Fanfic: Toda Sua - Vondy - (adaptada) | Tema: Vondy

—Pode deixar que eu vou atrás das suas coisas. — Guardei os artigos de banheiro de volta na mala, depois sentei na poltrona a seu lado com meu café.

 —Christopher está providenciando uma enfermeira pra cuidar de você lá em casa.

 —Uh... essa é uma das minhas fantasias. Você pode arrumar uma bem

gostosa? E solteira?

Eu levantei as sobrancelhas, surpresa. No fundo, porém, estava aliviada

por ver que Christian... voltava a ser ele mesmo.  

—Pelo jeito você está se sentindo melhor, já que está todo saidinho. Como foram as coisas com Trey?

 —Bem. — Ele suspirou.  —Eu estava com medo de que aquela festa não fosse a

praia dele. Esqueci que ele conhecia um monte de gente ali.

Christian... e Trey haviam se conhecido em uma sessão de fotos, Christian... como modelo e Trey como assistente do fotógrafo.

 —Que bom que vocês se divertiram.

 —Pois é. Mas ele estava determinado a não transar.

 —Então você tentou... apesar de dizer que não faria isso.

 —Estamos falando de mim. — Ele revirou os olhos.  —É claro que tentei. Ele é

lindo, gostoso e...

 —... apaixonado por você.

Christian... soltou o ar dos pulmões de uma vez, fazendo uma expressão de dor.

 —Ninguém é perfeito.

Não tive como segurar o riso.  

—Christian... Chavez. Amar você não é um defeito.

 —Bom, mas também não é uma coisa muito inteligente. Fui muito filho da

puta com ele —, Christian... murmurou, desanimado.  —Trey merece coisa melhor.

 —Essa decisão cabe a ele, não a você.

 —Mas alguém precisa tomá—la.

 —Você só está fazendo isso porque também é apaixonado por ele. — Sorri.

 —Que tal assumir logo de uma vez e tomar uma atitude?

 —Não sou tão apaixonado assim por ele. — Todos os traços de bom humor

sumiram de seu rosto, deixando entrever apenas o homem traumatizado e

solitário que eu conhecia tão bem.  —Não posso ser fiel como ele quer. Ficar só

com Trey e mais ninguém. Também gosto de mulheres, não posso negar minha

própria natureza. Só de pensar nisso já fico com raiva dele.

 —Você teve que lutar muito pra se aceitar desse jeito —, eu disse baixinho,

lembrando tempos dolorosos.  —Eu te entendo perfeitamente e não te condeno,

mas você já tentou conversar com Trey a respeito?

 —Sim, já tentei. E ele me ouviu. — Christian... esfregou a testa com os dedos.  —Eu entendo, não pense que não entendo. Se ele me dissesse que queria transar com outro cara, eu também ficaria muito puto.

 —Mas com uma mulher não?

 —Não. Sei lá. Porra. — Seus olhos avermelhados se dirigiram a mim num pedido de ajuda.  —Faria diferença pra você se Uckermann estivesse transando com outro cara? Ou só se fosse com uma mulher?

A porta se abriu e Christopher entrou. Eu olhei bem para ele quando disse:  

—Se o pa.u de Christopher encostar em qualquer coisa que não sejam as mãos dele ou meu corpo, está tudo acabado entre nós.

Ele ergueu as sobrancelhas.

 —Tudo bem.

Eu sorri e dei uma piscadinha.

 —Oi, garotão.

 —Anjo. — Ele se virou para Christian....  —Como é que você está se sentindo?

Christian... abriu um sorriso sarcástico.  —Parece que levei uma surra de pa.u.

 —Estamos tentando levar você pra casa. Acho que na quarta você tem alta.

 —Peitos grandes, por favor —, pediu Christian....  —Ou braços musculosos. Qualquer um dos dois serve.

Christopher olhou para mim.

Sorri.  

—A enfermeira. Ou o enfermeiro.

 —Ah.

 —Se for mulher —, continuou Christian...,  —você pode arrumar um daqueles uniformes com zíper na frente.

 —Já estou até vendo o alvoroço na mídia que esse processo por assédio

sexual vai causar —, Christopher comentou com ironia.  —Que tal uma coleção de filmes pornôs com enfermeiras safadas em vez de uma propriamente dita?

 —Cara. — Christian... sorriu e pareceu ter voltado a ser ele mesmo por uns instantes.

 —Você é o máximo.

Christopher se virou para mim.

 —Dulce.

Eu levantei e dei um beijo em Christian....

  —Já volto.

Quando saímos do quarto, encontramos minha mãe conversando com o

médico, que parecia embasbacado pela beleza dela.

 —Já conversei com Garrity —, informou Christopher, referindo—se a Mark, meu chefe.  —Pode ficar tranquila.

E eu estava, porque ele tinha se encarregado de tudo.  

—Obrigada. Amanhã já volto a trabalhar. Vou ver se consigo falar com Trey, o namorado de Christian.... De repente ele pode ficar aqui quando eu estiver no trabalho.

 —Avise se precisar de alguma coisa. — Christopher olhou no relógio.  —Você vai

querer passar a noite aqui de novo?

 —Sim, se eu puder. Pelo menos até Christian... ir pra casa.

Ele pegou meu rosto com as mãos e me deu um beijo na boca.  

—Tudo bem. Eu tenho um monte de coisas pra fazer. Deixe o celular carregado, pra eu poder falar com você.

Ouvi o som de algo vibrando. Christopher deu um passo atrás e pegou o celular

do bolso de dentro do paletó. Quando leu o nome que aparecia na tela, disse:

 —Preciso atender. Mais tarde a gente se fala.