendo na festa? A Olívia nem conhecia ele. Pera aí… O que a vadia que tava com ele ontem tava fazendo na porta da casa da Olivia?



Pra falar a verdade eu não tava sentindo ciúmes dele com aquela garota. Eu tava com raiva dele por sair desfilando com ela. Não é a mesma coisa.


Me virei de volta pra Camila e ela tava olhando pra minha cara como se dissesse “eu sei que você quer matar ele”.


EU: Que foi?


CAMILA: Você vai falar com ele?


EU: Nem fodendo. Se ele quiser falar comigo, ele que venha.


CAMILA: Então se prepara porque ele tá vindo aí.


EU: Ele tá com a vadia?


CAMILA: Não. Pelo menos isso. Cala a boca ele tá chegando, ele tá…


GUILHERME: Oi Naty… Tudo bem, Cá?


CAMILA: Oi Gui. – desde quando a Camila chama o viado do Guilherme de Gui?


GUILHERME: Naty, eu falei oi.


EU: Oi. Satisfeito agora?


GUILHERME: Nossa, por que essa estupidez toda? Bebeu né?


EU: Te interessa? – eu tava disposta a trata-lo mal até ele ir embora.


? : Amor trouxe uma Smirnoff pra você. – A vadia. – Quem são suas amigas? Tudo bem? – ela falou comigo… Quer morrer, filha?


GUILHERME: São antigas amigas. Camila e Natallie.


CAMILA: Tudo bem? A Camila sou eu! A Naty tá meio avoada hoje.


Ela tava um pouco simpática demais com aquela vadia. Não canso de chamá-la assim…


VADIA: Haha – que risada de puta. – Meu nome é Laura. – Sabia que era ela.


Eu tava querendo enfiar uma faca no estômago daquela garota. Mas ao invés disso perguntei:


EU: Então Guilherme. É sua namorada? – perguntei como se não soubesse a resposta.


GUILHERME: É. Faz sete meses.


EU: Ah. Legal – eu apertei a latinha até não ter mais como amassar.


LAURA: É, né? Ele é o melhor namorado do mundo. – ela falava como se fosse a única que ele tinha namorado.


EU: Que legal. E… Guilherme, de onde você conhece a Olivia?


LAURA: Na verdade quem conhece a Olivia sou eu. - Ô dona vadia, eu não falei com você.


GUILHERME: Então… Naty… – ele tava procurando alguma desculpa pra sair – A gente já vai, tá?


EU: Fica tranquilo. Não precisa ficar procurando motivo pra sair. Vai lá.


GUILHERME: Então… tá. Tchau Naty. Tchau Camila. – ele pegou na cintura da vadia e a virou.


LAURA: Tchau meninas. – Ela falou como se fosse íntima da gente.


Esperei eles virarem pra olhar pra Camila e ver que ela tava me olhando, só esperando eu pedir…


EU: Cá. Traz uma Smirnoff.  Por favor. Gelada. Você sempre traz sem gelo.


CAMILA: Por que você não pega?


EU: O Caio tá na porta da geladeira, como sempre.


CAMILA: E que mal tem nisso? Ou vai pegar, ou não toma.


EU: Tá bom. Eu vou.


Fui pra cozinha pegar a Smirnoff e quando eu fechei a geladeira tomei um susto do demônio: o Caio sentado no chão, olhando pra mim.


CAIO: Naty.


EU: Caio você já não bebeu demais, não?


Ele ergueu o dedo como se fosse me dar uma lição de moral.


CAIO: Nunca se bebe demais. Só se chega ao limite. Eu não tô nem perto do meu.


EU: Sei. Vem. Vamo pra sala.


Ajudei ele a levantar e ele me abraçou. Me abraçou forte.


CAIO: Naty.


EU: Fala.


CAIO: Fica comigo. Me dá um beijo.


Puta que pariu.


EU: Caio você tá bêbado.


CAIO: Não o suficiente pra te pedir um beijo. Naty fica comigo.


EU: Vem. Vou te levar pra sala. Você tá muito bêbado.


CAIO: Não tô não. Por favor. Eu amo você.


PORRA. CARALHO.


EU: Caio. Vem. Cala a boca e vem comigo.


As pessoas passavam e falavam coisas do tipo “vão pro quarto” e “tem camisinha na entrada” e até um idiota drogado soltou uma do tipo “safada. Fica embebedando o moleque só pra conseguir alguma coisa, né?”. Mano. Tava ficando de saco cheio já.


Bem na porta da cozinha quem eu encontro? A porra da Olivia. A Olivia era muito amiga minha e tal, mas quando ela via alguma coisa, não perdia a chance de zoar até a morte.


OLÍVIA: Ah, Naty… tá pegando o Caio?


EU: Não. Esse merda tá bêbado.


OLÍVIA: Sei, sei. Dá um café pra ele. Mas antes leva ele pro sofá da sala. Não tá rolando nada. Né?


EU: Não cacete. Vou levar ele pra lá. Me ajuda aqui.


Não sei como ele tava andando. O garoto tava desmaiado total. Bom, eu e a Olivia estávamos carregando o menino. Mas ele tava mexendo os pés.


