Fanfics Brasil - Capítulo dezessete - parte um O Beijo da meia-noite

Fanfic: O Beijo da meia-noite | Tema: Adaptada


Capítulo: Capítulo dezessete - parte um

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O aroma de sangue lhe envolvia, metálico e penetrante. O olfato invadido com essa acidez adocicada e como de cobre. Uma parte dela  provinha dele, deu-se conta com certa curiosidade surda.  Baixou o olhar e viu a marca da bala no ombro esquerdo.


Não sentia nenhuma dor, somente notava a energia que lhe invadia sempre depois de haver-se alimentado.


Mas queria mais.


Necessitava mais, respondeu o grito da besta que havia dentro dele.


Essa voz soava mais forte. Era exigente. Empurrava-lhe para o limite.


Mas não tinha estado ele precipitando-se por volta desse limite durante muito tempo, de todas formas?


Christopher apertou as mandíbulas com tanta força  que quase se rompeu os dentes. Tinha que controlar-se, tinha que partir dali e voltar para o recinto, onde poderia recuperar-se  de toda essa merda.


Tinha estado caminhando pelas ruas escuras durante duas horas e to­davia sentia o pulso lhe pulsando nas têmporas com força. Ainda notava a fome e a raiva que lhe dominavam a mente quase  por completo. Nessa condição, ele era um perigo para todo mundo, mas não podia domi­nar a inquietação que sentia no corpo.


Caminhou pela cidade como um espectro à espreita, movendo-se sem ter consciencia de que seus pés lhe encaminhavam em linha reta para Dulce.


Ela não ia para casa. Christopher não esteve seguro de aonde se escapou ela, até que o fio invisível de  aroma e de percepção que os unia lhe conduziu até a fachada de um edifício de apartamentos no extremo norte da cidade. Um amigo dela, sem dúvida.


Em uma das janelas superiores havia uma luz acesa. Essa parte de cristal e de tijolo era o único que lhe separava dela.


Mas não tinha intenção de tentar encontrar-se com ela, e não somente por causa do Mustang vermelho que se encontrava estacionado diante do edi­ficio com a luz da polícia acesa no parabrisa. Christopher não nece­ssitava olhar-se no cristal do pára-brisa para saber que ainda tinha as pupilas esgotadas em meio da amplitude da íris, nem que as presas lhe marcavam detrás da rigidez dos lábios.


Tinha o aspecto exato do monstro que era.


O monstro que Dulce tinha visto em direto essa noite.


Christopher soltou um grunhido ao recordar a expressão de horror de Dulce desde que ele tinha matado ao servente.


Ainda tinha a imagem dela na cabeça, quando ela tinha dado um passo para trás com os olhos muito abertos a causa do terror e o asco. Lhe tinha visto tal e como ele era de verdade: inclusive tinha pronunciado essa palavra como uma acusação um instante antes de sair fugindo.


Ele não tinha tentado detê-la, nem com palavras nem com a força.


Quão único contava nesses momentos era a  fúria mais pura quando  lhe tirava todo o sangue de sua presa. Logo tinha deixado cair o corpo como lixo, como o lixo que era, e sentiu outro ataque de fúria ao pensar no que  teria podido acontecer a Dulce se tivesse caido em mãos dos renegados. Christopher tinha desejado rasgar o corpo desse ser humano e tinha estado a ponto de fazê-lo, reconheceu nesse mo­mento ao recordar vividamente o ato selvagem que tinha cometido.


Ele, o tipo frio, tão controlado.


Vá uma piada.


 


Essa máscara que levava sempre tinha começado a desaparecer no momento em que tinha conhecido Dulce Saviñón. Fazia que mostrasse suas faltas.


Fazia que ele desejasse coisas que não poderia ter nunca.


Olhou para essa janela do segundo piso. Respirava agitadamente enquanto lutava contra a urgência de subir ali acima, entrar pela força e levar a Dulce a algum lugar onde pudesse tê-la somente para ele.


Permitir que lhe temesse. Permitir que lhe desprezasse pelo que era, sempre e quando ele pudesse sentir a calidez de seu corpo debaixo do dele, sentir como lhe acalmava a dor de uma forma que somente ela podia fazê-lo.


