Fanfics Brasil - Uma missão mal feita A Maldição do Gato

Fanfic: A Maldição do Gato


Capítulo: Uma missão mal feita

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 O primeiro dia com certeza foi o mais perturbador, afinal pessoas não gostam de mudanças quando estão cômodas com seus pequenos mundos perfeitos, e eu era a mudança. Achei até que poderiam ter me desmascarado e eu não poderia mais fazer o papel de bonzinho enquanto me aproveitava da situação, mas depois de um tempo eu percebi que ninguém tinha notado nada e então continuamos nossas “felizes” vidas como uma equipe de elite.


 Minha rotina era basicamente acordar quando ouvia o café-da-manhã – não lembro se comentei, mas tenho sentidos apurados, menos a visão, quer dizer, eu não enxergo perfeitamente de longe, mas no escuro ela é perfeita – depois de comer saia para tentar reunir alguma informação e me localizar na cidade – não podia deixar Yoshifumi-san fazer todo o trabalho, também tenho de conseguir achar o que quero por mim mesmo e ir além do que ele consegue fazer – voltava para o almoço e então fazia algo com os Viginti, como por exemplo os treinos, quando não aulas teóricas, etc etc, também tinha a janta e a noite saía para informações, a noite sempre fica mais fácil de conseguir as coisas, talvez por que eu seja um “animal” naturalmente noturno.


 Passou-se quase um mês e nada animador surgiu, mesmo que eu procurasse intensamente, as boas informações não eram fáceis de achar, principalmente sobre o que quero saber – um segredo tão obscuro quanto a verdade. Satore-san também raramente aparecia, sempre vinha perto de uma refeição e saia logo que acabava, sumindo de repente e fazendo com que Mayumi corresse atrás dele. Aparentemente não havia falado nada que não podia, isso é bom. Porém este pareceu um tempo perdido... Até que, em uma das raras vezes que Satore-san vinha para o dormitório, ele anunciou:


 - Temos uma missão! – E sorriu.


 Os Viginti, como já havia comentado, era um grupo de elite que estava sendo treinado para futuramente proteger as Terras Centrais. Vez ou outra eram convocados pra missões, que consistiam basicamente em uma amostra do que fariam mais tarde, claro que mais simples e com supervisão. Era fácil convocar a ajuda do governo, pelo que sei, você pode entrar com um pedido ou uma contratação; o primeiro podia não ser aceito, já o segundo pagava-se uma taxa para o serviço. Como sempre, o dinheiro controla o mundo.


 Não sei como, mas Satore-san convenceu Yoshifumi-san a me deixar sair das Terras Centrais. Bem, desde que “negociei” minha situação com Yoshifumi-san, ele impôs várias coisas, uma delas é que não poderia sair das Terras Centrais sem autorização e supervisão. Entendo seu ponto de vista, sou um perigo e devo ser controlado.


 Sairíamos na semana seguinte, o pedido era de um grande senhor de terras que queria uma escolta para suas férias nas fontes termais das Terras Baixas ao Leste. Não era longe e o lugar também não era interessante a meu ver. Uma típica vila rural baseada no turismo e na agricultura. Seria difícil achar algo vantajoso para mim lá...


 Enfim partimos. Mayumi e Ryuu estavam cantarolando felizmente na frente – vale lembrar que Mayumi ficou realmente muito animada quando Satore-san mencionou sobre as termas – Kanro um pouco atrás conversava com Satore-san, também animado, mas não ao nível extremo como Mayumi e Ryuu; sobre Tisha, nem comento, ela virou a página de seu livro. A nossa frente, o senhor de terras estava em algum lugar no meio de seus próprios guardas, uns 20 talvez. De relance vi uma cabine de madeira, com espaço suficiente para apenas uma pessoa, com outras quatro a carregando, supus que lá estava nosso protegido.


 A ida foi rápida e tranqüila, chegamos por volta das sete da noite, cansados de tanto andar. O senhor foi direto para a casa principal, seguido de alguns guardas, outros cercaram o lugar e ficaram revezando-se. Nós, por outro lado, ficamos em um chalé por perto. O lugar era bonito e confortável, porém extremamente pequeno... Contando com Satore-san, estávamos em seis pessoas e o chalé só tinha três quartos, se formos comparar com o dormitório, deve ser cerca de um décimo do espaço (mas o dormitório não é referência para nada, aquele lugar é enorme). Mayumi, a soberana do lugar, decidiu por si mesma que as garotas deviam ter um quarto próprio, ou seja, Satore-san, Kanro, Ryuu e eu dormiríamos no mesmo quarto.


