Fanfic: Amarga Vingança | Tema: Vingança, Casamento, amor, magia, bruxaria
-Você entendeu?
- Entendi, sim... – falou Alice com paciência, sorrindo com elegância apesar da vontade enorme de querer socar a velha senhora depois da décima explicação sobre cada medicamento e os horários para serem aplicados na pobre menina Eve.
- Porque é muito importante que você faça tudo conforme os horários programados.
- Tudo bem!
- Se você errar... meu Deus, não quero estar por perto para ver a fúria do meu genro.
- E porque eu erraria se a senhora explicou tão bem? – devolveu Alice com um sorriso ainda mais largo.
- uhnf! Você não me parece ser uma pessoa confiável! – disse a senhora olhando Alice de alto a baixo. Demorando-se na saia curta e na bota até quase o joelho. – Que idade tem mocinha?
- Vinte e dois senhora! – respondeu Alice, subserviente.
- E é filha de quem mesmo?
Alice tremeu espontaneamente o lábio inferior, mas sorriu imediatamente logo após. Aquela era uma pergunta capciosa. A velha senhora, mãe da falecida esposa do Sr. Thomas Willis, saberia do seu passado?
- Hamilton Medeiros, senhora! Trabalhou para o Sr. Willis! – respondeu Alice, mas não tirou os olhos do rosto da Sra. Cintia Albuquerque. A idosa esquadrinhou igualmente o seu rosto.
- Não me parece com ele!
- Eu mal o conheci. – justificou Alice, como se isso se relacionasse ao fato de Alice ser a cópia física de sua mãe.
- Não a conheci, mas lembro do seu pai... uma tragédia realmente.
Depois disso, como se o seu parentesco justificasse o seu emprego naquela casa, a velha senhora simplesmente saiu do quarto, deixando Alice a sós com a menina Eve, deitada inerte na cama, contemplando o nada.
Alice havia chegado cedo naquele dia. Sabia que Willis não tolerava atrasos, por isso, bem antes das sete, tocou a campainha da poderosa mansão Willis, num dos bairros de gente rica. O mordomo, um homem quase tão velho quanto a Sra Cintia Albuquerque abriu a porta para ela. Como planejava há anos aquela vingança, tinha toda a planta da casa memorizada, mas não podia imaginar o luxo com que a mansão era adornada. A casa toda era branca, de um branco tão alvo que chegava a irritar o visitante mal acostumado. Não havia quadros nas paredes, apenas espelhos com molduras brancas. Até o tapete que ornava a escadaria era branco. O lustre que pendia do teto e iluminava o principal aposento era carregado de cristais. Para completar a beleza clássica do ambiente, haviam estatuas para qualquer lado que se olhasse, todas talhadas em mármore branco, seguindo os traços do período renascentista. Sem poder perder muito tempo para contemplar o saguão de entrada, Alice foi imediatamente conduzida para cima pelo mordomo. Depois de passarem por vários aposentos num longo e largo corredor, Alice entrou no último, onde a menina Eve passava boa parte do seu tempo.
Havia uma infinidade de remédios. Não havia bula nos vidros. Eram todos líquidos e todos eram aplicados por injeção, por isso, havia uma infinidade de material hospitalar no local. Por sorte, apesar da enorme quantidade de vidros, havia apenas três medicamentos específicos para aplicar. O primeiro era de uma cor vermelho vivo. Este deveria ser aplicado meia hora antes das refeições. O de cor verde deveria ser aplicado depois das refeições e o de cor azul cristal, que parecia brilhar estranhamente, era aplicado antes de dormir.
Alice abriu cada vidro e tentou cheirar as substancias. O de cor azulada era o pior.
Depois olhou para a menina que continuava sem se mexer, olhando para o nada. A menina era linda. Tinha os cabelos loiros e os olhos bem azuis. Lembrava muito a Tommy Willis, o filho mais velho.
Alice havia vindo para aquela mansão com uma missão apenas: destruir Thomas Willis. Infelizmente, se ela destruísse Tommy Willis, Eve Willis e a antipática Cintia Albuquerque, aquilo seria apenas danos colaterais. Tommy era o primeiro a quem queria se aproximar. O jovem parecia tremer diante do pai, mas talvez tivesse informações valiosas para que Alice pudesse usar.
Seria muito ruim ficar vinte e quatro horas naquele quarto com Eve, mas, por sorte, segundo Cintia, o quarto que Alice ocuparia era logo ao lado do de Eve e ela poderia ficar ali, enquanto a menina permanecesse no estado inerte. Alice tencionava poder andar pela mansão e conhecer seus segredos o quanto antes.
O melhor era que Alice se juntaria a família durante as refeições para acompanhar a menina Eve. As refeições eram os únicos momentos em que a menina, segundo Cintia, tinha sua consciência recobrada.
Alice havia perguntado a Cintia porque a menina não poderia ser recobrada a consciência durante todo o tempo, mas a velha senhora explicou que a condição da menina era muito peculiar e que ela poderia se tornar agressiva e perigosa se fosse mantida o tempo todo consciênte.
Parecia ser impossível a uma frágil menina de quinze anos se tornar violenta e perigosa, mas seria prudente evitar, pelo menos no início, alguma situação que colocasse em perigo a sua estadia na mansão Willis.
Havia muito a se fazer e o início do seu plano só estava começando...
Autor(a): angelblack
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