Fanfic: Escandaloso, mas perfeito aya

Anahí
mordeu o lábio, depois respirou fundo.

- Anahí:
Sim, mas tem algumas condições que gostaria de discutir.

Ouviu-o
dar um longo suspiro.

- Poncho:
Isto significa que vai aceitar?

- Anahí:
Sim, mas sob certas condições.

- Poncho:
Já entendi. Mas o que quer que seja, aceitarei sem pestanejar.

Era
impossível ignorar a alegria dele. Poncho estava eufórico diante do que
acreditava ser o grande passo para conseguir ter o filho que tanto desejava.

Anahí
sufocou o misto de remorso e culpa que a assolou com uma pungência inclemente.

- Anahí:
Ora, é melhor que saiba o que desejo antes de concordar - lembrou-o.

- Poncho:
Não vou lhe recusar nada. Afinal, sei que não é uma mulher fútil e interesseira
e que seu pedido não irá me levar à bancarrota.

- Anahí:
Bem, o que quero é esquecer os procedimentos clínicos - foi logo ao ponto,
falando sem fazer pausa para respirar, do contrário, não teria coragem de
fazê-lo.

Silêncio
mortal do outro lado da linha.

- Poncho:
O que disse? - Poncho driblou a surpresa inicial, mas ainda não parecia
totalmente refeito.

Anahí
sabia que tinha sido muito rápida, mas preferiu que tivesse sido assim.

- Anahí:
Que não quero ir a uma clínica de reprodução e sim deixar que as coisas
aconteçam naturalmente - tornou a explicar.

Pelo som
abafado que ecoou através do aparelho, dava para notar que ele ficara
estupefato diante da novidade.

- Poncho:
Naturalmente?

- Anahí:
Claro, você e eu somos adultos e podemos seguir o curso natural dos
acontecimentos - frisou, demonstrando uma calma que estava longe de sentir.

Nenhuma
palavra do outro lado da linha.

- Anahí:
Poncho, você ainda está aí?

- Poncho:
Sim.

Anahí
esperou. Por mais estranho que pudesse parecer, aguardava que Poncho tentasse
digerir a novidade enquanto ela própria dava o máximo de si para controlar as
batidas de seu coração.

Finalmente,
ele disse:

- Poncho:
Se importa de me explicar o porquê desta decisão?

Anahí
meneou a cabeça de um lado para outro, depois se sentiu tola, pois Poncho não
poderia vê-la.

- Anahí:
Claro que não me importo. Só quero que...

- Poncho:
Não. Espere. Esta não é uma conversa para se ter ao telefone. Você está
ocupada?

- Anahí:
Agora?

- Poncho:
Sim. Agora. Acredite, não quero dormir sem ter a certeza de que entendi
perfeitamente seu ponto de vista.

- Anahí:
Tudo bem. - Ela olhou em torno de seu apartamento a procura de inspiração. -
Posso encontrá-lo onde quiser.

- Poncho:
Não, prefiro passar para apanhá-la. Sei onde mora. Estava no...

- Anahí:
No relatório que o detetive fez a meu respeito - completou por ele, sem o menor
ressentimento.

- Poncho:
Isto mesmo estarei aí o mais rápido possível.

De
repente, o telefone ficou mudo e Anahí sentiu-se em meio a um verdadeiro
turbilhão de emoções. Bem, mas era tarde demais para desistir. Então, como não
tivesse a mínima idéia sobre a que distância que Poncho se encontrava dali,
correu até o quarto a fim de escolher algo mais adequado para usar.

Ao abrir
o armário, parou, sentindo-se ridícula. O que no mundo poderia ser considerado
adequado para vestir na ocasião em que você iria dizer a um homem que aceitava
ter um filho dele, mas que em troca queria que lhe proporcionasse momentos
inesquecíveis de prazer?

Era uma
questão difícil, especialmente por Anahí saber que o estava trapaceando.
Oferecera algo a Poncho que jamais poderia lhe dar: um bebê. Mesmo assim,
queria que o maravilhoso Sr. Herrera fizesse amor com ela a ponto de fazer seu
corpo explodir de tanto prazer. Seria uma troca justa?

Poncho
parou em frente à porta do apartamento de Anahí e fez menção de bater, mas acabou
desistindo. "Maldição, por que as mulheres nunca faziam as coisas da
maneira mais simples?", perguntou-se irritado. Tinha oferecido um acordo
honesto e justo, mas Anahí simplesmente o rejeitara. Não que as modificações
que ela queria fazer fossem ruins, pelo contrário, mas o fato era que Poncho
não pretendia se envolver. Fizera planos e não gostaria de modificá-los.

No
entanto, Anahí Portillo, uma profissional experiente, sagaz e... Sensual,
queria que fizessem amor.

Quem
teria imaginado que ela iria pedir tal coisa? Mas Anahí sempre fora um enigma,
um misto de estilo e personalidade e as mudanças que ela sugerira para o acordo
tinham mexido profundamente com Poncho.

Muitas
vezes ao visitar a loja de lingerie que ela mantinha em seus hotéis, Poncho
havia se perguntado se Anahí usaria as peças sensuais que vendia. Será que
costumava enfeitar o corpo elegante com sedas e rendas para agradar algum
possível namorado? Não conseguia evitar pensar.

Ela o
confundia ao mesmo tempo em que o atraía como um imã gigantesco. Sempre achara
que tinha feito a escolha perfeita para a mãe de seu filho, mas agora estava
aturdido com as mudanças que Anahí queria inserir no acordo. O problema é que o
tempo estava se esgotando. Não poderia simplesmente escolher outra mulher para
ajudá-lo. Se não se apressasse, teria bem mais de trinta e cinco anos quando
trouxesse seu filho para casa.

Não.
Tinha escolhido Anahí, e não desistiria sem ouvir tudo o que ela tinha a dizer,
decidiu, correndo o dedo por entre os cabelos escuros, então bateu com os
punhos cerrados na porta de madeira talhada.

Imediatamente,
três portas se abriram no corredor. Anahí e dois de seus vizinhos o encararam
sendo que os últimos exibiam uma expressão de franca curiosidade. Ah, era tudo
que ele precisava naquele momento, uma audiência atenta.

Anahí
tentou sorrir, mas não foi bem sucedida.

- Anahí:
Entre - convidou com polidez.

- Poncho:
Não - Poncho meneou a cabeça, observando os vizinhos pelo canto dos olhos.

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