 Acordamos como se não tivéssemos dormido. Logo cedo o senhor de terras decidiu ir passear, e a única coisa que fizemos a tarde toda foi seguir a “cabine de madeira” por todo lado, numa cerimônia de chá, numa loja de móveis, num encontro de anciões, num passeio pelo bosque... Tudo, menos o que Mayumi mais queria, e isso estava deixando-a nervosa.


 - Ah! Quando esse velho gagá vai nos deixar em paz?! – Gritava ela quando já passava das cinco da tarde.


 - Se acalme May-chan, ouvi dizer que o senhor dorme cedo. – Tentava Satore-san.


 Satore-san tinha razão, não passava das seis e meia quando o senhor de terras voltou para seu quarto e nos dispensou. Ainda estava razoavelmente claro, então Mayumi arrumou tudo para sair às termas. Todos a acompanhavam quando olharam para trás e me viram ficar, Ryuu, que estava mais perto de mim, falou:


 - Vamos, Garu-kun.


 - Eu não vou.


 Claro que não iria. Além de não ter interesse em termas, meu corpo estava coberto de cicatrizes e o maior sinal da maldição estava gravado sobre meu peito. Como poderia deixá-los ver algo assim?


 - Hm, por quê?


 - Vou vigiar a casa principal. – Menti.


 - Mas...


 - Contamos com você, Garu-chan! – Disse sorrindo Satore-san.


 E foram. Esperei sumirem de vista e sentei sobre o telhado. O silêncio e a calma eram reconfortantes, aquele clima até me lembrava das Terras Altas ao Sul, era tudo tão parado e tenebroso, que o sentimento de vida se esvaia e o de solidão se apossava. Não que isso seja ruim, pelo contrário, me sinto livre de ter de atuar como o menino bonzinho e coitado, que perdeu tragicamente os pais e que não tem mais para onde ir. Era uma noite bela. Acho que esse mês convivi mais com pessoas do que gostaria, estou cansado...


 De longe ouvi um barulho, que ficava mais perto rapidamente. Eram passos, quatro pessoas sorrateiramente correndo em direção da casa principal. Claramente eram inimigos... Deveria eliminá-los?


 Fui até a borda do telhado e pude vê-los claramente, pareciam bem organizados, todos com o mesmo uniforme camuflando-se perfeitamente; azar deles que eu estava por perto, ninguém os teria notado se não fosse assim. Segui-os de longe, esperando para ver o que acontecia, quem sabe poderia descansar enquanto os guardas do senhor faziam meu trabalho. Logo vi um dos invasores fazendo um sinal, mais a frente havia um guarda um pouco afastado da entrada da casa principal, o sinal claramente era para avisar os outros do inimigo, então o que estava na frente correu rápida e silenciosamente até onde o guarda estava e deu-lhe um golpe de espada, rasgando verticalmente seu tronco. O guarda não teve tempo nem de ver seu assassino, caiu morto imediatamente.


 Oh~ E agora, o que eu faço? Deveria impedi-los ou assistir a morte do senhor de terras e de seus guardas? Bem, se eu tivesse ido até as fontes, não estaria vendo nada disso. Mas também terei de ouvir muita besteira de Satore-san e principalmente de Yoshifumi-san se a missão falhar. Hm, dúvida cruel... Eu realmente não me importo pela morte deles e é problemático interferir, mas também não teria problema em lidar com esses invasores. Bem, tudo pela confiança de um bom contato, certo?


Decidi fazer isso rápido e sem sujeira, o mais discreto possível. Começando pelo que estava atrás, matei-o sem que nem ao menos percebessem; depois complicou um pouco quando ia atingir o que corria perto de uma construção à esquerda e ele, me percebendo, se desviou o suficiente para que o golpe não fosse fatal. A idéia era atingir um ponto do pescoço em que a pessoa morreria sem nenhuma ferida externa, igual ao que havia feito ao outro invasor que estava atrás, porém com o desvio que este fizera, acertei-lhe o ombro, perfurando uns cinco centímetros. Pior do que o berro que ele dera e do fato de que os outros dois agora já sabiam de minha existência, era a sujeira que esse desvio causou. Tem noção de como minha blusa estava encharcada de sangue agora?


 Foi impressionante como ele havia conseguido me perceber e se desviar, mas estava irritado pelo fato de que isso tinha sido um adeus a essa blusa. Azar o deles, não ia mais tratá-los “rápido e sem sujeira, o mais discreto possível”, já tinha perdido a blusa mesmo.


