Fanfics Brasil - 23 Toda Sua - Vondy - (adaptada)

Fanfic: Toda Sua - Vondy - (adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: 23

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 Eu não tinha nenhuma razão para aguardar ansiosamente um encontro com Stanton, mas ainda assim saí pouco antes do meio-dia e encontrei um carro parado no meio-fio esperando por mim. Clancy, motorista e guarda-costas de Stanton, abriu a porta quando o cumprimentei. Ele assumiu seu lugar ao volante e tomou o caminho do centro. Vinte minutos depois, eu estava sentada em uma sala de reunião anexa ao escritório do meu padrasto, diante de uma refeição lindamente servida para duas pessoas.


 Stanton entrou na sala logo depois de mim, com sua aparência distinta e impecável.


Seus cabelos eram totalmente brancos, e seu rosto era bem delineado e ainda muito bonito.


Seus olhos tinham uma cor de brim lavado, e brilhavam, inteligentes. Ele era magro e atlético, sempre conseguia arrumar um tempinho em seus dias ocupados para se exercitar, mesmo antes de se casar com a esposa modelo — minha mãe.


 Eu me levantei, e ele me deu um beijo na bochecha.


—Você está linda, Dulce.


 —Obrigada.— Eu era muito parecida com minha mãe, que também era morena. Mas os olhos amendoados eram do meu pai.


 Sentando-se em uma cadeira na ponta da mesa, Stanton tinha consciência da paisagem que se descortinava atrás dele, com os prédios de Nova York, e sabia tirar vantagem da mpressão que causava.


 —Coma—, ele disse com a voz de comando tão facilmente entoada pelos homens poderosos. Homens como Christopher Uckermann.


 Será que Stanton era tão determinado quanto Uckermann quando tinha sua idade?  Apanhei o garfo e ataquei a salada de frango, nozes, queijo feta e frutas vermelhas.


Estava uma delícia, e eu tinha fome. Fiquei feliz por Stanton não ter começado a falar imediatamente, pois assim podia apreciar a refeição, mas o silêncio não durou muito.


 —Dulce, querida, eu gostaria de conversar sobre esse seu interesse por krav maga.


 Fiquei paralisada.


—Como é?


 Stanton tomou um gole de água gelada e se recostou, com o maxilar contraído de uma forma que avisava que eu não ia gostar do que ele estava prestes a dizer.


—Sua mãe ficou preocupadíssima ontem à noite quando você foi àquele lugar no Brooklyn. Demorou um tempo para ela se acalmar e se convencer de que eu poderia tomar providências para que você faça isso de maneira segura. Ela não quer...


 —Espere.— Eu larguei meu garfo cuidadosamente, já sem o menor apetite. —Como é que ela sabe aonde eu fui?—


 —Ela rastreou seu celular.


 —Não acredito!— Eu respirei fundo, desabando na cadeira. A tranquilidade com que ele deu essa resposta, como se fosse a coisa mais natural do mundo, me deixou enojada.


Senti algo no estômago, que subitamente parecia mais interessado em rejeitar o conteúdo do almoço do que em digeri-lo.


—Foi por isso que ela insistiu que eu usasse um telefone da empresa. Não tinha nada a ver com economia.


 —Claro que um dos motivos era esse. Mas assim ela também podia ter paz de espírito.


 —Paz de espírito? Espionando a própria filha, uma mulher adulta? Isso não é saudável, Richard. Você precisa entender. Ela ainda faz terapia com o doutor Petersen?


 Stanton pareceu incomodado.


—Sim, é claro.


 —Ela conta pra ele o que anda fazendo?


 —Não sei—, ele respondeu, seco. —Isso é assunto dela. Eu não interfiro.


 É claro que ele interferia. Stanton a pajeava o tempo todo, fazia tudo para agradá-la e mimá-la. Ele permitia que a obsessão dela pela minha segurança alcançasse proporções descomunais.


—Ela precisa pôr uma pedra sobre tudo o que aconteceu. Eu já fiz isso.


 —Você era uma menina inocente, Dulce. Ela se sente culpada por não ter conseguido proteger você. Precisamos ter um pouquinho de tolerância.


