Fanfic: Toda Sua - Vondy - (adaptada) | Tema: Vondy

 —E então?

 Apoiei as pernas sobre o sofá e me recostei no canto.

—E então o quê?

 —Você sabe o quê, Dulce.— Apanhando seu netbook de cima da mesa de centro, Christian o posicionou sobre suas pernas cruzadas. —Vai deixar essa passar?

 —Eu nem conheço o cara. Não sei nem o nome dele, e ele já me vem com uma proposta dessas.

—Ele sabe o seu.— Christian começou a digitar no teclado. —E essa história da vodca? De pedir uma reunião com seu chefe?

 A mão que eu estava passando pelos cabelos ficou paralisada.

—Mark é muito talentoso. Se Uckermann tiver algum bom senso para os negócios, vai saber aproveitar e explorar isso muito bem.

 —Da capacidade dele para os negócios eu não duvido.— Christian virou seu netbook e mostrou o site das Indústrias Uckermann, que ostentava uma belíssima foto do Uckerfire. —Esse prédio é dele, Dulce. Christopher Uckermann é o dono do Uckerfire.

Droga. Meus olhos se fecharam. Christopher Uckermann. O nome combinava com ele. Era sexy, elegante e másculo como seu dono.

 —Ele tem um departamento só para cuidar do marketing das subsidiárias. Um departamento com dezenas de pessoas, talvez.

 —Pare com isso, Christian.

 —Ele é bonito, rico e quer ir pra cama com você. Qual é o problema?—

 Olhei bem para ele.

—Vai ser muito esquisito esbarrar com ele o tempo todo. Quero ficar um bom tempo nesse emprego. Gosto muito do trabalho. Gosto muito de Mark. Ele me deixou fazer parte do processo, estou aprendendo muito com ele.

 —Lembra o que o doutor Travis falou sobre riscos calculados? Quando seu analista diz pra você correr riscos, você ganha esse direito. Quer dizer que você pode lidar com isso. Você e Uckermann são duas pessoas adultas.— Ele voltou a atenção novamente para a busca que fazia na internet. —Uau. Sabia que ainda faltam dois anos para ele fazer trinta? Imagine só a disposição... —Imagine só a grosseria. Fiquei ofendida com o jeito como ele falou comigo.

Detesto me sentir como uma vagi/na ambulante.

 Christian parou e se virou para mim, seus olhos exalando compaixão.

 —Desculpe, gata. Você é tão forte, tão mais forte do que eu. Duvido que cairia nas ciladas em que caio.

 —Não acho que eu seja tão forte assim, pelo menos não o tempo todo. — Desviei o olhar, porque não queria falar sobre tudo o que enfrentamos no passado. —Não que eu queira namorar ou coisa do tipo. Mas existem outras maneiras de dizer que você quer ir pra cama com uma mulher.

 —Você tem razão. Ele é bem arrogante e pretensioso. Que fique morrendo de tesão por você até subir pelas paredes. Vai ser um castigo merecido.

 Isso me fez rir. Christian sempre conseguia me fazer rir.

—Duvido que alguma vez ele tenha subido pelas paredes por causa de alguém, mas é uma fantasia divertida.

 Ele fechou o netbook em uma atitude resoluta.

—O que vamos fazer hoje à noite?

 —Pensei em ir ver a aula de krav maga daquele sujeito do Brooklyn.— Eu tinha feito uma pesquisa durante a semana, depois de conhecer Parker Smith no treino na academia, e a ideia de dispor de uma válvula de escape tão enérgica e brutal para o estresse me parecia cada vez mais interessante.

 Eu sabia que não seria o mesmo que trepar loucamente com Christopher Uckermann, mas achava que seria bem menos perigoso para minha saúde. 

 —Sua mãe e Stanton não vão deixar você vir até aqui tantas noites por semana—, comentou Christian, encolhendo-se dentro de sua estilosa jaqueta de brim, apesar de o tempo não estar muito frio.