Fanfic: Toda Sua - Vondy - (adaptada) | Tema: Vondy
Vi Arnoldo assim que entrei no Tableu One. Ele
estava de pé junto a uma mesa para dois no fundo do
restaurante, usava uma camisa branca de cozinheiro
impecável e calça preta e falava com uma mulher que
eu não podia ver direito.
Ela voltou o rosto na minha direção quando me
aproximei. Seu cabelo loiro comprido deslizou
sobre os ombros, e seus olhos azuis se iluminaram
por um instante, mas o brilho se extinguiu
imediatamente. O sorriso com que me cumprimentou
foi frio e mais do que convencido.
-Fernanda.- Cumprimentei-a com um aceno de
cabeça antes de apertar a mão de Arnoldo. O
restaurante que ele tocava com meu apoio estava
cheio para o almoço, e o burburinho das inúmeras
conversas era alto o suficiente para abafar o som da
música italiana que vinha dos alto-falantes embutidos
no teto.
Arnoldo pediu licença para voltar à cozinha,
levando a mão de Fernanda aos lábios para um beijo
de despedida. Antes de nos deixar, lançou-me um
olhar com o qual indicava que precisávamos
conversar mais tarde.
Sentei diante de Fernanda. -Obrigado por tirar um
tempo para encontrar comigo.-
-Seu convite foi uma surpresa agradável.-
-Mas não inesperada, imagino.- Recostei-me na
cadeira, absorvendo a cadência suave da fala dela.
Enquanto a voz rouca de Dulce me despertava um
desejo profundo, a de Fernanda me acalmava.
Ela abriu um sorriso e limpou uma poeirinha
invisível no decote acentuado do vestido vermelho.
-Não, eu diria que não.-
Irritado com aquele joguinho, fui direto ao ponto.
-O que está fazendo? Você valoriza a privacidade
tanto quanto eu.-
Fernanda estreitou os lábios numa linha firme. -Foi
o que pensei quando vi pela primeira vez aquele
vídeo de vocês dois discutindo no parque. Você diz
que não te conheço, mas conheço muito bem, e ter a
vida exposta nos tabloides é algo que jamais admitiria
em circunstâncias normais.-
-E o que é normal?-, rebati, incapaz de negar que
eu era diferente com Dulce. Nunca cedi a mulheres que
me testassem esperando um gesto grandioso em
troca. Se me seguissem com agressividade suficiente,
permitia uma noite comigo. Com Dulce, era eu quem
corria atrás.
-Esse é justamente o ponto… Você não lembra
mais. Porque está envolvido num caso passional e
não consegue enxergar nada além dele.-
-Não existe nada além dele, Fernanda. Vou ficar
com Dulce até morrer.-
Ela suspirou. -Você acha isso agora, mas relações
tempestuosas não duram, Christopher. Queimam até virar
cinzas. Você gosta de ordem, de calma, e não vai ter
isso com Dulce. Nunca. No fundo, uma parte de você
sabe disso.-
Aquelas palavras me atingiram. De alguma forma,
ela ecoara meus próprios pensamentos.
Um garçom se aproximou da mesa. Fernanda
pediu uma salada; eu pedi um drinque — duplo.
-Então está escrevendo um livro sobre a gente…
pra quê?-, perguntei assim que o garçom saiu. -Pra
se vingar de mim? Magoar Dulce?-
-Não. Só quero que você lembre.-
-Não é assim que vai conseguir isso.-
-E como vou?-
Sustentei o olhar dela. -Acabou, Fernanda. Expor
suas memórias não vai mudar nada.-
-Talvez não-, ela admitiu, parecendo tão triste que
senti uma pontada de arrependimento por ter sido
duro. -Mas você disse que nunca me amou. O
mínimo que posso fazer é provar o contrário. Eu te
dei conforto. Satisfação. Você foi feliz comigo. Não
vejo essa tranquilidade quando está com ela. Você
não pode me dizer que se sente da mesma forma.-
-Tudo o que está falando me faz acreditar que
nem liga se eu ficar com você ou não. Mas você está
se separando de Malo, e talvez ligue para dinheiro.
Quanto pagaram pra você vender seu ‘amor’ por
mim?-
Ela ergueu o queixo num desafio. -Não é por isso
que estou escrevendo o livro.-
-Você só quer ter certeza de que não vou ficar
com Dulce.-
-Só quero que você seja feliz, Christopher. E, desde
que conheceu essa mulher, você não parece nada
feliz.-
Como Dulce reagiria quando lesse o livro? Não
muito melhor do que eu estava reagindo a -Golden-.
