Fanfic: Toda Sua - Vondy - (adaptada) | Tema: Vondy

A sala toda começou a girar. Christian... soltou um palavrão, ficou de pé e deu alguns passos vacilantes para sentar ao meu lado. Ele agarrou minha mão.

 —Senhorita Saviñon? — Graves se sentou na outra ponta do sofá de canto.

 —Ele era filho de um ex—padrasto dela —, interveio Christian....  —Por quê?

 —Quando foi a última vez que você viu Lyle? —, Michna quis saber.

No tribunal... Tive que fazer força para engolir em seco e mesmo assim

não consegui.  

—Oito anos atrás —, respondi com a voz embargada.

 —Você sabia que ele estava em Nova York?

Ai, meu Deus. Sacudi a cabeça violentamente.

 —Mas que conversa é essa? —, interrompeu meu pai.

Olhei desesperada para Christian..., depois para Christopher. Meu pai não sabia nada sobre Pablo. E eu não queria que soubesse.

Christian... apertou com força minha mão. Christopher nem olhou para mim.

 —Senhor Uckermann —, interpelou a detetive Graves.  —E quanto ao senhor?

 —E quanto a mim o quê?

 —Conhece Pablo Lyle?

Implorei com os olhos para que Christopher não dissesse nada na frente do

meu pai, mas ele não desviou seu foco nem por um instante.

 —Não estaria me perguntando isso se já não soubesse a resposta —, foi o que

ele se limitou a dizer.

Meu estômago se revirou. Estremeci violentamente. Ainda assim, Christopher

não olhava para mim. Meu cérebro estava tentando processar o que estava

acontecendo... o que aquilo significava... aonde ia chegar.

—Existe algum motivo para todas essas perguntas? —, indagou meu pai.

Meu coração disparou, acelerado de pavor. Só a ideia de que Pablo poderia

estar por perto bastava para me deixar em pânico. Eu estava ofegante. A

sala toda girava diante dos meus olhos. Pensei que fosse desmaiar.

Graves me observava como um cão de caça.

 —Você pode me dizer onde estava ontem, senhorita Saviñon?

 —Onde eu estava? —, repeti.  —Ontem?

 —Não responda —, ordenou meu pai.  —Esta conversa só vai continuar quando

vocês disserem por que estão aqui.

Michna acenou com a cabeça, como se já esperasse aquela interrupção.

 —Pablo Lyle foi encontrado morto esta manhã.

Assim que o detetive Michna terminou a frase, meu pai interrompeu o interrogatório.

 —Não temos mais nada a dizer —, ele disse, bem sério.  —Caso tenham

mais perguntas, ela poderá responder na presença de um advogado.

 —E quanto ao senhor Uckermann? — O olhar de Michna se voltou para Christopher.  —Se importaria em dizer onde esteve ontem?

Christopher saiu de trás do sofá.  

—Podemos conversar enquanto eu levo vocês até a saída.

Fiquei olhando para ele, mas sem resposta.

O que mais Christopher não queria que eu soubesse? O que estaria escondendo

de mim?

Anahi enlaçou seus dedos aos meus. Christian... estava sentado ao meu lado do

sofá. Anahi estava do outro lado, enquanto o homem que eu amava permanecia

a vários metros de distância e não tinha me dirigido nem um olhar na última

meia hora. Senti um tremendo frio na barriga.

Os detetives anotaram meus telefones, depois saíram com Christopher. Percebi

que meu pai olhava para ele com reprovação.

 —Vai ver ele foi comprar um anel de noivado pra você —, sussurrou Anahi,  —e não quer estragar a surpresa.

Apertei sua mão como uma forma de agradecer por ser tão carinhosa

comigo e por ter uma visão tão positiva do irmão. Eu torcia para que ele nunca a

decepcionasse ou desiludisse. Da mesma forma como eu estava desiludida.

Christopher e eu nunca seríamos nada — jamais teríamos uma verdadeira ligação —se ele não conseguisse ser sincero comigo.

Por que não tinha me contado sobre Pablo?