Fanfic: Apocalipse - O livro dos mortos | Tema: The walking Dead
"No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento..."
Mario Quintana
Nada me faria perder aquele dia tão especial, nem mesmo os noticiários que interrompiam a programação a todo instante trazendo informações sobre uma nova doença que se espalhava indiscriminadamente nos últimos dias.
Minha mãe abriu a porta e sentou-se ao meu lado na cama onde eu admirava meu lindo vestido.
_ Acho que você vai ter que esperar o próximo ano querida.
_ Porque mamãe? Eu esperei tanto por esse dia, você não pode tirar ele de mim.
_ Anna, olha tudo que esta acontecendo querida, seu pai acha que e melhor não sairmos de casa por enquanto.
_ Papai acha? Onde ele esta agora? Ele nunca está em casa _ falei com a voz alta em tom de protesto.
Ela respirou fundo, olhou nos meus olhos por alguns instantes, e me abraçou.
Há mais de um ano meu pai, Harold Hankins renomado cientista da Universidade de Atlanta, havia se tornado um estranho pra nós, estava sempre trabalhando, nas poucas vezes que vinha pra casa estava sempre nervoso, sem paciência até mesmo pro meu irmãozinho Jeremy, Jimmy como o chamávamos.
_ Seu pai esta preocupado com a gente, com essa doença que esta se espalhando por ai, disse que vem amanha buscar a gente e nos levar pra um lugar seguro.
_ Como assim mamãe? Vamos nos mudar, porque uma dúzia de pessoas está doente?
_Anna eu sei o quanto quer ir a esse baile, mas não é o melhor momento querida, ninguém sabe direito o que esta acontecendo, me obedeça, por favor.
_ Tudo bem, vou ligar pro DJ, pra ele não perder tempo vindo me buscar.
Eu realmente liguei pro DJ, pedindo pra ele me esperar a um quarteirão da minha casa, me senti culpada em mentir pra minha mãe, mas era o baile de outono, queria me divertir, esquecer todos os problemas com meu pai e da loucura que as pessoas estavam mergulhando com a tal doença.
As 8:00 tranquei a porta do meu quarto, arrumei meus cabelos e coloquei meu vestido, azul turquesa que ia ate os joelhos, trabalhado com uma renda negra e uma saia de tule preta por baixo, modéstia a parte me senti a garota mais linda do mundo. Sai pela janela, e caminhei ate o próximo quarteirão, onde o DJ me esperava com seu carro, um Corvete 67 que ganhou do seu pai quando completou 16.
DJ era um garoto de 17 anos, cabelos claros e olhos azuis, dotado de um senso de humor incrível, ainda não havia entendido o porquê de ele me convidar pro baile, ele estava se formando e era um dos garotos mais populares da escola, eu era apenas uma garota comum, sem o brilho das lideres de torcida como as que eu costumava vê-lo desfilar pela escola.
Chegamos ao ginásio, estava lindo cheios de fitas, balões brancos e frases de incentivo aos alunos que se formariam naquele ano, era o ultimo baile do colegial pro DJ e pra maioria de seus amigos, eu ainda tinha mais um ano de colegial pra enfrentar antes da faculdade.
_ Vou pegar um ponche pra gente, me espera aqui _ disse DJ
Eu olhava pros lados, ainda me sentindo mal por ter fugido de casa, o pessoal dançava, riam alto, vi algumas das garotas da minha turma de historia conversando, resolvi me aproximar.
_ Olha só quem veio ao baile. Achei que os esquisitos não vinham em bailes. _ Disse Rachel
Esquisita, esse era meu apelido há alguns meses, eu não fazia o tipo “garota americana”, mas também não fazia justiça ao apelido. Era uma garota comum de 16 anos, olhos verdes cabelo loiro que desciam cacheados ate as costas. Sempre fui tímida, mas desde que começaram os problemas em casa passei a me tornar solitária e acabei afastando as poucas amigas que tinha. Mas eu tinha certeza que aquela noite seria diferente, eu voltaria a ser uma garota feliz e cheia de vida, eu não ia deixar que meu pai destruísse a minha vida como havia destruído a nossa família e a minha mãe, que ultimamente vivia a chorar pelos cantos da casa tentando achar uma razão pra mudança de comportamento do meu pai.