 


 Logo que nos mudamos para aquela cabana, não havia cultivo nenhum, então às vezes íamos até a vila mais próxima comprar verduras. Lembro-me muito bem da primeira e única vez que minha mãe deixou eu a acompanhar. Era um lugar velho e caindo aos pedaços, o senhor que cuidava da loja era a imagem de um velho sem teto, em um bom tempo essa foi a única pessoa que eu vi fora meus pais. Ele nos olhava com repulsa e me encarava fixamente, quando saímos, eu olhei para trás e o ouvi cochichando com uma mulher tão velha quanto ele: “É um monstro, olhe só seu cabelo e esses olhos!” E nunca mais voltamos para aquela vila.


 


 Arrastei os quatro corpos até perto do chalé, estava escuro e deserto, sorte que nosso chalé era longe o suficiente de qualquer outro para que não haja nenhum morador curioso rondando. Quando acabava de empilhar o último, ao longe vi os Viginti chegando, Mayumi estava à frente, correndo em minha direção, toda alegre por finalmente ter realizado seu desejo. Ao me ver, correu em minha direção, sorridente:


 - Garu, não faz idéia do que perdeu-


 E então me encarou fixamente, seu sorriso se transformou em palidez, sua alegria, em terror. Ela ficou paralisada, tremendo. Eu dei um passo em sua direção, esticando o braço, ia sacudir-lhe, ver se estava bem. Conforme me aproximava, ela tremia mais e parecia cada vez mais assustada. Não deu tempo de chegar até ela, Satore-san tapou-lhe os olhos e, sério, me olhou com desprezo.


 - Ei, não venham aqui! Entrem na cabana! – Gritou para os que estavam mais atrás.


 Não conseguia vê-los bem, mas suponho que não estavam muito longe de nós.


 - Satore-sensei? O que houve? – Parecia a voz do Kanro.


 - Não importa! Apenas entrem! – Continuava mandando, com voz séria, o que já era um milagre em si.


 Satore-san nunca falava seriamente, ele sempre tinha esse tom brincalhão e infantil, mesmo comigo, que ele já viu em momentos que nenhuma outra pessoa agüentaria. Talvez por isso, Kanro, Ryuu e Tisha entraram sem reclamar, Satore-san com tal semblante é por que algo aconteceu...


 - May-chan, acalme-se, vou te levar pra dentro, ok? – Ele sussurrou no ouvido dela.


 Ela tremia menos, mas ainda não parecia bem. Eu dei mais um passo em sua direção, falando:


 - Ei, Satore-san, ela está bem-


 - Garu, fique aí! – Ele me cortou, ainda com a expressão de frieza e desprezo.


 Confuso, fiquei. Satore-san deixou Mayumi dentro do chalé e disse para que eles não saíssem de lá até que ele avisasse. Mesmo com Ryuu perguntando o que aconteceu, Satore-san fechou-os lá e voltou até onde eu estava.


 - De quem é todo esse sangue?


 Olhei para minha roupa, estava mesmo encharcada.


 - Hm, deles. – Apontei para os corpos.


 - E quem são “eles”? – Aquele olhar de reprovação.


 - Assassinos, provavelmente.


 - Vieram atrás de quem?


 - Do senhor de terras, acho que ainda não sabem onde eu estou, ou talvez nem saibam da minha existência, pareciam assassinos meia-boca...


 - E você os matou...? – Colocou a mão sobre a testa, falando mais consigo mesmo. Suspirou e então voltou a me encarar, chegou mais perto e pegou meu braço, levando-me até a porta do chalé, enquanto falava. – Não sei como foi criado, Garu-chan, mas, por favor, não saia matando as pessoas assim.


 Hm, “não matar as pessoas” ele diz. É hilário.


 - Ei! – Ele bateu na porta. – Fechem os olhos, ok? Não abram de jeito nenhum! – Ele ainda estava sério, então quando entramos, passamos e ninguém espiou. (Tisha não estava ali, mas aposto que estaria lendo seu livro, sem ao menos prestar atenção...)


 Satore-san me arrastou até o banheiro e me fechou lá, falando para me limpar e esquecer o que aconteceu hoje. Tomei um banho rápido, o suficiente para tirar as manchas de sangue do meu corpo; a roupa... esquece, vou queimá-la. Não queria mais ouvir sobre o que aconteceu, também não queria olhar no rosto dos Viginti, sinceramente não sabia como encará-los, então subi no telhado e fiquei a observar essa noite bonita. O silencio era genial, nada melhor do que ele para acalmar.