Sim, grunhiu a besta dentro dele, conhecendo somente desejo e nece­ssidade.


Antes de que o impulso de possui-la ganhasse, Christopher fechou a mão em um punho e deu um forte golpe contra o capô do carro da polícia. O alarme do veículo se disparou, e enquanto detrás de todas as venda­nas as cortinas se abriam por causa dessa súbita moléstia, Christopher desapa­receu pela esquina e penetrou nas  sombras pálidas da noite.


—Tudo está bem —disse o noivo da Megan ao voltar para o apartamento, depois de que tivesse saído a investigar por que se disparou o alarme de seu carro de repente.


— Essa maldita coisa sempre  se há dispa­rado por nada. Sinto muito. Não é que necessitemos precisamente tensão acrescentada esta noite, verdade?


—Certamente foram uns meninos que andam por aí incomodando — acrescentou Megan, que se encontrava ao lado de Dulce no sofá.


Dulce assentiu com a cabeça com  gesto ausente, respondendo ao esforço que seus amigos realizavam para tranqüilizá-la, mas não acreditou nem por um segundo.


 


Tinha sido Christopher.


Tinha-lhe percebido ali fora com algum sentido interno que nem sequer podia começar a descrever. Não era medo nem temor, simplesmente uma profunda certeza de que  ele se encontrava perto.


De que ele a necessitava.


Desejava-a.


Que Deus a ajudasse, mas a verdade era que tinha desejado que ele se dirigisse até a porta e que a tirasse dali, que a ajudasse a encon­trar um sentido a esse horror que acabava de presenciar fazia uns mo­mentos.


Mas ele  se partiu. Notava sua ausência com tanta força como tinha notado que ele a tinha seguido até o apartamento de Megan.


—Tem frio Dul? Quer um pouco mais de chá?


—Não, obrigado.


Dulce agüentava a taça morna de camomila com as duas mãos. Sen­tia um frio interno que nem as mantas nem a água quente podiam lhe fazer passar. O coração ainda lhe pulsava acelerado, e a cabeça ainda lhe dava voltas por causa da confusão e a absoluta incredulidade.


Christopher  tinha aberto o pescoço a esse tipo.


Com os dentes.


Tinha colocado os lábios sobre a ferida e tinha bebido o sangue que emanava dela e que lhe tinha manchado o rosto.


Era um monstro, parecia saído de  um pesadelo. Igual a esses espectros que tinham atacado e assassinado ao punki fora do salão. Parecia que tinha passado tanto tempo desde que aconteceu isso que agora quase não podia acreditá-lo.


 


Mas tinha acontecido, igual a sim tinha ocorrido o assassinato dessa noite, e esta vez tinha sido Christopher o que tinha estado no centro do mesmo.


Dulce tinha ido casa de Megan por puro desespero porque precisava estar em algum lugar que  lhe resultasse acolhedor e familiar. To­davia tinha muito medo de ir a seu próprio apartamento se por acaso o amigo de Christopher a estava esperando ali. Tinha-lhes contado a Megan e a seu noivo que o psicopata da delegacia de polícia a tinha atacado na rua. Contou-lhes que ele a tinha estado espiando fazia uns quantos  dias e que esta noite, quando a tinha  atacado, tinha-o feito com uma arma na mão.


Não estava segura  de por que tinha deixado a Christopher fora da história, apesar do importante que sua presença tinha sido em  tudo isso. Soube­ que se devia a que, sem ter em conta seus métodos, ele tinha matado essa noite para protegê-la, e ela sentia a necessidade de lhe oferecer parte dessa mesma consideração a ele.


Inclusive embora ele fosse um vampiro.


Deus, resultava ridículo incluso pensá-lo.


—Dul, querida. Tem que denunciar o que aconteceu. Esse tipo p­arece seriamente transtornado. A polícia tem que inteirar-se disto, tem que lhe apartar da rua. Ray e eu podemos te levar. Iremos ao cen­tro da cidade e encontraremos a seu amigo o detetive.


—Não. —Dulce negou com a cabeça e depositou a taça de chá na me­sita de diante do sofá com uma mão ligeiramente tremente.


—Esta noite não quero ir a nenhuma parte. Por favor, Megan. Somente nece­ssito descansar um momento. Estou tão cansada.