 —Tolerância? Ela invadiu minha privacidade!— Minha cabeça estava a mil. Como minha mãe tinha coragem de desrespeitar minha individualidade daquela forma? E por quefazia aquilo? Ela estava ficando maluca e me enlouquecendo junto. —Isso precisa acabar.—


 —Não tem problema nenhum. Já conversei com Clancy. Ele vai levar você quando precisar ir ao Brooklyn. Está tudo combinado. Vai ser muito melhor para você.


 —Não tente fingir que a maior beneficiada sou eu.— Meus olhos estavam ardendo e minha garganta queimava com o choro e a frustração contidos. Detestei a maneira como ele se referiu ao Brooklyn, como se fosse um país subdesenvolvido. —Sou uma mulher adulta.


Posso tomar minhas próprias decisões. Existe uma lei que diz isso!


 —Não precisa elevar o tom de voz comigo, Dulce. Estou apenas fazendo o melhor para sua mãe. E para você.—


 Eu me afastei da mesa. —Você está incentivando esse comportamento. Está mantendo ela doente, e me deixando doente também.


 —Sente-se. Você precisa comer. Monica está preocupada, acha que você não está se alimentando direito.


 —Ela se preocupa com tudo, Richard. Esse é o problema.— Larguei meu guardanapo


sobre a mesa. —Preciso voltar ao trabalho.—  Dei as costas, tomando imediatamente o caminho da porta para sair dali o quanto antes. Peguei minha bolsa com a secretária e deixei meu celular em cima da mesa dela.


Clancy, que estava me esperando na recepção, veio atrás de mim, e eu sabia que não adiantava tentar dispensá-lo. Ele seguia as ordens de Stanton e de mais ninguém.


 Clancy me levou de volta enquanto eu fumegava no banco de trás. Eu poderia reclamar o quanto quisesse, mas no fim não era muito diferente do meu padrasto, porque no fim acabaria cedendo. Eu ia deixar minha vontade de lado e fazer o que minha mãe queria, porque a ideia de fazê-la sofrer ainda mais era de cortar o coração. Ela era emotiva e sensível demais, e me amava a ponto de enlouquecer por causa disso.


 Eu estava de péssimo humor ao chegar ao Uckerfire. Quando Clancy me deixou no meio-fio, olhei para os dois lados na calçada lotada à procura de um mercadinho para comprar chocolate ou de uma loja para arrumar um celular novo.


 Acabei dando uma volta no quarteirão e comprando meia dúzia de chocolates na farmácia da esquina antes de entrar no prédio. Só fazia uma hora que eu tinha saído, mas eu não estava a fim de usar a hora a mais que Mark havia me concedido. Precisava trabalhar para esquecer minha família perturbada.


 Ao entrar sozinha no elevador, rasguei a embalagem de uma barra de chocolate e a mordi furiosamente. Estava disposta a consumir toda a minha cota de chocolate antes de chegar ao vigésimo andar, mas o elevador parou no quarto. Gostei da ideia de ter um tempo extra para deixar o chocolate e o caramelo derreterem na minha língua. 



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Autor(a): xX Paty Xx

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1149



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  • lovejelena Postado em 15/10/2017 - 01:46:11

    finalmente a dulce contou pra sua mãe sobre o casamento secreto dela e do chris. Continua.

  • lovejelena Postado em 23/09/2017 - 17:06:27

    que bom q vc voltou. Posta mais.

  • sahprado_ Postado em 21/09/2017 - 16:58:50

    Obaaa posta mais!

  • lovejelena Postado em 07/08/2017 - 00:43:00

    Continua :(

  • lovejelena Postado em 24/06/2017 - 16:47:47

    que bom que vc voltou

  • sahprado_ Postado em 19/06/2017 - 11:10:42

    Jesus coroado eu não tô bem. Posta maiss!!!

  • lovejelena Postado em 26/05/2017 - 22:51:35

    continua por favor

  • lovejelena Postado em 14/03/2017 - 17:55:31

    cadê você?

  • lovejelena Postado em 11/02/2017 - 17:30:21

    Eita porra. Continua.

  • lovejelena Postado em 29/01/2017 - 18:51:31

    Continua


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