 Se eu pudesse responder a Satore-san, provavelmente diria “Eu estou errado? Satore-san, você sabe que o mundo onde vivemos não é assim, você não é tão ingênuo quanto aquelas crianças são...” Ah, mas eu não posso. Tudo para manter uma boa aparência, certo? Acho que deveria ter deixado aqueles intrusos levarem o senhor de terras, não perderia nada com isso também. Bem, pelo menos aprendi um pouco mais sobre como tenho que me portar na parte “civilizada” do mundo. Para alguém como eu, que sempre viveu no submundo, essa luz é tão falsa que me enjoa.


 Por hora, recuso-me a ficar perto dos Viginti. De longe continuo vigiando-os, tanto quanto o senhor de terras, interferiria caso fosse necessário, mas combater ao lado de pessoas tão inocentes é perigoso. Já não tenho liberdade alguma, se precisasse me calibrar ainda mais em lutas, isso poderia se tornar problemático.


 Então a noite passou, calmamente. O dia seguinte também não foi diferente do anterior, uma cerimônia de chá, uma loja de móveis, um encontro de anciões, um passeio pelo bosque... Na verdade, tinha algo diferente, Mayumi parecia depressiva, não só Mayumi, mas todos – com exceção de Tisha – pareciam para baixo, mas ela era com a maior penumbra. Satore-san pulava alegremente, sempre sorrindo, do seu jeito infantil de costume, mas seu sorriso parecia mais falso, talvez se forçava a isso para alegrar aos outros.


 De noite, continuei no mesmo canto do telhado, dessa vez tinha algo um pouco diferente, os Viginti estavam se revezando para guardar a casa principal, em grupos de duas pessoas ficavam dando voltas ao redor e trocavam a cada hora. Por volta das três horas da madrugada, vi ao longe um grupo grande – algo como uns quinze combatentes – vindo em direção a casa principal, no momento Kanro e Tisha estavam de vigia, da posição que estavam não dava para vê-los.


 Eles se aproximavam cada vez mais, peguei uma pedra e taquei nas costas de Kanro, da direção de onde o grupo se aproximava, quando ele virou, finalmente viu-os.


 - Uah! Tisha-chan, apareceram! – Falou, levando um susto.


 Tisha olhou e acenou com a cabeça.


 - Consegue pará-los por cinco minutos? Vou chamar Satore.


 - Claro, claro, seja rápida! – Disse, enquanto corria na direção deles.


 Tisha foi à direção oposta, indo ao chalé. Kanro socava uns, chutava outros, desviava aqui, se feria lá. No começo foi surpreendente como ele conseguiu parar todos aqueles de uma vez, realmente seu título de “músculos” não é à toa, porém Kanro não lutava seriamente, só socava tudo pela frente, era claro que não tinha intenção nenhuma de machucá-los, muito menos de vencê-los... E não demorou muito para que um dos inimigos sacasse uma espada, outros dois escaparem pelos lados, outro atingir um golpe um pouco mais doído. Kanro tinha todos os requisitos para vencer, mas parecia escolher não fazer, era lamentável.


 E agora, outra vez com a mesma pergunta: interferir ou não? Dois dos invasores já tinham passado, não estavam longe tampouco, Kanro estava ferido, Tisha não chegava com ajuda, alguns dos inimigos pareciam dispostos a usar táticas sujas...


 Da primeira vez decidi ajudar, mesmo que não ganhasse nada com isso, além de me expor a riscos, e ainda levei uma “bronca”, então, dessa vez, veremos como se comportarão sem minha ajuda. Talvez lutem sério se estiverem à beira da morte.


 Tisha chegou com Ryuu e Mayumi, pelo jeito Satore-san não os acompanhava. Olhei-os de longe enquanto assumiam posição de batalha, igual aos treinos, achando que isso realmente funcionaria numa situação real. Tisha se mantinha mais afastada e falava friamente o que cada um teria de fazer, esta era sua função como estrategista. Os outros obedeciam, Ryuu já derrubava seu terceiro oponente quando o primeiro voltava a se levantar... Seria esta realmente a primeira experiência de combate deles? Sinceramente, estava sendo um desastre.


 Aqueles dois que tinham fugido estavam sumindo de minha vista, e nenhum dos Viginti percebiam ou, se percebiam, não conseguiam fazer nada, pois estavam ocupados de mais com os outros. Lancei três agulhas em cada, eles caíram imobilizados, suspirei. O quanto isso iria demorar?


