Fanfics Brasil - 58 Toda Sua - Vondy - (adaptada)

Fanfic: Toda Sua - Vondy - (adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: 58

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Mantive a cabeça baixa ao passar pela recepção e saí do hotel por uma porta lateral. Fiquei vermelha de vergonha ao me lembrar do gerente que cumprimentou Christopher no elevador. Era capaz de imaginar o que ele pensava de mim. Ele devia saber para que servia aquele quarto. Eu não conseguia suportar a ideia de ser apenas mais uma de uma longa lista, mas foi exatamente isso o que me tornei quando pus os pés naquele hotel.


 Teria dado muito trabalho parar na recepção e pedir um quarto que seria só nosso?


 Saí andando sem direção e sem destino definido. Já havia escurecido, e a cidade ganhava uma nova vida e se reenergizava depois de mais um dia de trabalho. Barraquinhas fumegantes de comida dominavam as calçadas, junto com vendedores ambulantes oferecendo quadros, camisetas ou até roteiros de filmes e episódios de seriados de TV.


 A cada passo que eu dava, a adrenalina da fuga baixava um pouco mais. A imaginação maliciosamente excitada pela visão de Christopher saindo do banheiro para encontrar o quarto vazio e a cama repleta de parafernálias sexuais foi perdendo o efeito.


Comecei a me acalmar... e a refletir seriamente sobre o que tinha acontecido.


 Teria sido uma coincidência Christopher me convidar para ir a uma academia tão convenientemente próxima de seu abatedouro sexual?


 Lembrei da conversa que tivemos no escritório na hora do almoço, e a dificuldade que ele sentiu para expressar seu desejo de ficar comigo. Ele estava tão confuso e dividido quanto eu, e nessa situação o mais natural seria mesmo recorrer aos hábitos rotineiros.


Afinal de contas, eu mesma não tinha acabado de fazer isso, apesar de ter investido tantos anos em terapia para aprender a não me fechar e fugir quando estivesse magoada?


 Angustiada, parei em uma cantina e me sentei a uma mesa. Pedi um cálice de syrah e uma pizza margherita, esperando que o vinho e a comida acalmassem minha ansiedade para que eu pudesse voltar a pensar direito.


 Quando o garçom voltou com meu vinho, virei metade da taça de uma vez sem nem sentir o gosto. Já estava com saudade de Christopher, do bom humor que ele demonstrou antes de eu ir embora. Seu cheiro estava impregnado em mim — junto com o do sexo inacreditável que fizemos. Senti meus olhos arderem, e deixei algumas lágrimas caírem, apesar de estar em público, em um restaurante cheio de gente. A pizza chegou e eu provei um pedaço. Tinha gosto de papelão, e isso não tinha nada a ver com a qualidade dos ingredientes, do cozinheiro ou do lugar.


 Puxei a cadeira em que havia deixado minha bolsa e peguei o celular novo, com a intenção de ligar para o dr. Travis e deixar um recado. Ele tinha proposto que continuássemos com as sessões à distância até que eu encontrasse um terapeuta em Nova York, e decidi aceitar a oferta. Foi quando vi as vinte e uma ligações perdidas de Christopher e uma mensagem de texto: Estraguei tudo de novo. Não me abandone. Fale comigo. Por favor.


 As lágrimas voltaram a rolar. Apertei o telefone contra o peito, sentindo-me perdida. Não conseguia afastar da cabeça a imagem de Christopher com outras mulheres. Não conseguia deixar de imaginá-lo trepando feito louco com outra mulher naquela mesma cama, usando aqueles brinquedinhos nela, levando-a à loucura, extraindo prazer do corpo dela...


 Era um pensamento irracional e sem sentido, que fazia com que eu me sentisse mesquinha e patética, e se manifestava em uma dor física.


 Levei um susto quando o telefone começou a vibrar, e quase o derrubei. Dominada pelo sofrimento, pensei em deixar tocar até cair na caixa postal, porque estava escrito na tela que era Christopher — a única pessoa que tinha aquele número —, mas não fui capaz de ignorar, porque ele estava claramente histérico. Por mais que eu quisesse magoá-lo antes, naquele momento essa ideia era insuportável.


