Fanfic: Toda Sua - Vondy - (adaptada) | Tema: Vondy

Christopher tinha trabalhado muito, resgatando o nome da família para um patamar que inspirava assombro, respeito e uma quantia considerável de medo. Eu não queria vê-lo regredir em nada.

Achei que teria mais tempo antes de precisar escolher. E não podia deixar de pensar que estava dividida entre minha independência e o amor por meu marido.

O dilema me perturbou a manhã inteira, minando um pouco a empolgação que sentira com a proposta.

Então o relógio começou a se aproximar do meiodia, e Eddy invadiu meus pensamentos.

Estava na hora de assumir a responsabilidade pela bagunça que eu tinha feito. Abrira a porta para Eddy e a deixara aberta, porque não tinha conseguido organizar minha cabeça. Agora era meu dever consertar aquilo antes que ele afetasse ainda mais meu casamento.

Às cinco para o meio-dia, pedi a Mark para sair um pouco mais cedo e desci até a recepção. Eddy já estava me esperando, de pé junto da porta com as mãos nos bolsos da calça jeans. Estava usando uma camiseta branca, sandálias e óculos escuros no alto

da cabeça.

Vê-lo ali quase me fez tropeçar. Não porque ele fosse gostoso, o que era, mas porque parecia deslocado no Uckerfire. Da outra vez em que nos encontramos em Nova York, antes do lançamento do

vídeo na Times Square, marcamos do lado de fora do prédio. Agora, ele estava ali dentro, quase no mesmo lugar em que esbarrei em Christopher pela primeira vez.

As diferenças entre os dois eram óbvias e nada tinham a ver com roupa ou dinheiro.

Eddy sorriu ao me ver, ajeitando o corpo, movendo-se daquele jeito que os homens fazem quando ficam excitados. Outros homens, não

Christopher. Quando conheci meu marido, seu corpo e sua voz não transpareceram nada. Apenas os olhos traíram seu interesse por mim, e apenas por um instante.

Só depois descobri o que acontecera naquele momento.

Christopher me reivindicara para si… e em troca se entregara por inteiro. Num único olhar. Ele me reconhecera no instante em que me vira. Precisei de mais tempo para entender o que éramos um para o outro. O que íamos ser.

Não podia deixar de comparar o modo gentil e possessivo com que Christopher me olhava com a maneira primitiva e libidinosa com que Eddy me estudava dos pés à cabeça.

De repente, ficou claro que Eddy nunca chegara a pensar em mim como dele. Não da mesma forma que Christopher. Eddy me desejara, ainda me desejava, mas mesmo quando me tinha não impunha qualquer posse sobre mim, muito menos oferecia em troca

algo de si.

Christopher. Sentindo a cabeça girar, procurei e encontrei uma das muitas câmeras de segurança que  havia no teto. Apertei a mão sobre o coração. Sabia que ele não devia estar olhando. Sabia que teria que acessar deliberadamente a transmissão e que ele tinha trabalho demais para perder tempo com aquilo, mas ainda assim…

-Dulce.-

Deixei o braço pender junto do corpo. Olhei para Eddy à medida que ele se aproximava com o caminhar confiante de quem sabia que era atraente e achava que ainda tinha alguma chance.

A recepção estava lotada, pessoas iam e vinham em fluxos constantes, como em qualquer arranha-céu de Manhattan. Quando ele abriu os braços na minha direção, dei um passo para trás e estendi a mão esquerda, exatamente como fizera em San Diego.

Jamais faria Christopher sentir de novo a dor que sentira quando me viu beijando Eddy.

Ele franziu a testa, e seus olhos perderam todo o calor.

-Sério? É assim que vai ser entre a gente agora?-

-Sou uma mulher casada-, lembrei. -Não fica bem a gente se abraçar.-

-E as mulheres com quem ele desfila em tudo que é tabloide? Isso pode?-

-Qual é?-, eu o repreendi. -Você sabe que não se deve acreditar em tudo o que a imprensa fala.-

Ele apertou os lábios e enfiou as mãos de volta nos bolsos.

-Pois pode acreditar no que dizem sobre o que sinto por você.-

Senti um frio na barriga.

-Acho que você acredita nisso.-

Isso me deixou um pouco triste. Ele não conhecia o que eu e Christopher  tínhamos, porque nunca experimentara nada parecido. Torcia para que um dia ele vivesse aquilo. Eddy não era um cara ruim. Só não era feito para mim.

Resmungando consigo mesmo, ele virou e apontou na direção da saída.

-Vamos dar o fora.-

Fiquei dividida. Queria privacidade tanto quanto ele, mas também queria ficar num lugar com testemunhas que pudessem tranquilizar Christopher. Mas não era como se pudéssemos fazer um piquenique na entrada do Uckerfire. Relutante, caminhei ao lado dele. 

****** Ok vou tentar postar diariamente então loveJelena ;) se tiver comentários e eu sentir que estão ai....*****