Fanfics Brasil - 667 - D Toda Sua - Vondy - (adaptada)

Fanfic: Toda Sua - Vondy - (adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: 667 - D

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Minha mãe arregalou os olhos, e logo depois franziu a testa.

Um nome. Não precisei dizer mais nada.

A ex de Christopher era um problema que não exigia maiores

explicações.

Era raro alguém ir a Manhattan e não se sentir imediatamente

em um lugar familiar. Os cenários da Big Apple haviam sido

imortalizados em inúmeros filmes e programas de TV, espalhando

pelo mundo todo o amor que os habitantes de Nova York sentiam

pela cidade.

Eu não era exceção.

Adorava a elegância art déco do Chrysler Building. Conseguia

me localizar em qualquer parte da ilha só avistando o Empire

State.

Fiquei impressionada com a altura da Freedom Tower, que

dominava a paisagem no centro da cidade. Mas o Edifício Uckerfire

era de outra categoria. Eu já achava isso antes mesmo de me

apaixonar pelo homem cuja visão levou à construção do prédio.

Quando Raúl estacionou a Mercedes, observei com admiração

o vidro safira que envolvia a forma de obelisco do edifício. Ergui a

cabeça e deixei que meu olhar se dirigisse até o alto, para o espaço

iluminado que abrigava a sede das Indústrias Uckermann . Os pedestres

passavam sem parar ao meu redor, a calçada lotada de homens e

mulheres de negócios com pastas de couro em uma das mãos e um

copo fumegante de café na outra.

Senti a presença de Christopher antes mesmo de vê-lo, com meu

corpo todo vibrando assim que ele saiu do Bentley, estacionado

logo atrás da Mercedes. O ar ficou carregado de eletricidade, como

se uma tempestade estivesse a caminho.

Eu me virei para ele com um sorriso no rosto. Não era

coincidência chegarmos no mesmo instante. Soube disso assim que

vi seus olhos.

Estava usando terno preto, camisa branca e gravata prata.

Mechas escuras e sensuais de seus cabelos roçavam a mandíbula e

o colarinho. Christopher ainda me encarava com a mesma ferocidade

sensual que me atraíra a princípio, mas agora havia também

ternura em seus olhos azuis reluzentes e uma receptividade que

para mim significava mais do que tudo.

Dei um passo à frente quando ele se aproximou. -Bom dia,

Loiro Perigoso.-

Ele abriu um sorriso cheio de malícia. A brincadeira deixou

seus olhos ainda mais calorosos.

-Bom dia, esposa.-

Estendi a mão e me senti segura quando ele a segurou com

força.

-Contei para minha mãe hoje de manhã…

sobre o casamento.-

Uma sobrancelha se ergueu em surpresa, e o sorriso

dele pareceu ainda mais triunfante. -Ótimo.-

Rindo de sua possessividade indisfarçada, dei um esbarrão de

leve nele com o ombro. Christopher agiu rápido, puxando-me para

perto e me beijando no canto da boca.

Sua alegria era contagiante. Fez minhas entranhas se

aquecerem, iluminando espaços que andavam escuros nos últimos

dias. -Vou ligar para meu pai assim que tiver um tempinho. Ele

precisa saber.-

Christopher ficou sério. -Por que agora, e não antes?-

Ele falou baixinho, para manter nossa privacidade. Pessoas

passavam sem parar, quase sem prestar atenção em nós. Mesmo

assim, hesitei em responder, sentindo-me exposta demais.

E então… a verdade simplesmente apareceu.

Eu estava escondendo coisas demais das pessoas que amava.

Pequenas, grandes.

Tentando manter tudo como estava, ao mesmo tempo que

ansiava por mudanças.

-Eu estava com medo-, contei.

Ele se aproximou um pouco mais, com um olhar intenso no

rosto. -E agora não está mais.-

-Não.-

-Hoje à noite você me conta por quê.-

-Tá-, eu disse, concordando com a cabeça.

Christopher segurou minha nuca, em um gesto ao mesmo tempo

possessivo e carinhoso. Seu rosto se mantinha impassível, mas

seus olhos…

aqueles olhos azuis… eram um turbilhão de emoções. -Nós

vamos conseguir, meu anjo.-

O amor tomou conta de mim, inebriante como um bom

vinho. -Pode apostar.-

Foi estranho passar pela porta da Waters Field & Leaman,

contando mentalmente os dias em que ainda poderia me gabar de

trabalhar na prestigiada agência de publicidade. Maite Perroni

acenou para mim da recepção, batendo no fone para mostrar que

não podia falar. Acenei de volta e fui para minha mesa com passos

confiantes. Havia muito a fazer.

Mas eu precisava começar pelo mais importante. Guardei a

bolsa na última gaveta, acomodei-me na cadeira e entrei no site da

minha floricultura on-line favorita. Sabia exatamente o que queria.

Uma dúzia de rosas brancas em um vaso de cristal vermelho.

Branco de pureza, amizade, amor eterno. E

também da paz. Demarquei minhas linhas de batalha ao forçar

uma separação com Christopher e, no fim, saí vencedora. Porém não

queria ficar em guerra com meu marido.

