Fanfic: O engano aya

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Mas você não é loira. Seus cabelos são platinados - Poncho declarou com ar de
superioridade - Por que os tinge dessa cor se não quer provocar os homens?

Any encarou-o,
indignada.                         
- Meus cabelos são naturais. Nunca os
tingi. Minha avó era holandesa.
- Sinto muito, mas não acredito em você. Tire o chapéu.

 Any hesitou,
mas acabou fazendo o que ele queria com um gesto de desafio.
Fez-se um longo silêncio conforme os fios platinados caiam sobre os ombros de
Any. Poncho ficou parado, examinando-os.
Any sentia aquele olhar sobre si como se fosse de fogo. Uma onda de calor lhe
percorreu o corpo.
- O que acha de seu trabalho como
faxineira? - ele perguntou abruptamente.

Ela pestanejou.
-Porque quer saber?
- Meu interesse é sincero - Poncho afirmou.
- Bem, ele é repetitivo, monótono e mal pago. Sinto muito se esperava que eu
dissesse que ele me dá satisfação.
- Nesse caso, por que se candidatou ao emprego?
- Porque o horário se encaixa as minhas necessidades e porque trabalho sem
interferências. Não gosto de receber ordens.
- Já percebi isso. Em seu lugar, eu procuraria lidar com o problema e
considerar a possibilidade de arrumar um emprego onde pudesse desenvolver sua
capacidade.
- Tenho outros planos. Sou ambiciosa a minha maneira. Não pretendo continuar
limpando escritórios por muito tempo.

 Poncho examinou-a da
cabeça aos pés.
- Nas atuais circunstâncias, acho melhor
você aguardar. Não estou brincando, Any
- Nem eu - ela declarou. - Negócios sempre vêm em primeiro lugar em minha vida.
Aliás, o senhor disse que me pagaria pela inconveniência.
- Naturalmente.
- Espero que eu receba em dobro. Afinal não jantei ontem e fui obrigada a
permanecer acordada até as três horas da manhã!

Um brilho divertido surgiu nos olhos cor de mel.
- Você é sua pior inimiga. Eu teria lhe
pagado muito mais, se não tivesse dito nada.
- Não sou gananciosa. E não estava pensando naquela conversa idiota que ouvi
quando falei que não trabalharia por muito tempo mais como faxineira.
- Não posso acreditar que esteja dizendo a verdade.
- Mas deveria. Mesmo que eu tivesse entendido o que os senhores estavam falando,
e eu não entendi, sou uma pessoa honesta e não teria tirado vantagem.
- Os que vivem protestando honestidade são os que mais mentem - Poncho
observou.

 Ofendida com
aquelas palavras que provavam que Poncho  Herrera continuava desconfiando
de suas intenções, Any disse corada.
- Se prefere continuar acreditando
apenas no que quer acreditar, fique à vontade.
- Não pode me culpar por sentir necessidade de me precaver.

Any
respirou fundo.                                                                     
    

 -
Prefiro que não tente se justificar. Nós dois sabemos por que eu estou aqui.
Porque o senhor é quem é e porque eu sou quem sou. Se Maite e eu não precisássemos de nossos empregos eu já o teria
mandado às favas.
- Não tenho dúvidas disso - Poncho concordou.
- Afinal, a viagem que está me proporcionando esta longe de ser algo prazeroso.
Desculpe se pareço estar desrespeitando-o, mas enterros nunca são agradáveis.

Poncho surpreendeu-a
com a mais inesperada das declarações naquele momento.
- Meu pai teria adorado sua
irreverência.

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