Os olhos de Fernanda repousaram em minha mão
esquerda, que descansava sobre a mesa. -Você deu
a aliança da sua mãe para Dulce.-
-Há muito tempo que não é mais dela.-
Fernanda deu um gole na taça de vinho que estava
na mesa antes de eu chegar. -Você já tinha a aliança
quando estava comigo?-
-Já.-
Ela estremeceu.
-Pode tentar convencer a si mesma de que Dulce e
eu somos incompatíveis,- disse firme, -e que só
brigamos ou transamos e não temos nada mais
substancial. Mas a verdade é que ela é minha outra
metade e o que você está fazendo vai magoá-la. Se
cancelar o livro, posso cobrir o valor do contrato
com a editora.-
Ela me olhou por um longo tempo. -Não… não
posso, Christopher.-
-Por quê?-
-Está me pedindo para desistir de você. Esse é
meu jeito de não fazer isso.-
Eu me aproximei dela sobre a mesa. -Se sente
alguma coisa por mim, Fernanda, por favor, não
publique este livro.-
-Christopher…-
-Se fizer isso, vai transformar as boas lembranças
que eu tinha em algo que odeio.-
Seus olhos azuis encheram-se de água. -Sinto
muito.-
Afastei a cadeira da mesa e me levantei. -Vai
sentir mesmo.-
Dando as costas para ela, saí do restaurante e fui
até o Bentley que esperava por mim. Angus abriu a
porta, com o olhar fixo além de mim, na janela ampla
do Tableau One.
-Merda.- Sentei no banco traseiro. -Puta que
pariu!-
As pessoas que se sentiam injustiçadas por mim
de alguma forma estavam surgindo das trevas feito
aranhas, atraídas pela presença de Dulce na minha
vida. Ela era minha maior vulnerabilidade, uma que eu
não era capaz de ocultar muito bem. E isso estava
começando a se tornar um problema que eu
precisava resolver. Diego , Anne, Landon,
Fernanda… eram apenas o começo. Havia mais gente
que não gostava de mim. E mais gente ainda que
guardava rancor do meu pai.
Antigamente eu provocava essas pessoas,
divertindo-me com o desafio. Agora, os filhos da
mãe estavam tentando me atingir através da minha
esposa. E todos de uma vez. Aquilo estava me
esgotando. Se eu não fechasse a guarda de vez, se
não me concentrasse completamente, ia deixar Dulce
desprotegida.
E tinha que evitar isso a todo custo.
-Ainda quero ver você hoje-, Dulce disse, a voz
sedutora emanando do telefone feito fumaça.
-Isto não está em questão-, respondi,
recostando-me na cadeira. Pela janela, podia ver o
sol baixo no horizonte. O dia estava chegando ao fim.
Em algum ponto no meio daquela semana turbulenta,
agosto dera lugar a setembro. -Você lida com Chris,
eu vou encontrar Arnoldo, e nosso fim de semana vai
começar em seguida.-
Autor(a): xX Paty Xx
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-Nossa, a semana passou voando. Preciso malhar. Faltei a aulas demais.- -Você pode lutar comigo amanhã.- Ela riu. -Ah, é, tá bom.- -Estou falando sério.- Pensei em Dulce usando roupas de ginástica, e meu pau reagiu na mesma hora. -Não posso lutar com você!-, ela protestou. -Claro que pode.- -Você treina h&a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1149
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lovejelena Postado em 15/10/2017 - 01:46:11
finalmente a dulce contou pra sua mãe sobre o casamento secreto dela e do chris. Continua.
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lovejelena Postado em 23/09/2017 - 17:06:27
que bom q vc voltou. Posta mais.
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sahprado_ Postado em 21/09/2017 - 16:58:50
Obaaa posta mais!
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lovejelena Postado em 07/08/2017 - 00:43:00
Continua :(
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lovejelena Postado em 24/06/2017 - 16:47:47
que bom que vc voltou
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sahprado_ Postado em 19/06/2017 - 11:10:42
Jesus coroado eu não tô bem. Posta maiss!!!
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lovejelena Postado em 26/05/2017 - 22:51:35
continua por favor
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lovejelena Postado em 14/03/2017 - 17:55:31
cadê você?
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lovejelena Postado em 11/02/2017 - 17:30:21
Eita porra. Continua.
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lovejelena Postado em 29/01/2017 - 18:51:31
Continua