Fanfic: Toda Sua - Vondy - (adaptada) | Tema: Vondy

Mantivemos um ritmo puxado durante a manhã toda, e eu fiquei muito

satisfeita com nosso progresso. Minha ideia era manter Mark ocupado demais para se preocupar com outras coisas. O trabalho era a minha melhor terapia, e logo percebi que para ele a coisa funcionava da mesma maneira.

Quando paramos para almoçar, passei pelo meu cubículo para deixar o tablet e

encontrei um envelope de correspondência interna do edifício sobre a minha

mesa. Meu coração se acelerou de empolgação e minhas mãos tremeram um

pouco quando o abri e puxei um bilhete lá de dentro.

O FEITIÇO É TODO SEU

FAZ MEUS SONHOS VIRAREM REALIDADE.

BJ

Apertei o bilhete junto ao peito, desejando na verdade abraçar quem o escrevera.

Estava pensando em espalhar pétalas de rosas sobre nossa cama quando o telefone tocou. Não fiquei nem um pouco surpresa ao ouvir a voz de femme fatale da minha mãe do outro lado da linha.

—Dulce. Clancy me contou. Por favor, não fique chateada. Você precisa entender...

—Já entendi.— Abri a gaveta e guardei o bilhetinho de Christopher na bolsa. —Mas escuta só: você não pode mais usar Pablo como desculpa. Se mandar plantar mais alguma escuta ou rastreador nas minhas coisas, pode se preparar pra uma briga feia. Estou falando sério, da próxima vez que isso acontecer, minha relação com você nunca mais vai ser a mesma.

Ela suspirou.

—Podemos conversar pessoalmente, por favor? Vou sair para almoçar com Christian, e posso te esperar na sua casa até você chegar.

—Tudo bem.— A irritação começou a se dissipar com a mesma velocidade com que apareceu. Minha mãe tratava Christian como se fosse meu irmão, e era assim que eu o considerava. Ela dava a ele o amor de mãe que tanto fez falta na vida dele.

Além disso, ambos adoravam moda e eram obcecados pela aparência — ou seja, eram a companhia perfeita um para o outro.

—Eu te amo, Dulce. Mais do que tudo.

Eu suspirei.

—Eu sei, mãe. E amo você também.

Uma luz no telefone se acendeu, indicando uma chamada da recepção, e eu me despedi da minha mãe e atendi.

—Oi.— A voz de Maite veio até mim em um sussurro. —Aquela mulher que veio aqui uma vez e você não quis atender está aqui de novo.

Eu franzi a testa. Precisei de um tempo para entender do que ela estava falando.

—Belinda Peregrin?

—Sim. Essa mesma. O que eu faço?

—Nada.— Eu me levantei. Ao contrário da última vez em que a amiga—que desejava—ser—algo—mais de Christopher apareceu, eu estava preparada para lidar com ela sozinha. —Estou indo aí.

—Posso ouvir a conversa?

—Ha! Já estou chegando aí. Não vai demorar muito, e depois vamos almoçar.

Por pura vaidade, ainda passei um batonzinho antes de pôr a bolsa no ombro e

ir para a recepção. Ainda pensando no bilhete de Christopher, abri um sorriso ao encontrar Belinda na sala de espera. Ela se levantou quando me viu, linda

como sempre, e não pude deixar de admirá—la.

Quando a conheci, seus cabelos claros eram bem longos, como os de Fernanda Malo, mas agora já tinham sido cortados na altura dos ombros, revelando ainda mais a beleza exótica de seu rosto. Ela estava usando calça creme e uma blusinha preta sem mangas com um laço no quadril. Para completar o visual, brincos e um colar de pérolas combinando.

—Belinda.— Fiz um sinal para que ela se sentasse e me acomodei na poltrona

do outro lado da mesinha. —O que traz você aqui?