Fanfic: Escandaloso, mas perfeito aya

Sim.
Aquela era a mulher perfeita para ter um filho seu! Alfonso Herrera deduziu e continuou
a encará-la, analisando-lhe a fisionomia e também as curvas generosas do corpo
esbelto. Claro que já havia feito isso antes, mas agora estava sendo mais
detalhista.

Ela não
era bonita, mas até aí tudo bem, porque beleza não era essencial para os planos
de Poncho. Contudo, o charme e a inteligência de Anahí Portillo eram
impressionantes. Talvez fosse por isso que a tivesse escolhido sem pensar duas
vezes.

Finalmente
depois de muito tempo, Anahí percebeu que estava sendo observada. O leve
sorriso que brincou no canto dos lábios femininos deixou-o sem fôlego, mas
Poncho meneou a cabeça de um lado para outro, decidindo que sua excitação
estava mais ligada ao plano que idealizara do que a qualquer outro interesse
pessoal... Ou sexual que pudesse nutrir por ela.

E não
poderia ser diferente!

Como
sempre, Anahí estava elegante, usando um discreto vestido de seda preta e
sapatos de salto alto, mas este detalhe tinha pouco ou quase nada a ver com a
decisão que Poncho tomara.

Embora
não fizesse a menor idéia do que estava acontecendo, Anahí era parte integrante
dessa decisão.

Alfonso
esfregou as mãos com nervosismo ao ver que a hora da abordagem estava se
aproximando. Ele a conhecia há três anos, tinham negócios em comum, e também
sabia que Anahí só freqüentava aquele tipo de festa por causa de seus
interesses profissionais. O relacionamento que mantinham não possuía nada de
pessoal e por mais contraditório que pudesse parecer, era assim que Poncho
gostaria que continuasse.

Há apenas
dois dias, Anahí lhe apresentara uma proposta de expansão de seus negócios, ou
seja, ela pretendia abrir mais uma de suas lojas de lingeries especiais em outra
filial dos Hotéis Herrera Rodrigues, que pertenciam a Poncho e a sua família.

Ele ainda
não lhe dera uma resposta, mas estava prestes a fazê-lo. Seria esta noite.
Claro que juntamente com esta resposta iria propor o negócio que mais lhe
interessava...

Pela
primeira vez em muitos anos, Poncho ficou nervoso ao se aproximar do momento em
que teria de fazer uma proposta de negócios. Então, Anahí começou a caminhar em
sua direção, com aquele seu charme peculiar e tudo em que ele conseguiu pensar
foi no lindo bebê que poderiam gerar juntos.

Automaticamente,
os lábios carnudos se abriram num sorriso sensual.

"Ele
vai concordar com a abertura de minha loja!", Anahí vibrou por
antecipação. Sim, Poncho a estivera observando durante toda a noite e só
poderia haver uma razão para tanto. A sensação de vitória a empolgou.

Os olhos
cor de mel do dono da Rede Herrera Rodrigues capturaram os de Anahí conforme
ela se aproximou. Ali estava àquele leve curvar de lábios e também a expressão
sensual que tanto excitava as mulheres que o conheciam. Mas Anahí não era como
as outras. Oh, não, só ficaria excitada se ele lhe desse a notícia que queria
ouvir.

Suas
lojas eram sua vida e ela não permitia perder tempo com desejos ou interesse
por qualquer outra coisa, mesmo se fosse um homem tão bonito quanto Alfonso
Herrera. O mais engraçado é que estava certa de que Alfonso também não tinha o
menor interesse em mudar a natureza do relacionamento que mantinham.

Claro que
já ouvira dizer que ele era um amante espetacular e que muitas mulheres moviam
céus e terras na esperança de tentar conquistá-lo. Mas isto não lhe
interessava, ou pelo menos não deveria.

- Anahí:
Oi, Poncho. -cumprimentou-o, aproximando-se e tentando não pensar no que diziam
as más línguas.

- Poncho:
Olá, Anahí - A voz de barítono estava mais profunda do que o usual e os olhos
cor de mel mais penetrantes. - Está se divertindo?

Ela olhou
ao redor do escritório recém-decorado, fingindo um interesse que não sentia.
Estavam no coquetel de reinauguração do hotel que a Rede Herrera Rodrigues
mantinha no centro da cidade, e tudo ali fora restaurado com muito cuidado e
bom gosto.

- Anahí:
Claro que sim. O hotel está muito bonito.

Um
sorriso indolente brincou no rosto de traços másculos e uma covinha insinuou-se
no queixo quadrado do presidente da Rede Herrera Rodrigues.

- Poncho:
Não sei, mas tenho a impressão de que você não é muito de festas - soou o
comentário brincalhão e, em seguida, Poncho inclinou levemente a cabeça para o
lado. -Ansiosa para voltar aos negócios, é isso?

Anahí
engoliu a resposta que estava na ponta da língua, tomou mais um gole do
coquetel de uva e só depois respondeu:

- Anahí:
Estava imaginando se você já chegou a uma decisão sobre minha loja. Claro que
uma festa não é bem o local para se discutir tais assuntos, mas...

Poncho
continuou a fitá-la com grande atenção. Havia um brilho intenso no fundo dos
olhos cor de mel.

- Poncho:
Gostaria de tomar mais alguma coisa? - ofereceu-lhe, notando que a taça que ela
segurava estava quase vazia.