Nem tentei elaborar um bilhete engraçadinho para

acompanhar as flores, como havia feito no passado. Escrevi

simplesmente o que sentia em meu coração.

Você é um milagre, sr. Uckermann .

Eu te admiro e te amo demais.

Sra. Uckermann

O site abriu a tela para finalizar o pedido.

Cliquei no botão de confirmar e pensei por um momento no

que Christopher acharia do presente.

Um dia, queria vê-lo receber minhas flores. Ele sorria quando

Scott, seu assistente, entrava na sala com elas? Interrompia uma

conversa para ler o bilhete? Ou esperava por um raro momento de

folga para ter mais privacidade?

Abri um sorriso ao considerar as possibilidades. Eu adorava

presentear Christopher.

E em breve teria mais tempo para escolher os mimos.

-Você está pedindo demissão?-

O olhar incrédulo de Mark Garrity se ergueu da carta de

demissão para mim.

Senti um nó no estômago ao ver a expressão do meu chefe.

-Estou. Desculpa por ser assim tão repentino.-

-Amanhã é seu último dia?- Ele se recostou na cadeira. Seus

olhos eram alguns tons mais claros que sua pele chocolate e

expressavam surpresa e decepção. -Por quê, Dulce?-

Soltando um suspiro, eu me inclinei para a frente e apoiei os

cotovelos nos joelhos. Mais uma vez, decidi contar a verdade. -Sei

que não é muito profissional da minha parte, mas… tive que

redefinir minhas prioridades e… não posso dedicar toda a minha

atenção ao trabalho no momento, Mark. Desculpa.-

-Eu…- Ele soltou o ar com força e passou as mãos pelos

cabelos crespos e pretos. -Que droga… O que posso dizer?-

-Que você me perdoa e não vai ficar bravo comigo?- Soltei

uma risadinha sem graça. -Sei que é pedir demais.-

Ele abriu um sorriso maroto. -Você sabe que não quero

perder você, Dulce. Não sei se deixei claro como você é importante

para mim. Você me faz trabalhar melhor.-

-Obrigada, Mark. Mesmo.- Era mais difícil do que eu

imaginava, apesar de ser a melhor e a única decisão possível

naquele momento.

Meus olhos se voltaram para a vista que estava atrás do meu

chefe. Como gerente de contas júnior, ele tinha um escritório

pequeno, de frente para um prédio do outro lado da rua, mas era

um horizonte tão nova-iorquino quanto o das janelas do espaçoso

escritório de Christopher Uckermann no último andar.

Em vários sentidos, aquela divisão de andares espelhava a

maneira como eu tentava definir minha relação com Christopher. Eu

sabia quem ele era. Sabia o que ele era: um homem que pertencia a

uma categoria exclusiva. Adorava isso, e não queria mudar nada; só

desejava poder chegar ao nível dele por mérito próprio.

O que não imaginei foi que, ao me recusar a aceitar que o

casamento tinha mudado tudo, eu o estava rebaixando ao meu

nível.

Eu nunca seria reconhecida por chegar até o topo por

merecimento. Para algumas pessoas, seria sempre aquela que o fez

através do casamento. E precisava aprender a conviver com isso.

-Para onde você vai?-, perguntou Mark.

-Sinceramente… ainda não sei. Só sei que não posso continuar

aqui.-

Meu casamento não aguentaria muita pressão mais antes de

desmoronar, e eu havia permitido que se aproximasse

perigosamente da beira do abismo ao querer distância. Ao me

colocar em primeiro lugar.

Christopher Uckermann era um oceano vasto e profundo, e por um

momento eu temi me afogar nele. Mas não podia mais viver com

medo. Não depois de perceber que meu maior temor era perdê-lo.

Tentando me manter neutra, eu tinha afastado Christopher. E,

irritada por isso, não percebi que, se quisesse ter algum controle,

era preciso assumir as rédeas da situação.

-Por causa da conta da LanCorp?-, questionou Mark.


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Autor(a): xX Paty Xx

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1149



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  • lovejelena Postado em 15/10/2017 - 01:46:11

    finalmente a dulce contou pra sua mãe sobre o casamento secreto dela e do chris. Continua.

  • lovejelena Postado em 23/09/2017 - 17:06:27

    que bom q vc voltou. Posta mais.

  • sahprado_ Postado em 21/09/2017 - 16:58:50

    Obaaa posta mais!

  • lovejelena Postado em 07/08/2017 - 00:43:00

    Continua :(

  • lovejelena Postado em 24/06/2017 - 16:47:47

    que bom que vc voltou

  • sahprado_ Postado em 19/06/2017 - 11:10:42

    Jesus coroado eu não tô bem. Posta maiss!!!

  • lovejelena Postado em 26/05/2017 - 22:51:35

    continua por favor

  • lovejelena Postado em 14/03/2017 - 17:55:31

    cadê você?

  • lovejelena Postado em 11/02/2017 - 17:30:21

    Eita porra. Continua.

  • lovejelena Postado em 29/01/2017 - 18:51:31

    Continua




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