Fanfics Brasil - Capitulo Cinco - Parte dois O Beijo da meia-noite

Fanfic: O Beijo da meia-noite | Tema: Adaptada


Capítulo: Capitulo Cinco - Parte dois

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Gente como sua mãe biológica, uma mulher a quem Dulce não tinha conhecido nunca e da qual não sabia nada mais que o que tinha ouvido de menina nas conversações apagadas que os trabalhadores sociais e as famílias de acolhida mantiveram e que ao final, uma por uma, devolveram ao sistema como se fosse um animal doméstico que houvesse demonstra­do ser mais problemático do que se podia suportar. Tinha perdido a conta do número de lugares aonde a tinham enviado a viver, mas as queixa contra ela quando a devolviam sempre eram as mesmas: inquieta e introvertida, fechada e desconfiada, socialmente disfuncional com ten­dência a atitudes autodestrutivas. Tinha ouvido os mesmos qualificativos dirigidos para sua mãe, aos quais acrescentavam as categorias de paranóica e delirante.


   Quando os Saviñón’s apareceram em sua vida, Dulce tinha passado dezenove dias em uma casa de acolhida sob a supervisão de um psi­cólogo designado pelo Estado. Não tinha  nenhuma expectativa e ainda menos esperanças de que fora capaz de conseguir que outra situação de acolhida funcionasse. Francamente, já não lhe importava. Mas seus tutores tinham sido pacientes e bondosos. Acreditando que possivelmente a ajudasse a dirigir a confusão emocional, tinham-na ajudado a conseguir um punhado de documentos judiciais que tinham que ver com sua mãe.


   Essa mulher tinha sido uma adolescente anônima, acreditava-se que era uma sem teto, que não tinha identificação, não lhe conhecia família nem conhecidos exceto pela menina recém-nascida que tinha abandonado, chorando e an­gustiada, em um contêiner de lixo da cidade em uma noite de agos­to. A mãe de Dulce tinha sido maltratada, e sangrava por umas profundas feridas no pescoço que ela mesma se piorou rasgando-a, vítima da histeria e do pânico.


 


    Em lugar de persegui-la pelo crime de haver abandonado  seu bebê, o tribunal a tinha considerado incapacitada e a tinham enviado  a umas instalações que certamente não eram muito diferentes a esta em que se encontrava ela agora. Quando ainda não levava nem um mês no centro institucional, pendurou-se com um lençol deixando detrás dela  inumeráveis pergunta que nunca teriam resposta.


    Dulce tentou tirar-se de cima o peso dessas velhas feridas, mas enquanto estava ali em pé e olhava através dos brumosos cris­tais das janelas, todo seu passado apareceu em primeiro plano em sua mente. Não queria pensar em sua mãe, nem na desgraçada circunstância de seu nascimento, nem nos escuros e solitários anos que lhe seguiram. Precisava concentrar-se em seu trabalho. Isso era o que lhe tinha permitido continuar para diante, depois de tudo. Era o único constante em sua vida, e as vezes tinha sido quão único de verdade tinha neste mundo.


    E era suficiente.


    Durante a maior parte do tempo, era suficiente.


    «Toma umas quantas fotos e te largue daqui», disse a si mesmo, como brigando-se.


    Levantou a câmara e tomou um par de fotos mais através do delicado trabalho de metal que se entrelaçava entre as duas janelas de cristal.


Pensou em partir pelo mesmo caminho por onde tinha entrado, mas se perguntou se possivelmente poderia encontrar outra saída em algum ponto do piso de abaixo do edifício central. Voltar a baixar ao escuro porão não  lhe resultava especialmente atrativo.


Estava inquietando a si mesmo pensando em coisas sobre a loucura de sua mãe, e quanto mais momento se entretivera nesse velho psiquiátrico, mais lhe foram pôr os cabelos de ponta. Abriu a porta da escada e se sentiu um pouco melhor ao ver a tênue luz que se filtrava para dentro pelas janelas em algumas das habitações e nos corredores adja­centes.


