Fanfic: Um conto de amor em Verona - Portiñón

- Óh, meus irmãos sumiram todos! Malditos. - soltou Anahí e deu uns passos para longe. Um silêncio constrangedor tomou conta delas por fim, mal conseguiam olhar uma para a outra e nao entendiam o por quê. Apenas ficaram andando, lado a lado e admirando o quanto a natureza as presenteava das coisas mais lindas - Quer, sei lá, conhecer o filhote da Graal? - quebrou o silencio com uma frase rapida.
- Quem é Graal?
- É a nossa égua, ela deu a luz ontem à tarde. Foi o que me fez pensar em ir ate o castelo para convidar-te a vir aqui...
- Mas é claro que quero! Você é uma fofa, Dul
- Pois é, Giovanna... – as duas riram e entraram no celeiro com cinco cavalos, o filhote e uma vaca. O lugar era repleto de feno e algumas madeiras espalhadas. Elas ainda tiveram de andar até o fundo para chegar na sela aonde estavam a mamãe e seu potrinho. 
- Ele é tão lindo, Dulce... Qual o nome? - olhava para o filhote e acariciava a crina da mãe.
- Não tem isso ainda não... Você gostaria de escolher o nome dele?
- Posso mesmo?
- Mas é claro que sim, ele te ama. - sorriu - Coloque o primeiro que vier à cabeça. - Anahí levou alguns minutos olhando para os cavalos enquanto pensava em algum nome que não fosse o de Dulce. Ela era sempre a primeira pessoa a qual lhe vinha a cabeça e bloqueva qualquer outra coisa
- Filipe! 
- Adorei! Seja bem-vindo a família, Filipe. - sorriu e estendeu a mão para que Anahí levantasse - És muito bela com um pedaço de feno em tua coroa. - riu enquanto o tirava - Deveria usar assim para sempre!
- Acha mesmo? Olha que eu uso! - elas já iam para fora.
- Não vejo mal algum, sejamos sinceras, ficarias linda até mesmo se houvessem minhocas em teus cabelos... - Anahí corou e não soube como responder, e Dulce não tirava aquele sorriso ordinário dos lábios em momento algum. Por mais charmoso que fosse, era muito constrangedor...

   E deuses, que lugar maravilhoso era aquele atrás da casa onde Dulce morava? Patinhos nadando em um pequeno riacho cheio de vitórias-régias, e um tronco grande no chão logo em frente ao rio, onde Anahí sentou-se pois ja estava cansada. 
   O sol já estava a pôr-se, o céu era lindo e alaranjado e não havia dia em sua vida que pudesse ser melhor.

- Minhas pernas doem...
- Te fiz ficar muito de pé não é? Me perdoe... - sentou ao lado de Anahí, as duas olhava para o pôr-do-sol no fim do horizonte.
- Eu quem acordei cedo demais, meu corpo deve estar cansado. Adorei passar o dia com você. Gostaria que pássassemos mais dias juntas. 
- Eu também, é uma pena que seus país peguem tanto no seu pé...
- Se este fosse o problema, não existiria um. Mas tu somes por dias e eu fico agoniada sem notícias a ponto de explodir por não saber se estas bem. Acredita que esses dias os soldados pegaram um sudito, quase mataram-na acusando de que foste a ti...  - Dulce ouvia tudo calada, ainda observando o sol que já não era mais visível - Me ouviu? Se não chegasse a tempo por pensar que eras tu, para tirar-lhe de lá, a mulher teria morrido injustamente... – ela quase não piscava, apenas olhava para frente - Dulce?
- Perdão... Essa mulher era Scarllet. – disse devagar, meio baixo.
- Como?
- Meus irmãos. – continuava olhando para o nada.
- Saia de Verona, Dul, arrumaras vida nova em outro vilarejo. Prometo-lhe que ajudarei no que for preciso, sempre que der irei te ver.
- Não quero sair... Eu não posso, me entenda, por favor. Eu não me preocupo por mim, gostaria que meus irmãos estivessem a salvo, os conheceu, viu que não são tão fortes quanto eu, eles são fortes... Mas sem mim não aguentam, sem mim não vão. Estamos juntos nessa, e eu sei que seu pai já está começando a procurá-los, tenho medo que os peguem e façam algum mal.
- Dulce, eu prometo que farei o possivel para que papai não os descubra. Não gostarias de me dizer os motivos por seres tão apegada a Verona? O que houve da vez em que saiste?
- Não gostaria não, Giovanna. Me desculpe, não esta na hora.
- Esta bem... - levantou - Eu preciso ir, mas antes, olhe para mim por favor... - ela o fez com um sorriso em seu rosto e também se levantou.
- Venha, irei te levar... - deram as mãos e com apenas um único passo Anahí acabou por tropeçar em uma pequena pedra que a fez perder o equilíbrio e cair levando Dulce junto, para cima de si.
- Me desculpe! Eu... Que vergonha. - começou a rir desesperadamente.
- Tudo bem! - arrumava o cabelo e ria enquanto tentava se levantar, mas o chão era mais forte, ele as puxava e novamente naquele dia seus olhos se encontraram. Elas paralisaram, Anahí não ria mais. Eram apenas elas duas, ali, sozinhas e caidas no chão perto de um lago, frente a frente, sem mais nada ao redor... Dulce desceu a cabeça sem nem pensar, quanto mais próximos seus narizes ficavam, mais suas respirações falhavam. Piscavam devagar, sem desviar os olhares, agora a mão de Anahí pairava sob a bochecha de Dulce María, suas bocas secaram ao ficarem apenas à um centímetro de distância.
  Assim Dulce acordou daquilo que parecia ser um sonho e se levantou, ajudando Anahí a fazer o mesmo. Elas não trocaram palavra alguma, nem sequer despediram-se com palavras. Nada. Dulce apenas a deixou no castelo e voltou para sua casa, talvez até quisera falar qualquer coisa, mas as palavras estavam presas.