- Anahí:
Não, obrigada.

- Poncho:
Acha que já bebeu muito a ponto de perder a cabeça? - ele brincou.

- Anahí:
Perder a cabeça com um coquetel de suco de uva? - gracejou, pestanejando de
maneira charmosa. - É um pouco difícil. Não gosto de bebidas alcoólicas. Já com
você deve ser diferente. Homens costumam apreciar esse tipo de drinque.

- Poncho:
Eu também não bebo - ele explicou. - Muitos de meus diretores o fazem, então
acho que alguém tem de se manter sóbrio para não perdermos dinheiro.

Anahí
ficou surpresa, mas não o demonstrou.

- Anahí:
Então quer dizer que vc não se permite relaxar um pouco numa festa ou reunião
de negócios? - usou um tom indulgente.

- Poncho:
Só se for para tomar um copo de vinho num jantar, nada, além disso.

- Anahí:
Bem, confesso que sou abstêmia e evito até mesmo o vinho.

- Poncho:
Alguma razão pessoal?

Anahí
hesitou. Era engraçado como podia conhecer alguém durante anos e nunca ter ido
além dos assuntos de trabalho. Era o que acontecera com ela e Poncho, mas agora
a situação parecia estar começando a mudar. Não que se importasse com isso,
pois seu lema de trabalho era quanto mais você sabe sobre as pessoas com quem
tem negócios, mais fácil é negociar um bom acordo. E tudo o que mais queria
naquele momento era fazer um bom acordo com Alfonso Herrera.

- Anahí:
Sim, uma razão muito pessoal, meu caro. Eu detesto álcool.

- Poncho:
Talvez algum dia possa me contar o porquê dessa aversão.

- Anahí:
Quem sabe...

Poncho
ficou em silêncio durante algum tempo. Parecia estar observando o brinco de
pérola em forma de gota que enfeitava a orelha delicada.

- Poncho:
Diga-me, Anahí, por acaso tem uma meta de trabalho para os próximos cinco anos
ou seu objetivo é mais em longo prazo?

Novamente,
Anahí sentiu uma onda de excitamento invadi-la e tentou se controlar. Poncho
estava demonstrando um interesse que nunca demonstrara antes, e isto poderia
significar que ele aprovava a maneira como gerenciava suas lojas.

Sim, o
belo Sr. Herrera era o símbolo do bem-sucedido homem de negócios. Um iniciante
poderia aprender tudo sobre administração hoteleira com ele. Afinal, nos três anos
que haviam se seguido a morte do pai, Poncho transformara uma pequena rede de
hotéis medíocres numa grande cadeia nacional de hotéis de luxo. Em qualquer
grande cidade dos Estados Unidos havia um Rodrigues Herrera e estes sempre eram
freqüentados por pessoas ricas e famosas.

Mas além
de hábil e inteligente, Poncho também era bonito, Anahí concluiu, observando os
ombros largos e o porte atlético. Como se não bastasse, os olhos cor de mel se
destacavam no rosto levemente bronzeado, e os cabelos negros caíam com
displicência sobre a testa altiva, dando-lhe um ar jovial, embora Anahí
estivesse certa de que ele deveria estar perto dos trinta e cinco anos.

Fazendo
um esforço hercúleo para não se impressionar demais com o charme do presidente
da cadeia Herrera Rodrigues, Anahí sorriu e respondeu à pergunta que lhe fora
feita:

- Anahí:
Claro que tenho uma meta de trabalho para os próximo cinco anos. Se quiser,
posso detalhá-la para você e ficará mais seguro quanto ao sucesso de minhas
lojas em seus hotéis.

Para sua
surpresa, Poncho acenou para um de seus assistentes que se aproximou rápido.

- Poncho:
A Srta. Portillo e eu vamos até o escritório discutir alguns negócios, por
favor, não deixe que ninguém nos interrompa.

O
assistente assentiu e Poncho, depois de tirar o copo vazio da mão de Anahí e colocá-lo
na bandeja que um garçom carregava, segurou-a pelo cotovelo e a conduziu para o
escritório da presidência.

Anahí
sorriu polidamente, enquanto pensava em quais argumentos deveria usar para
convencê-lo de que a abertura de mais uma de suas lojas era um bom negócio para
o hotel.

Ela só
não sabia que o próprio Poncho tinha uma proposta bem diferente para lhe
fazer...

Poncho
fechou a porta e recostou-se ali. Era engraçado, mas nunca antes tinha reparado
como Anahí Portillo poderia ser adorável quando estava empolgada e sorria...

Claro que
já observara sua fisionomia e apreciara alguns de seus traços, como o nariz
clássico e a boca generosa, mas nunca percebera que o brilho de entusiasmo no
fundo dos olhos azuis poderia valorizar ainda mais o conjunto.

Esta
noite, ela usava os sedosos cabelos louro-platinado presos numa espécie de
coque fofo, de onde pendiam alguns fios que lhe caíam na altura dos ombros
delgados.

Com um
movimento felino, Poncho afastou-se da porta e acendeu um abajur, que conferiu
um ar mais aconchegante ao escritório luxuoso, pouco antes de apagar as luzes
principais. Poderia ser covardia de sua parte, esconder-se atrás das sombras
enquanto lhe fazia sua proposta quase indecente, mas não queria pensar nisso.
Não agora.

- Poncho:
Você já foi casada, Anahí? - perguntou-lhe abruptamente.

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