Fanfics Brasil - 103 Toda Sua - Vondy - (adaptada)

Fanfic: Toda Sua - Vondy - (adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: 103

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Ele se afastou, como se quisesse manter a maior distância possível de mim.


 —Não posso ficar.


 Fiquei preocupada quando senti uma pontada de alívio ao ouvir isso.


—Nós combinamos... chega de fugir.


 —Isso foi antes de eu atacar você!—, ele gritou, mostrando o primeiro sinal de vida depois de uma hora.


 —Você estava inconsciente.


 —Você não pode virar vítima de novo, Dulce. Minha nossa... o que eu ia fazer com você...— Ele deu as costas para mim, e seus ombros se curvaram de uma maneira que me assustou muito mais que qualquer outra coisa.


 —Se você for embora, quer dizer que nosso passado levou a melhor sobre nosso futuro.— Minhas palavras o atingiram como um soco no estômago. Todas as luzes do quarto estavam acesas, como se a eletricidade fosse capaz de extinguir as sombras de nossa alma. —Se sair daqui agora, acho melhor você manter distância e eu esquecer de você. Vai ser o fim, Christopher.


 —Como posso ficar? Por que você ia me querer aqui?— Ele se virou e me olhou com tamanho sentimento que meus olhos se encheram de lágrimas. —Prefiro me matar a machucar você.


 Esse era um de meus medos. O Christopher que eu conhecia — o homem dominador, uma força da natureza — jamais se mataria, mas aquele Christopher que estava diante de mim era outra pessoa. E era filho de um suicida.


 Meus dedos se enroscavam na bainha da minha camiseta.


—Você jamais me machucaria.


 —Você está com medo de mim—, ele disse, quase sem voz. —Dá pra ver no seu rosto. Até eu estou com medo de mim. Com medo de cair no sono e fazer uma coisa que destruiria minha vida e a sua.


 Ele tinha razão. Eu estava com medo. Com um frio na barriga que não passava.  Agora eu conhecia seu lado violento. Toda a sua fúria. E nossa relação era passional demais. Dei um tapa na cara dele no dia da festa, coisa que eu nunca tinha feito antes.


 Fazia parte da natureza de nossa relação andar no fio da navalha, com os nervos à flor da pele. A confiança que havia entre nós fez com que existisse uma abertura para que nos tornássemos vulneráveis e perigosos um para o outro. E isso só ia piorar antes de melhorar.


 Ele passou as mãos pelos cabelos.


—Dulce, eu...


 —Eu te amo, Christopher.


 —Meu Deus.— Ele me olhou como se estivesse enojado. Se era comigo ou com ele mesmo, eu não sabia. —Como você pode dizer uma coisa dessas?


 —É a verdade.


 —Você só está vendo isto aqui—, ele apontou para seu corpo. —Não está vendo tudo o que existe de perturbado e traumatizado aqui dentro.


 Respirei fundo.


—Como você tem coragem de me dizer uma coisa dessas? Sabendo que eu também sou perturbada e traumatizada...


 —Talvez você esteja mesmo atrás de alguém que te faça mal—, ele respondeu, amargo.


 —Pode parar com isso. Sei que você está chateado, mas descarregar tudo em cima de mim só vai piorar as coisas.— Olhei para o relógio e vi que eram quatro da manhã. Caminhei até ele, motivada pela necessidade de superar meu medo de tocá-lo e ser tocada por ele.


 Ele ergueu uma das mãos para me manter longe.


—Estou indo pra casa, Dulce.


 —Durma aqui, no sofá. Faça o que estou dizendo desta vez, Christopher. Por favor. Vou morrer de preocupação se você for embora.


 —E vai ficar mais preocupada ainda se eu ficar.— Ele olhou para mim, parecendo perdido, furioso e ao mesmo tempo cheio de desejo. Seus olhos me pediam perdão, mas ele não o aceitava quando eu o oferecia.


 Fui até ele e peguei sua mão, lutando contra a apreensão que tomou conta de mim quando nos tocamos. Meus nervos ainda estavam tensos, minha garganta e minha boca, doloridas. A lembrança de suas tentativas de penetração — tão parecidas com as de Pablo — ainda estava viva demais. —N-nós vamos superar isso—, prometi, com raiva de mim mesma por ter gaguejado. —Você vai conversar com o doutor Petersen e depois vemos o que podemos fazer.