 —Alô.— Estranhei minha própria voz, abafada pelas lágrimas e pela tristeza que sentia.


 —Dulce! Graças a Deus.— Christopher parecia ansiosíssimo. —Onde você está?


 Olhei ao redor e não encontrei nada que me dissesse o nome do restaurante.


—Não sei. Eu... sinto muito, Christopher.


 —Não, Dulce. A culpa foi minha. Preciso encontrar você. Pode descrever o lugar onde está? Você foi andando?


 —Sim, vim andando.


 —Eu sei qual foi a saída que você usou. Pra que lado você foi?— Ele estava ofegante, e eu conseguia ouvir o barulho do trânsito e das buzinas ao redor.


 —Pra esquerda.


 —Você virou alguma esquina depois disso?


 —Acho que não. Não sei.— Olhei em volta à procura de um garçom. —Estou em um restaurante. Italiano. Com lugares na calçada... e uma cerquinha de ferro. Portas vazadas... Pelo amor de Deus, Christopher, eu...


 Ele apareceu, a princípio como um vulto na porta de entrada segurando um telefone contra a orelha. Eu o reconheci imediatamente, observei sua reação de paralisia quando me viu sentada junto da parede dos fundos. Ele enfiou o telefone no bolso da calça jeans que mantinha no hotel e passou direto pela hostess que o abordou antes de chegar até mim. Mal tive tempo de me levantar e ele avançou contra mim e me abraçou bem forte.


 —Pelo amor de Deus.— Ele estremeceu de leve e enterrou a cabeça no meu pescoço. —Dulce.


 Retribuí o abraço. Ele cheirava como alguém recém-saído do chuveiro, o que me fez lembrar que estava precisando demais de um banho.


 —Eu não poderia estar aqui—, ele disse asperamente, recuando um pouco para envolver meu rosto com suas mãos. —Não posso aparecer em público assim. Podemos ir pra minha casa?


 Alguma coisa no meu rosto deve ter denunciado minha preocupação, porque ele me deu um beijo na testa e sussurrou:


—Não vai ser como no hotel, eu prometo. A única mulher que já esteve na minha casa foi minha mãe, além da governanta e das empregadas.


 —Isso é idiotice—, murmurei. —Estou sendo idiota.


 —Não.— Ele afastou os cabelos do meu rosto e se inclinou para cochichar na minha orelha. —Se você tivesse me levado a um lugar reservado para trepar com outros homens, eu teria perdido a cabeça.


 O garçom apareceu, e nós nos afastamos. —O senhor quer um cardápio?


 —Não, obrigado.— Christopher sacou a carteira do bolso e estendeu a mão com o cartão de crédito. —Já estamos de saída.



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Autor(a): xX Paty Xx

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1149



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  • lovejelena Postado em 15/10/2017 - 01:46:11

    finalmente a dulce contou pra sua mãe sobre o casamento secreto dela e do chris. Continua.

  • lovejelena Postado em 23/09/2017 - 17:06:27

    que bom q vc voltou. Posta mais.

  • sahprado_ Postado em 21/09/2017 - 16:58:50

    Obaaa posta mais!

  • lovejelena Postado em 07/08/2017 - 00:43:00

    Continua :(

  • lovejelena Postado em 24/06/2017 - 16:47:47

    que bom que vc voltou

  • sahprado_ Postado em 19/06/2017 - 11:10:42

    Jesus coroado eu não tô bem. Posta maiss!!!

  • lovejelena Postado em 26/05/2017 - 22:51:35

    continua por favor

  • lovejelena Postado em 14/03/2017 - 17:55:31

    cadê você?

  • lovejelena Postado em 11/02/2017 - 17:30:21

    Eita porra. Continua.

  • lovejelena Postado em 29/01/2017 - 18:51:31

    Continua


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