Fanfic: O engano aya

-
Eu poderia convencê-la a se tornar minha - Poncho murmurou.

Os olhos azuis o encararam como se tivessem se
transformado em pedras de fogo.
- De que jeito? Com uma clava como se
fosse um homem das cavernas? Seria a única maneira!

Não houve tempo para uma tentativa de escape. Poncho
a puxou com força e esmagou seus lábios com um beijo que a deixou em choque.
Any perdeu o controle. Sua cabeça estava girando, impedindo-a de raciocinar.
Todo o planeta parecia estar em chamas. Não havia ar. Apenas calor.
Poncho tinha o sabor da água após um longo percurso pelo deserto. Ele lhe
despertou uma sede que não sabia estar sentindo. E ela precisou se agarrar a
ele para não desfalecer quando o sentiu invadira umidade de sua boca com a
língua em movimentos eróticos.
Quando Poncho finalmente se afastou, havia um brilho de triunfo em seu olhar.
- Eu não precisaria nem sequer usar de
força Any. Você entraria em minha caverna por seus próprios pés.

Livre da aura da paixão, Any deu um passo para trás
e franziu o rosto. Poncho fez o mesmo
Any não conseguia acreditar no que havia acontecido. Muito menos no que havia
sentido. O constrangimento a levou a encontrar meio de justificar aqueles
minutos de desvario.
- Eu não deveria tê-lo agredido. Você se
zangou e...
- Nenhum grego aceita um desafio a sua masculinidade - Poncho interrompeu-a,
sarcástico. - Mas eu a beijei porque quis.

Any não conseguiu responder. Estava mais do que
surpresa com a declaração. Aquilo significava que ela não era a única a
sentir-se atraída.
- Foi uma experiência apenas. - Poncho
continuou - Que não será repetida.

Any teria dito o mesmo. Mas não gostou que o aviso
partisse dele. Era humilhação demais. Seu orgulho não permitiu que se
mantivesse calada.
- Eu o agredi porque me tratou...
- Não quero voltar ao assunto - Poncho a interrompeu. - Não estou sendo eu
mesmo hoje.

O restante do
percurso foi feito em silêncio. Any olhou para trás. Havia uma fila de carros
atrás deles. Todos deveriam estar se dirigindo a casa do falecido Sr. Herrera.
Começaram a subir um rochedo. Dava para ver uma construção clara no alto. À
medida que se aproximavam maior ela parecia. Quando chegaram, Any não coube em
si de espanto. Não era uma casa. Uma residência daquele tamanho só poderia ser
chamada de palácio.
Poncho fez menção de descer. Any  murmurou em um súbito impulso.
- Não quero lhe causar constrangimento
perante seus parentes e amigos. Não me importarei se me colocar em algum quarto
e trancar a porta.
- Você ficará comigo - Poncho  informou-a.

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