Chegamos no  sofá e só jogamos ele de qualquer jeito. Ele se ajeitou e voltei pra festa. Porra. Esqueci a Smirnoff.


Voltei pra cozinha pra pegar a Smirnoff na geladeira, porque já tinham roubado a que ficou no balcão. Bando de bêbado.


Peguei uma garrafa, abri e fui pra sala encontrar a Camila. Tava passando pela porta da cozinha e um retardado esbarrou em mim.


EU: Porra, olha pra frente. Quase caiu Smirnoff em mim.


? : Ah, desculpa aê… Naty?


POR QUE NÃO CAI UM RAIO NA MINHA CABEÇA?


EU: Dá licença, Guilherme.


GUILHERME: Naty… – ele tava perto… perto demais. – Por que você tá tão estúpida comigo?


EU: Porque você sumiu quando eu falei que a gente não ia dar certo. Eu falei pra sermos amigos. Você concordou e simplesmente sumiu. Nunca atendeu minhas ligações, não respondeu minhas mensagens e quando eu falava com você pelo MSN você ficava off. Até que nunca mais entrou. Você me bloqueou, né? Não sabia que ser amigo significava isso.


GUILHERME: Naty… eu gostava de você. De verdade. – ele tava olhando no fundo dos meus olhos - E você achava que era mentira. Que ia ficar comigo e depois eu ia sumir. Nunca acreditou no que eu dizia. Então eu resolvi procurar alguém que realmente gostasse de mim e acreditasse no que eu falava.


Caralho. Não consegui falar nada. Pior de tudo é que ele tava certo. Eu nunca acreditei no que ele dizia. Pra mim ele tava brincando comigo.


EU: Gui… me desculpa. – minha voz quase não saía.


? : O que tá acontecendo aqui? Tão brigando?


VAI TOMAR NO CU!


A porra vadia da Laura apareceu de novo… 


Ela acendeu um cigarro e me ofereceu uma tragada. Recusei. O Guilherme pegou o cigarro e apagou na parede.


GUILHERME: Eu já não falei que não gosto de te ver fumando?


LAURA: Tá bom, amor. Eu vou tentar parar.


GUILHERME: Tentar não. Vai conseguir.


Eu tava quase pegando o isqueiro da mão dela e acendendo a vela imaginária da minha cabeça.


EU: Então Laura… você fuma desde quando? - perguntei, com a maior cara de interesse, mas na verdade tava pouco me fodendo pra resposta.


LAURA: Desde o ano passado, antes de conhecer o Gui.


EU: Hum.


Laura até que parecia ser simpática, mas bem longe de mim. Era muito vadia. Só usava roupinhas curtas, tinha um cabelo preto, obviamente tingido e usava anéis enormes.


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Deixei o ‘casal ternurinha’ na melação e voltei pra sala encontrar a Camila, que tava me esperando. Contei pra ela o que tinha acontecido e ela só falou que ali não era o momento certo pra eu falar com o Guilherme, então nem liguei. Terminei de beber minha Smirnoff e depois não bebi mais nada. Não tava com vontade. E como eu não tinha passado mal ontem, eu tinha certeza de que hoje eu ia morrer se bebesse muito.


No canto da sala (perto de onde a gente tava) tinha uns garotos meio que discutindo porque um deles tinha pegado uma garrafa de cerveja do outro e o grupo todo entrou na discussão.  No meio do grupo tinha um garoto quieto, parado. Como se não tivesse ninguém discutindo na frente dele. Ele simplesmente ignorava. Ele era muito lindo… pelo menos parecia. Tinha cabelo escuro, era alto, musculoso, tinha cara de anjo. Esses são os piores…


Do nada começou a maior briga e os meninos começaram a se espancar. O Guilherme tinha sumido… foda-se. Aquele garoto também havia sumido. Olhei ao redor pra ver se o encontrava, até que a porra da Camila me tirou daquele “transe” e eu voltei pra festa…


CAMILA: Tava aonde?


EU: Viajando por aí…


CAMILA: Já sei… na cama do Guilherme.


EU: CALA A BOCA!


CAMILA: Naty… calma.


EU: Porra, você fica me enchendo o saco.


Depois disso acordamos o Caio que ainda tava meio grogue, mas eu e a Camila conseguimos levar ele pra fora da casa. Rachamos um táxi até a minha casa e dormimos lá os três: eu e a Cá no meu quarto e o Caio na sala.


A Camila odiava a ideia do Caio dormir na mesma casa que ela, ela já tava cansada dele, porque ele era muito grudado na gente. Isso irritava. A mim também. Mas eu não tinha coragem de dizer. Eu sabia que ia magoá-lo. PORRA DE MULEQUE SENSÍVEL.



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Autor(a): jubszls

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Acordei e a Camila ainda tava dormindo. A gente tinha ido dormir umas quatro e meia. Devia ser umas dez e pouco, por isso ninguém ia estar acordado. Mas o Caio tinha dormido lá embaixo e eu não queria descer pra ver. Não sozinha. Eu ia esperar a Camila acordar pra eu descer. O Caio não podia estar falando sério quando disse aquilo t ...



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