Fanfics Brasil - 325 Toda Sua - Vondy - (adaptada)

Fanfic: Toda Sua - Vondy - (adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: 325

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Faltando dez para a uma, saí do prédio e encontrei Clancy à minha espera. Ele


acenou para o porteiro e abriu a porta do carro para mim, mas sua aparência


deixava bem claro que sua função não se limitava à de um simples motorista. Ele se comportava como a máquina de guerra que na verdade era — desde que o vi pela primeira vez, não me lembrava de tê—lo visto sorrindo.


Uma vez atrás do volante, ele desligou o rádio, que em geral ficava sintonizado


na frequência da polícia, tirou os óculos claros e me olhou pelo retrovisor.


—Como você está?


—Melhor que a minha mãe, imagino.


Profissional experiente que era, ele jamais permitiria que sua expressão


indicasse o que estava passando por sua cabeça. Em vez disso, ele recolocou os óculos claros e sintonizou o som do carro com o meu celular via Bluetooth para tocar as minhas músicas. Só depois disso Clancy pôs o carro em movimento.


Amolecida por sua gentileza, que aliás era algo constante, eu falei:


—Ei. Me desculpa por tudo o que eu falei. Você estava fazendo seu trabalho, e não merecia ficar aguentando encheção de saco por isso.


—Eu não cuido da sua segurança só por obrigação, srta. Savinõn.


Fiquei em silêncio por um tempo, tentando entender o que ele quis dizer com


aquilo. Minha relação com Clancy era distante e puramente profissional. Nós


costumávamos nos ver com frequência porque ele era o responsável por me levar e me buscar na academia do krav maga, que ficava no Brooklyn. Porém, eu jamais imaginei que ele poderia ter algum tipo de motivação pessoal para cuidar da minha segurança. Clancy era o tipo de cara que tinha muito orgulho de seu trabalho.


—É que não foi só aquilo—, eu esclareci. —Já tinha acontecido um monte de coisas antes de você e Stanton entrarem em cena.


—Desculpas aceitas.


Aquela resposta brusca e impessoal combinava tanto com ele que até dei risada.


Eu me ajeitei melhor no assento e olhei pela janela, para a cidade que eu havia


adotado e aprendido a amar. Na calçada ao meu lado, estranhos se aglomeravam ombro a ombro em torno de um pequeno balcão, comendo fatias de pizza. Por mais que estivessem próximos, a distância entre eles era enorme, revelando a habilidade única dos nova—iorquinos de ser uma ilha em meio a um mar de pessoas. Os pedestres caminhavam apressados em todas as direções, ignorando um homem que entregava panfletos religiosos e o cachorrinho postado a seus pés.


O ritmo frenético da cidade injetava nas pessoas tamanha vitalidade que os


pedestres ali pareciam andar mais depressa que em qualquer outro lugar. Era um tremendo contraste com a velocidade indolente e sensual do Sul da Califórnia, onde eu havia feito a faculdade e onde meu pai ainda morava. Nova York era uma dominatrix no auge da forma, estalando o seu chicote e torturando seus súditos sem um pingo de dó.


Minha bolsa vibrou ao meu lado no assento, e eu peguei o celular. Dei uma


olhada rápida na tela e vi que era o meu pai. Sábado era o dia dos nossos papos semanais, uma ocasião que eu aguardava ansiosamente, mas quase pensei em deixar a ligação cair na caixa postal e conversar com ele quando estivesse me sentindo melhor. Eu estava irritada com a minha mãe, e meu pai andava preocupado demais desde que veio me visitar em Nova York.


Ele estava comigo quando a polícia apareceu no meu apartamento para me dizer que Pablo estava na cidade. Os detetives despejaram essa notícia bombástica antes de revelar que ele havia sido assassinado, e eu não consegui esconder meu pavor com a ideia de tê—lo por perto. Meu pai ficou bem desconfiado depois de ver minha reação.


—Oi—, eu atendi, para não ficar mal com ambos os meus pais ao mesmo tempo.


—Como você está?


—Com saudade de você—, ele respondeu com a voz profunda e confiante de que eu tanto gostava. Meu pai era o homem mais perfeito que eu conhecia — um loiro bonito, confiante, inteligente e fiel como um cão de guarda.


—E você?


—Não tenho muito do que reclamar.


—Então reclame só um pouquinho. Sou todo ouvidos.


Eu ri baixinho.


—A mamãe anda me dando trabalho.



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Autor(a): xX Paty Xx

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—O que ela fez agora?—, ele perguntou, com um toque de divertimento e indulgência na voz. —Ela anda enfiando o nariz onde não é chamada. —Ah. Às vezes os pais se preocupam com as brincadeiras das crianças. —Você nunca fez isso—, eu argumentei. —Eu nunca precisei chegar a esse ponto—, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1149



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  • lovejelena Postado em 15/10/2017 - 01:46:11

    finalmente a dulce contou pra sua mãe sobre o casamento secreto dela e do chris. Continua.

  • lovejelena Postado em 23/09/2017 - 17:06:27

    que bom q vc voltou. Posta mais.

  • sahprado_ Postado em 21/09/2017 - 16:58:50

    Obaaa posta mais!

  • lovejelena Postado em 07/08/2017 - 00:43:00

    Continua :(

  • lovejelena Postado em 24/06/2017 - 16:47:47

    que bom que vc voltou

  • sahprado_ Postado em 19/06/2017 - 11:10:42

    Jesus coroado eu não tô bem. Posta maiss!!!

  • lovejelena Postado em 26/05/2017 - 22:51:35

    continua por favor

  • lovejelena Postado em 14/03/2017 - 17:55:31

    cadê você?

  • lovejelena Postado em 11/02/2017 - 17:30:21

    Eita porra. Continua.

  • lovejelena Postado em 29/01/2017 - 18:51:31

    Continua


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