Fanfic: Toda Sua - Vondy - (adaptada) | Tema: Vondy

—Me desculpe aparecer assim sem avisar no seu trabalho, Dulce, mas fui fazer uma visita a Christopher e resolvi dar uma paradinha aqui. Queria pedir uma coisa para você.

—Ah, é?— Pus a bolsa de lado e cruzei as pernas, alisando minha camisa roxa.

Fiquei um tanto ressentida por ela poder falar abertamente com meu namorado e eu não. Mas não havia outro jeito.

—Uma jornalista me procurou hoje, fazendo perguntas pessoais a respeito de

Christopher.

Apertei com força o braço da poltrona com os dedos.

—Angelique Boyer? Você não disse nada, não é?

—Claro que não.— Belinda se inclinou para a frente, apoiando os cotovelos nos joelhos. Seus olhos claros pareciam sombrios. —Pelo jeito ela já conversou com você.

—Ela tentou.

—Ela faz bem o tipo dele—, Belinda apontou, e olhou bem para mim.

—Eu percebi.

—O tipo com o qual ele não perde muito tempo.— Ela abriu um sorriso

malicioso. —Ele disse a Fernanda que seria melhor manter a amizade entre eles à distância. Mas acho que você já sabe disso.

Fui invadida por uma onda de prazer ao ouvir aquilo.

—Como é que eu iria saber?

—Ah, você tem suas fontes, com certeza.— Os olhos de Belinda brilharam,

como se ela já estivesse sabendo de algo.

Estranhamente, estava me sentindo à vontade falando com ela. Talvez porque ela mesma parecesse mais relaxada do que das últimas vezes que nos encontramos.

—Você parece estar muito bem.

—Eu chego lá. Acabei de me livrar de uma pessoa que considerava um amigo,

mas que na verdade só me fazia mal. Sem ele por perto, estou conseguindo ver as coisas claramente de novo.— Ela se endireitou. —Estou com um namorado novo.

—Que bom.— Nesse aspecto, eu desejava só o melhor para ela. Belinda havia

sido usada sordidamente por Diego, o irmão de Christopher. Mas ela não sabia que eu tinha conhecimento desse fato. —Tomara que dê tudo certo.

—Tomara mesmo. Gage é muito diferente de Christopher. Ele faz mais o tipo artista torturado.

—Uma alma sensível.

—Pois é. Bastante sensível, ao que parece. Espero que seja mesmo.— Ela se

levantou. —Enfim, não quero tomar o seu tempo. Fiquei preocupada com a tal

jornalista, e queria falar a respeito com você.

Eu a corrigi enquanto me levantava.

—Ficou preocupada que eu dissesse alguma coisa pra ela sobre Christopher.

Ela não negou.

—Tchau, Dulce.

—Tchau.— Eu a acompanhei até a porta.

—Até que não foi tão ruim—, disse Maite ao meu lado. —Não teve gritos nem

arranhões.

—Vamos ver por quanto tempo isso dura.

—Está pronta pro almoço?

—Estou morrendo de fome. Vamos lá.