 Mais alguns minutos e eles pareciam cansados, a vantagem numérica pesava, mesmo que individualmente eles eram mais fortes. Tisha previa com precisão todos os movimentos inimigos, dizia por onde atacar ou desviar, mas isso não era uma grande vantagem quando, depois de abatido, seu inimigo voltava a se levantar. Era só uma perda de tempo.


 Pessoalmente, pouco ou nada me importa se eles caíssem aqui, mas imagino o tanto que ouviria... Pensando bem, onde está Satore-san? Aposto que aquele infeliz está observando de um lugar distante e encarando a situação como um teste, sendo ele, aposto que também está comendo chocolate e sorrindo bobamente.


 Voltando, aqueles assassinos estavam criando uma distância, fazendo com que Mayumi, Kanro e Ryuu fossem se separando. Aos poucos, Mayumi já estava longe o suficiente para nem ouvir a voz de Tisha, o mesmo com Ryuu. Ryuu lidava com os quatro que estavam atrás dele facilmente, ele era bom em combates, ágil como sempre. Mayumi, ao contrário, estava com dificuldades contra os seus cinco oponentes. Ela era muito mais fala do que ação, não que lutasse mal, mas digamos que tinha habilidades melhores. Bem, o que ajudava era que o trabalho de equipe deles era horrível, eles atacavam individualmente, o que não era difícil de evitar, então ela tinha uma enorme vantagem, da qual não se aproveitava, claro... Continuava tentando abatê-los inutilmente, até que um deles lançou uma kunai em sua direção, foi sorte não tê-la acertado, mas passou bem perto, o que a deixou em choque. Olhou amedrontada para o que tinha a atacado, pena que minha visão não é das melhores, gostaria de ter visto isso nitidamente. Parece que me enganei, mesmo a beira da morte, esses tolos não iriam lutar seriamente.


 Apareci na frente de Mayumi antes que ela fosse atingida por um ataque como o de antes. Os atacantes pareciam surpresos, a atacada, mais ainda.


 - G-Garu?! O que está fazendo aqui?


 - Hm, garantindo minha boa aparência, talvez...


 Ela não entendeu, obviamente, então eu peguei algumas agulhas que escondia e taquei em dois deles, que caíram. Os outros ficaram assustados e ao mesmo tempo furiosos, eles vieram tentando me atacar, eu desviei facilmente e soquei um deles no pescoço, fazendo-o desmaiar. Dos dois restantes, um deles usava uma espada e o outro era o que havia lançado a kunai. Peguei mais algumas agulhas e ia atacar, quando Mayumi me segurou pelo braço e gritou:


 - Não os mate! – Suas pernas estavam tremendo e ela tinha uma cara de choro, desta vez pude ver claramente e de perto. Fiquei pasmo, até ela podia fazer esse tipo de expressão.


 E esse segundo de hesitação foi interrompido por um ataque que me atingiu no braço. A kunai fincou no meu antebraço direito, Mayumi ficou cada vez mais pasma com a situação, fizera a mesma cara de pânico de que quando viu os cadáveres dos inimigos na noite anterior... Essa ferida não era nada para mim, tirei calmamente a kunai e nesse intervalo o rapaz da espada correu em minha direção e tentou atacar, eu larguei a kunai no chão e voltei a desviar. Se não posso atacar, o que faria para isso acabar rapidamente? Mayumi se distanciava, morrendo de medo e o outro tentava atacá-la, tive de parar os dois, pois ela estava inutilmente tremendo.


 Fiquei na frente dela, peguei uma das kunais lançadas e devolvi-a ao dono, atingindo-lhe a perna, Mayumi agarrou minha blusa pelas costas e me puxou, não sei o que ela pensava, mas me fez desequilibrar e caí junto com ela. O inimigo, se aproveitando da situação, tentou cravar a espada em meu peito. Eu pulei para o outro lado, quase como um ato de reflexo, mas deixei Mayumi onde estava.


 Ele levantou a espada e ia cortá-la. Ela o olhava com medo, sem se mexer. Foi um único segundo, mas pareceu passar mais devagar do que tudo. Não consegui pensar em nada, quando olhei novamente, o atingido era eu, ela estava logo atrás, agora chorando.


Yo Mayumi



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Autor(a): nacchan

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • giovana74 Postado em 27/02/2013 - 20:52:51

    Posta mais! Vc posta capítulos grandes eu gosto!

  • giovana74 Postado em 24/02/2013 - 21:55:39

    Eu gostei posta mais!


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