Megan tomou a Dulce da mão e a apertou com suavidade.


—De acordo. Vou para te buscar um travesseiro e outra manta. Não tem por que ir a nenhuma parte até que se sinta com forças, querida. Estou contente de que te encontre bem.


 


—Teve sorte de escapar —interveio Ray enquanto Megan se levava a taça de Dulce  à cozinha antes de ir ao armário que tinha ao outro lado da sala. Possivelmente outra pessoa não tenha tanta sorte. Agora estou livre e você é a amiga do Meg, assim não vou forçar o tema, mas tem a responsabilidade de não permitir que esse tipo saia ileso depois do que te tem feito esta noite.


—Não vai fazer mal a ninguém mais —sussurrou Dulce. E apesar de que estavam falando do tipo que a tinha apontado com uma pistola, não pôde evitar pensar que tivessem podido estar dizendo  o mesmo do Christopher.


Christopher não podia recordar como tinha chegado ao recinto, nem quanto tempo ocorreu levava ali. Mas tendo em conta a quantidade de suor que tinha deixado na habitação de treinamento, supôs que devia fazer umas quantas horas que tinha chegado.


Christopher não se incomodou em acender as luzes. Os olhos já lhe doiam bastante apesar de que estava as escuras. O que precisava era sentir a dor dos músculos enquanto os obrigava a trabalhar para recuperar o controle de seu corpo depois dessa noite em que tão perto tinha estado de cair presa da sede de sangue.


Christopher alargou uma mão até uma das adagas que se encontravam em uma mesa que tinha ao seu lado. Passou os dedos pelo fio para comprovar quão afiado estava e logo se voltou em direção ao corredor da práctica de tiro. Notava, mais que via, o alvo ao final do mesmo, e quando lançou a faca na escuridão, soube que tinha dado no mesmo.


—Diabos, sim —murmurou com a voz ainda rouca. As presas ainda não tinham voltado para seu tamanho normal.


Tinha melhorado muito a pontaria. As últimas vezes que o haviam in­tentado seu tiro sempre tinha sido mortal. Não pensava ir-se dali até que se tirou de cima todos os efeitos da ingestão de sangue. Isso ainda demoraria certo tempo: ainda se sentia doente depois da overdose de sangue que tinha ingerido.


 


 



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Autor(a): Luh

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Christopher percorreu a longitude da zona de práticas para tirar a arma do alvo. Extraiu a adaga e observou com satisfação a profundidade da ferida que teria infligido se o alvo tivesse sido um renegado ou um de seu serventes e não um boneco de práticas. Ao dá-se a volta para  começar outra ronda, ouviu um suave clique e ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 33



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  • dulcedeleche Postado em 22/11/2013 - 22:58:21

    Tava lendo a web, mas tinha perdido, daí achei q tivesse abandonado e depois quando achei não tive tempo de ler )): E agora que arrumei um tempinho não tem caps novo. POSTA MAIS ((((:

  • paulinhavondy Postado em 28/08/2013 - 00:25:17

    Quem não ia querer um vampiro lindo como o Chris???kkkk Eu querooooo!!!

  • paulinhavondy Postado em 28/08/2013 - 00:23:33

    ADORANDOOOO!!!posta maisssss

  • paulinhavondy Postado em 25/08/2013 - 11:13:58

    Oieee, desculpa não ter comentado antes, estou muito feliz que você voltou a postar.. Adoreei !! Continue postando rsrs

  • claudiarafa.s2 Postado em 22/08/2013 - 23:37:33

    obrigada. posta +++++++++ please s2

  • claudiarafa.s2 Postado em 20/08/2013 - 15:57:30

    Posta mais +++++ flor s2

  • paulinhavondy Postado em 02/07/2013 - 19:22:58

    posta maissssssssssss

  • paulinhavondy Postado em 02/07/2013 - 19:22:06

    CADA dia melhor essa web...ansiosíssima por maisss postssssssssss

  • larivondy Postado em 26/06/2013 - 22:28:09

    ooi, posta mais, to amando! leitora nova u.u

  • claudiarafa.s2 Postado em 23/06/2013 - 18:06:39

    oie estou amando sua web!!!!! que dó do fercho e da mai ....


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