 


   Era óbvio que o artista do grafite de más vibrações tinha chegado até ali também. Em cada uma das quatro janelas havia uns extra­nhos símbolos realizados com pintura negra. Provavelmente eram os marcos de alguma turma, ou as assinaturas estilizadas dos meninos que tinham estado ali antes que ela. Em uma esquina havia uma lata de aerosol atirada, ao lado de umas bitucas de cigarros, de umas garrafas de cerveja quebrada e outros restos.


   Dulce tomou a câmara e procurou um ângulo adequado para a fotografia que tinha em mente. A luz não era muito boa, mas com um lente dife­rente possivelmente resultasse interessante. Rebuscou na bolsa à procura das lentes e nesse momento ficou gelada ao ouvir um zumbido distante que procedia de algum ponto por debaixo de seus pés. Era muito frouxo, mas soava como o de um elevador, o qual era impossível. Dulce voltou a introduzir o equipamento na bolsa sem deixar de prestar atenção aos vagos sons que sentia ao seu redor. Todos os nervos de seu corpo se ha­viam esticado com uma gelada sensação de apreensão.


   Não se encontrava sozinha ali dentro.


   Agora que o pensava, notou que uns olhos a olhavam desde algum ponto próximo. Essa inquietante tira de consciência lhe pôs os cabelos de ponta na nuca e nos braços. Devagar, girou a cabeça e olhou para trás. Foi então quando o viu: uma pequena câmara de vídeo de circuito fechado montada em uma sombria esquina elevada do corredor, e que vigiava a porta da escada que ela tinha atravessado fazia somente uns minutos.


Possivelmente não estivesse em funcionamento e fosse somente algo que tinha ficado ali dos dias em que o psiquiátrico estava ainda em fun­cionamento. Essa teria sido uma idéia consoladora se a câmara não tivesse um aspecto tão cuidado e compacto, tão de tecnologia de vanguarda em segurança. Para comprová-lo, Dulce se aproximou dela e se colocou quase diretamente diante da câmara. Sem fazer nenhum ruído, a base da câmara girou e colocou a lente no ângulo adequado até que ficou enfocado no rosto de Gabrielle.


 


   «Merda — disse, olhando esse  olhos negro que não piscava.—Pega.»


   Das profundidades do edifício vazio, ouviu um rangido metálico e o estrondo de uma porta pesada. Era evidente que esse psiquiátrico aban­donado não estava tão abandonado depois de tudo. Pelo menos tinham sistema de segurança, e a polícia de Boston poderia aprender algo dessa lição sobre o rápido tempo de reação dessa gente.


   Soaram uns passos a um ritmo compassado: alguém que se encontrava vigiando tinha começado a dirigir-se para ela. Dulce se dirigiu para a escada e saiu  disparada escada abaixo enquanto a bolsa a golpeava no quadril. À medida que baixava, a luz diminuía. Tomou a lanterna com a mão, mas não queria utilizá-la por medo de que  funcionasse como um aviso de onde estava e o  segurança pudesse segui-la. Chegou ao fi­nal da escada, empurrou a porta de metal e se precipitou para a escuridão do corredor do piso inferior.


    Ouviu que a porta monitorada da escada se abria com um rangido e que seu perseguidor se precipitava para baixo, detrás dela, correndo com rapidez e ganhando terreno rapidamente.


    Finalmente, chegou a porta de serviço do final do corredor. Lançou-se contra o aço frio e correu pelo escuro porão até a pequena janela que se encontrava aberta em uma das laterais. A corrente de ar frio lhe deu força: apoiou as mãos no marco da janela e se elevou. Deixou-se cair ao outro lado da janela, aterrissando fora na te­rra cheia de pedras.


     Agora não podia ouvir seu perseguidor. Possivelmente lhe tinha avoado nos escuros de labirínticos  corredores. Deus, isso esperava.


Dulce ficou em pé ao momento e correu em direção a aber­tura da cerca de arame. Encontrou-a rapidamente. colocou-se engatinhando e se introduziu pela fenda no arame com o coração desbocado e a adrenalina lhe correndo pelas veias.