 Ele levantou uma das mãos, como se fosse tocar meu rosto.


—Se Christian não estivesse em casa...—


 —Ele estava, e eu vou ficar bem. Eu te amo. Vamos superar isso.— Caminhei até ele e o abracei, enfiando minhas mãos sob sua camisa para sentir sua pele. —Não vamos deixar o passado destruir o que temos.


 Eu não sabia quem estava tentando convencer ao dizer isso.


 —Dulce.— Ele retribuiu o abraço, apertando-me com tanta força que perdi o fôlego.


—Desculpe. Isso está me matando. Por favor. Me perdoe... Não posso te perder.


 —E não vai.— Fechei os olhos, concentrando-me em seu toque. Em seu cheiro.


Lembrando que costumava não ter medo de nada quando estava com ele.


 —Sinto muito.— Suas mãos trêmulas acariciavam a curvatura das minhas costas.


—Faço qualquer coisa...


 —Shh. Eu te amo. Vai ficar tudo bem.


 Ele virou a cabeça e me beijou de leve.


—Desculpe, Dulce. Eu preciso de você. Tenho medo do que pode acontecer se eu te perder...


 —Não vou deixar isso acontecer.— Minha pele se arrepiou sob o movimento constante de suas mãos nas minhas costas. —Estou bem aqui. Não vou mais fugir.—


 Ele fez uma pausa, respirando bem perto da minha boca. Depois baixou a cabeça e me deu um beijo na boca. Meu corpo reagiu àquele estímulo suave. Curvei-me em sua direção sem perceber, trazendo-o mais para perto.


 Ele agarrou meus seios, acariciando-os, estimulando meus mamilos com os polegares até eles ficarem pontudos e sensíveis. Gemi de medo e de desejo, e ele estremeceu ao ouvir esse som.


 —Dulce...?


 —Eu... não consigo.— A lembrança de como havia sido acordada ainda era recente demais. Foi doloroso para mim rejeitá-lo, principalmente por saber que ele precisava receber de mim a mesma coisa que havia me oferecido quando contei a ele sobre Pablo.Uma prova de que o desejo não tinha morrido, uma prova de que, por mais feias que fossem nossas cicatrizes do passado, elas não afetavam o que sentíamos um pelo outro naquele momento.


 No entanto, não fui capaz de fazer isso. Não naquela hora. Estava me sentindo ferida e vulnerável.


 —Me abrace, Christopher. Por favor.


 Ele concordou com a cabeça e me envolveu em seus braços.


 Eu o fiz deitar no chão comigo, na esperança de fazê-lo voltar a dormir. Aninhei-me a seu lado, jogando minha perna sobre a dele e apoiando meu braço sobre sua barriga. Ele me apertou de levinho, dando um beijo na minha testa e sussurrando várias vezes que sentia muito.


 —Não vá embora—, murmurei. —Fique.



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Autor(a): xX Paty Xx

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Christopher não respondeu nem fez nenhuma promessa, mas também não me soltou.  Acordei algum tempo mais tarde, ouvindo o coração dele bater tranquilamente sob minha orelha. Todas as luzes ainda estavam acesas, e o chão acarpetado parecia duro e desconfortável.  Christopher estava deitado de costas, seu lindo rosto ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1149



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  • lovejelena Postado em 15/10/2017 - 01:46:11

    finalmente a dulce contou pra sua mãe sobre o casamento secreto dela e do chris. Continua.

  • lovejelena Postado em 23/09/2017 - 17:06:27

    que bom q vc voltou. Posta mais.

  • sahprado_ Postado em 21/09/2017 - 16:58:50

    Obaaa posta mais!

  • lovejelena Postado em 07/08/2017 - 00:43:00

    Continua :(

  • lovejelena Postado em 24/06/2017 - 16:47:47

    que bom que vc voltou

  • sahprado_ Postado em 19/06/2017 - 11:10:42

    Jesus coroado eu não tô bem. Posta maiss!!!

  • lovejelena Postado em 26/05/2017 - 22:51:35

    continua por favor

  • lovejelena Postado em 14/03/2017 - 17:55:31

    cadê você?

  • lovejelena Postado em 11/02/2017 - 17:30:21

    Eita porra. Continua.

  • lovejelena Postado em 29/01/2017 - 18:51:31

    Continua


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