Dj se aproximou com dois copos com ponche, senti o olhar de inveja das garotas quando notaram quem era o meu companheiro de baile. Dançamos e eu perdi totalmente a noção do tempo, Dj era divertido, engraçado, alem de muito bonito, mas já estava tarde pedi a ele se podia me levar de volta pra casa, ele prontamente segurou meu braço e foi me levando em direção a porta de saída. Andamos pelo estacionamento apinhado de carros , e ouvimos alguns gritos vindo do ginásio.
_O que foi isso?_ perguntei já assustada
_ Deve ser uma briga, vamos dar uma olhada. Disse DJ já caminhando em direção ao ginásio.
Conforme nós nos aproximávamos, víamos pessoas correndo desesperadas saindo pela porta principal. Pude ver Rachel caída na porta enquanto os outros coriam pisando sobre seu corpo. Dj Correu empurrando a multidão e conseguiu levanta-la, outros dois garotos ajudaram a arrastar Rachel pra fora daquela confusão. Fui ao encontro deles, Rachel estava imóvel, com seu vestido coberto de sangue e um ferimento no pescoço no qual o sangue jorrava. Coloquei as mãos sobre o ferimento, tentando em vão estancar o sangue. Olhei pra porta do ginásio, agora saiam algumas pessoas lentamente, pareciam machucadas, as luzes haviam se apagado e eu não conseguia reconhece-las. DJ começou a gritar por ajuda, os dois garotos que o ajudaram também saiam correndo. Uma luz de emergência se acendeu, e naquele momento entendi o desespero de todos, as pessoas que caminhavam lentamente na nossa direção tinham os rostos contorcidos, em um deles parte do lábio havia sido arrancada e os dentes assustadores ficavam totalmente a mostra, suas roupas estavam ensanguentadas como as de Rachel. Fiquei totalmente paralisada, senti Dj puxando meu braço com força e dizendo pra mim correr. E eu corri,segurando a mão do DJ não tinha noção pra onde eu estava indo, apenas corria sem destino sem um plano, como todos naquela noite.
Estávamos sozinhos na sala de ciências, os gritos haviam diminuído, DJ continuava olhando incansavelmente pela janela da sala a qual encontramos abrigo do pânico lá de fora. Eu encolhida num canto da sala tentando organizar meus pensamentos, mas tudo que vinha a minha mente eram aquelas pessoas tentando nos atacar e se alimentando dos nossos colegas durante o caminho do ginásio até a escola. DJ estava ferido, um das pessoas doentes havia o atacado enquanto ele tentava arrombar a porta da escola, eu fiz um curativo com ataduras da enfermaria, a ferida não era grande, mas parecia incomodar bastante.
_ DJ você esta bem? Eu posso voltar a enfermaria procurar algum remédio pra dor._ falei caminhando em direção a porta.
_ Tah tudo bem Anna, vamos ficar aqui você pode acabar encontrando uma daquelas coisas no caminho.
_ Será que é a doença que andam falando na TV?
_ Não sei, mas se for as coisas ficaram feias, muito feias. Tenta
descansar, ta quase amanhecendo, não entendo como a policia, ou os bombeiros ainda não chegaram, mas eles devem estar vindo, vamos ficar aqui até virem nos resgatar é mais seguro_ disse ele se aproximando de mim.
Ele estava bem próximo, acariciou meu rosto , me envolveu entre seus braços e beijou meus lábios levemente.
_ Porque me convidou pro baile? Podia ter levado qualquer garota da escola elas são doidas por você. - Perguntei olhando firme em seus olhos
_ Eu não queria qualquer garota no meu ultimo baile do colegial, queria alguém especial, e você Anna é diferente, gosto de você desde o dia que te vi no pátio da escola no inicio do semestre só não tinha tido coragem de dizer_ disse ele segurando as minhas mãos.
Sentamos no canto da sala e ficamos abraçados, nos beijando e conversando sobre tudo, por algum tempo esquecemos o que estava acontecendo fora daquela sala. Adormecemos na esperança que ao acordar tudo não passasse de um pesadelo.
Autor(a): ludias
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Acordei com a luz do sol vinda da janela batendo no meu rosto, DJ continuava sentado encostado na parede, aparentando dormir. Caminhei até a janela, as coisas pareciam mais calmas agora, haviam dois corpos no chão ou pelo menos o que sobrou dos corpos, e nenhum sinal daquelas pessoas doentes, ou sei lá o que eram. Me virei novamente pra sala, Dj tinha ac ...
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