Fanfic: Bad Revenge | Tema: Vingança

Saindo do banheiro, eu vi a minha mãe sentada na poltrona apontando para a minha visita. Ela estava ao pé da cama, segurando um lindo buquê de  gardênias. Lágrimas me vieram aos olhos. Enxuguei-as com as pontas dos dedos e dei um meio sorriso.

- Oi, ele me disse, entregando o buquê para mim.

- Obrigada, são lindas. Foi tudo o que eu consegui dizer. Eu estava tão envergonhada por estar daquele jeito, com o rosto todo vermelho, braços e pernas machucados abarrotado de bolhas...

- Vou buscar seu café da manhã, minha mãe disse enquanto saía do quarto, deixando-nos a sós.

Andei até o criado mudo e coloquei as rosas. Olhei pra ele, que continuava em pé, e apontei pra poltrona, sorrindo, gentilmente.

- Sente-se.

Sentei-me na cama e cobri minhas pernas com o lençol. Já bastava ter que olhar para os braços e para o meu rosto Não queria que ele visse aquilo.

Ele se sentou, apoiou um braço no encosto da cadeira e ficou me olhando. Talvez estivesse pensando no que me dizer, no que poderia me perguntar.

- Você está bem? Ele perguntou, quase num sussuro.

- Eu já estive melhor. Eu lhe dei um sorriso forçado, enquanto mostrava as costas das minhas mão. Obrigada por me tirar de lá, eu agradeci, enquanto as lembranças daquele dia assombraram meu pensamento. Um arrepio percorreu a minha espinha e lágrimas voltaram aos meus olhos mais uma vez. Não queria que ele me visse daquele jeito. Eu nunca pareci tão frágil em toda a minha vida, completamente vitimizada.

- Você vai ficar boa logo, ele disse sorrindo, interrompendo meus pensamentos, como se soubesse o que passava na minha cabeça. Encaramo-nos um momento até que desviei o olhar para as flores. Senti como se ele pudesse ver através dos meus olhos.

- Como... Como você ficou presa? Ele gaguejou ao perguntar. Não parecia estar muito certo da atitude que estava tomando. Não queria me ferir, eu presumo.

- Eu estava indo... Não consegui terminar o que ia dizer. A porta do quarto abriu e minha mãe entrou no quarto com uma bandeja.

- Aqui está seu café da manhã, mocinha. Eu trouxe pra você também, Matt.

Franzi o cenho, minha mãe sabia o nome dele e eu não. Não achei isso certo. Abri um enorme sorriso. Minha mãe me olhou espantada e sorriu pra mim, como se tivesse visto meu sorriso pela primeira vez.

- O que é tão engraçado, Cloe? Minha mãe perguntou, colocando a bandeja em cima da cama.

- Você sabe o nome dele e eu não.

Não sei o que foi tão engraçado, mas todos nós rimos depois do que eu disse.

- Comam! Vou deixar vocês conversarem. Preciso conversar com o médico.

Minha mãe deixou o quarto e nós começamos a comer. Nenhuma palavra foi proferida durante todo o tempo em que estivemos ali.

Não consegui comer tudo. Afastei a bandeja e encostei a cabeça no travesseiro, enquanto esperava o Matt terminar seu lanche. Ele manteve o olhar no fundo do seu prato, como se ele pudesse lhe dar explicações.

Terminado o lanche, ele se levantou e  colocou seu prato na bandeja. Mantive-me com a cabeça encostada no travesseiro. Ele não sentou na poltrona de novo, ficou parado ao lado da minha cabeceira, olhando dentro dos meus olhos. Não sei quanto tempo ficamos assim.

Um som invade a sala. Tomamos um susto e caímos na risada.

- Atenda, eu disse ainda rindo.

Ele rejeitou a ligação; - Depois eu retorno.

- Bem, preciso ir agora, Cloe. Fique bem! Ele disse enquanto se abaixou pra beijar a minha testa.

- Obrigada, mais uma vez. Não só por ter me salvado, mas por ter vindo me visitar e... Pelas flores, também.

- Não precisa agradecer. Fico feliz que esteja a salvo. Agora, preciso, mesmo, ir. Me ligue, se precisar de alguma coisa.

Ele andou até a porta e virou-se pra me olhar. Nos encaramos por alguns segundos.

- Qualquer coisa, ele disse, então saiu do quarto.

Afundei minha cabeça no travesseiro. Fechei os olhos e sorri.

Eu estava feliz. Isso, eu estava feliz por tê-lo conhecido, por ter sido salva por ele e por que ele se preocupou comigo, vindo até aqui me trazer flores. Ele se importa comigo, adormeci, abraçada com meus doces pensamentos e repetindo essa ladainha como uma canção de ninar.