Fanfic: Toda Sua - Vondy - (adaptada) | Tema: Vondy

Dei de cara com Diego Vidal Jr., o meio—irmão de Christopher.

 —Queria que você me concedesse a próxima dança —, ele disse com seu sorriso

de menino. Não havia nem sinal do homem malicioso que eu vira em um

vídeo filmado secretamente por Christian... em uma festa na residência dos Vidal.

Christian... apareceu ao meu lado e me olhou com uma expressão de

interrogação.

Meu primeiro instinto foi repelir Diego, mas então olhei ao redor.

 —Você está sozinho?

 —Isso faz diferença? — Ele me pegou nos braços.  —Sou eu que quero dançar

com você. Ela está em boas mãos —, ele disse para Christian..., levando—me para a pista.

Tínhamos nos conhecido exatamente daquele jeito, com um convite para

uma dança. Foi no mesmo dia do meu primeiro encontro com Christopher, e as

coisas não estavam muito boas entre nós já àquela altura.

 —Você está maravilhosa, Dulce. Adorei seu cabelo.

Consegui abrir um sorriso amarelo.  

—Obrigada.

 —Relaxe —, ele disse.  —Você está toda tensa. Eu não mordo.

 —Desculpe. É que não sei se você está acompanhado e não quero que ninguém

se aborreça por minha causa.

 —Estou só com meus pais e o empresário de um cantor que quero contratar

para a Vidal Records.

 —Ah. — Meu sorriso de repente se tornou mais sincero. Era o que eu esperava

ouvir.

Enquanto dançávamos, eu continuava olhando ao redor. Reparei que,

quando a música terminou, Alexandra Vidal se levantou. Ela pediu licença para

os presentes à mesa e eu pedi licença para Diego, que reclamou.

 —Preciso retocar a maquiagem —, eu disse.

—Certo. Mas faço questão de pagar um drinque quando você voltar.

Fui atrás de sua mãe, ainda em dúvida se deveria ou não dizer a Diego

que o considerava um canalha da pior espécie. Eu não sabia se Belinda

havia contado a ele sobre o vídeo. Se não tivesse, deveria ter uma boa razão para

tanto.

Fiquei esperando Alexandra na porta do banheiro. Quando ela apareceu,

viu—me ali parada no corredor e sorriu. A mãe de Christopher era uma mulher

belíssima, com longos cabelos loiro escuros e o mesmo par de olhos esverdeados deslumbrantes de seu filho e de Anahi. Só de olhar para ela meu coração se apertou.

Eu sentia muita falta de Christopher. Precisava lutar a cada momento contra o impulso de ir atrás dele e me submeter ao que quisesse.

 —Dulce. — Ela me cumprimentou com beijos estalados no ar.  —Diego bem

que falou que era você. Nem a reconheci. Você está tão diferente com esse cabelo. Ficou uma graça.

 —Obrigada. Preciso falar com você. Em particular.

 —Ah, é? — Ela franziu a testa.  —Aconteceu alguma coisa? É sobre Christopher?

 —Venha comigo. — Fiz um sinal para continuarmos andando pelo corredor,

na direção da saída de emergência.

 —Do que se trata?

Quando nos afastamos dos banheiros, eu disse a ela.

 —Lembra quando Christopher era criança e contou que tinha sido abusado?

Ela ficou pálida.  

—Ele te contou sobre isso?

 —Não. Mas vi os pesadelos que ele tem. Pesadelos horrorosos, violentos, em

que grita por misericórdia. — Meu tom de voz era grave e crispado de raiva. Precisei me segurar para conter minhas mãos quando vi sua expressão ao mesmo tempo envergonhada e desafiadora.  

—Era sua obrigação proteger e ajudar seu filho!

Ela levantou o queixo.

  —Você não sabe...