Fanfic: Bad Revenge | Tema: Vingança

Malas prontas, tudo pronto pra ir ao aeroporto. Mamãe parece ter aceitado o fato de que eu estou indo morar longe. Embora nunca saia da minha cabeça que ela tinha esperanças de que eu desistisse no último momento.

Chegamos no aeroporto duas horas antes do vôo. Não encontramos nenhum conhecido ou amigo por lá. Bem, apesar de dizer aos entes mais próximos que me mudaria em breve, não lembro de ter dado detalhes sobre quando eu iria ou qual seria o horário do meu embarque, talvez tenha sido por esse motivo. De todo modo, embora eu tenha tentado racionalizar, no fundo da minha alma eu esperava encontrar algum rosto conhecido.

Chegada a hora do meu embarque e ainda éramos apenas eu e a minha mãe. Antes de entrar no avião, recebi a benção e algumas recomendações.

- Não se esqueça de me ligar assim que o avião posar, querida. Seu pai vai estar esperando por você no aeroporto. Qualquer coisa que você precisar, não hesite em me ligar.

Recebi um beijo demorado no alto da minha cabeça e pude sentir algumas lágrimas caírem dos olhos dela, sobre o meu rosto.

- Eu vou ficar bem, mamãe – foi o que eu consegui dizer.

Ficamos algum tempo ali, abraçadas, até que recebemos a última chamada para o embarque.

- Que Deus acompanhe você querida.

Demos um último abraço apertado e aquela foi a nossa despedida.

Chegando no aeroporto, papai me esperava com um lindo buquê. Ele me deu um grande abraço de urso.

- Cloe, você não para e crescer, huh? Está cada dia mais bonita, uma verdadeira princesa. Meu pai disse, enquanto enchia minha bochecha de beijinhos e mantinha presa em seu abraço apertado.

Dei-lhe um sorriso tímido como resposta, mas foi o que consegui fazer de melhor. Quase treze horas dentro de um avião, num voo em que sequer consegui pregar o olho, seria muito esperar que eu estivesse em um estado de grande excitação. Não que eu estivesse mau humorada, mas o cansaço era inegável.

- Venha querida, você deve estar cansada.

Assim que chegamos em casa, papai me ajudou a levar as malas para o quarto, as quais nem eram tantas assim, uma vez que eu levei apenas o essencial. Devo admitir que agi e pensei como uma verdadeira menina mimada. Eu queria uma vida nova, e isso incluía na lista um guarda-roupa novo.

Papai me deixou só, para que eu arrumasse as minhas coisas como eu preferisse e também para que eu descansasse. Minha cabeça estava tão pesada, que parecia ter passado um trator em cima dela. Dei uma olhada rápida no quarto, e notei que ele estava intocado, estava exatamente do jeito que meu pai projetou quando ele e mamãe se separaram. Um quarto de boneca.

Não pude me deter em nostalgias ou pensamentos tristes, segui em direção ao meu banheiro, tomei um dos melhores banhos da minha vida e fui dormir.

Não sei ao certo quanto tempo eu dormi mas posso dizer que foi bastante. Papai ficou tão preocupado que decidiu me acordar, segundo ele eu tive mais de 15 horas de sono.

Passamos o dia juntos. Passeamos pelo Parque Richmond, tomamos sorvete, compramos bugingangas, como verdadeiros turistas.

O "clima" londrino era muito diferente daquele que eu estava acostumada na escola Embora os londrinos tenham o estereótipo de serem um povo sério, todos lá me agradaram bastante, tanto os que me foram apresentados, quanto aqueles com quem meu contato fora apenas visual.

Em menos de um dia, eu já me senti em casa, era como se a paz estivesse voltando ao meu coração e, a sensação de estar livre, de estar começando uma nova vida era maravilhosa.

Não tive dúvidas de que a ideia de me mudar tinha sido esplêndida. Exceto por não conseguir espantar todos os fantasmas que vieram comigo.