 


 Tinha muito pânico: em sua precipitação por escapar, arranhou-se um lado do rosto com um arame afiado da cerca. O corte lhe queimava na bochecha e sentiu o rastro quente de sangue que lhe baixava ao lado da orelha. Mas não fez caso da abrasadora ardência nem do golpe que se deu com a bolsa da equipamento fotográfica enquanto se inclinava sobre seu ventre para sair, através da cerca, para a liberdade.


   Quando a teve atravessado, Dulce ficou em pé e correu enlou­quecida pelo largo e escarpado terreno dos subúrbios. Somente se permitiu jogar uma rápida olhada para trás: o suficiente para ver que o enorme guarda de segurança ainda estava ali. Teria saído por algum lugar do piso principal e agora corria detrás dela  como uma besta recém saída do inferno. Dulce tragou saliva de puro pânico ao lhe ver. O tipo parecia um tanque, facilmente pesava cento e dez quilogramas de puro músculo, e tinha uma cabeça grande e quadrada com o cabelo talhado ao estilo militar. Esse tipo enorme correu até a alta cerca e se deteve ao chegar a ela: golpeou-a com os punhos enquanto Dulce entrava corren­do pela densa cortina de árvores que separava a propriedade da estrada.


   O carro se encontrava a um lado do tranqüilo asfalto, justo onde o tinha deixado. Com mãos trementes, Dulce se esforçou por abrir a porta. sentia-se petrificada de pensar que esse tipo carregado de este­roides pudesse apanhá-la. Seu medo parecia irracional, mas isso não impe­dia que a adrenalina lhe corresse por todo o corpo. Afundou-se no acento de pele do Mini, pôs a chave no contato e ligou o motor. Com o coração acelerado, pôs em marcha o pequeno carro, apertou a fundo o pedal de aceleração e se  precipitou para a estrada, esca­pando com um chiado de pneumáticos sobre o asfalto e o conseguinte aroma de queimado dos mesmos.


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lovevondy14 : Seja bem vinda Flor *--*  . Sim foi Christopher que salvou a mãe da Dulce ; ) 


Assim que eu tiver  tempo eu posto mais alguns capitulos *-* . 


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Autor(a): Luh

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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A  metade da semana, em plena temporada turística, os parques e avenidas de Boston estavam coalhados de humanidade. Os trens traziam as pessoas a toda velocidade dos subúrbios, a seus lugares de trabalho ou aos mu­seus, ou aos inumeráveis pontos históricos que se encontravam por toda a cidade. Olheiros carregados com câmeras subiam ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 33



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  • dulcedeleche Postado em 22/11/2013 - 22:58:21

    Tava lendo a web, mas tinha perdido, daí achei q tivesse abandonado e depois quando achei não tive tempo de ler )): E agora que arrumei um tempinho não tem caps novo. POSTA MAIS ((((:

  • paulinhavondy Postado em 28/08/2013 - 00:25:17

    Quem não ia querer um vampiro lindo como o Chris???kkkk Eu querooooo!!!

  • paulinhavondy Postado em 28/08/2013 - 00:23:33

    ADORANDOOOO!!!posta maisssss

  • paulinhavondy Postado em 25/08/2013 - 11:13:58

    Oieee, desculpa não ter comentado antes, estou muito feliz que você voltou a postar.. Adoreei !! Continue postando rsrs

  • claudiarafa.s2 Postado em 22/08/2013 - 23:37:33

    obrigada. posta +++++++++ please s2

  • claudiarafa.s2 Postado em 20/08/2013 - 15:57:30

    Posta mais +++++ flor s2

  • paulinhavondy Postado em 02/07/2013 - 19:22:58

    posta maissssssssssss

  • paulinhavondy Postado em 02/07/2013 - 19:22:06

    CADA dia melhor essa web...ansiosíssima por maisss postssssssssss

  • larivondy Postado em 26/06/2013 - 22:28:09

    ooi, posta mais, to amando! leitora nova u.u

  • claudiarafa.s2 Postado em 23/06/2013 - 18:06:39

    oie estou amando sua web!!!!! que dó do fercho e da mai ....


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