Fanfic: O engano aya

-
Onde esteve? - Poncho perguntou quando chegou ao terraço.

Any encolheu os ombros.
- Esta com medo de que eu tenha
conseguido encontrar um telefone?

Nenhum dos dois pode continuar. Helena se reuniu a
eles e encarou Any.
- A Srta. Portillo parece cansada,
Poncho. Talvez eu deva levá-la a seus aposentos.
- Eu agradeceria - Any murmurou.

A morena sorriu, mas Poncho enrijeceu. Era óbvio que
atitude de Helena o desagradara.
- Irei vê-la mais tarde - avisou.

Não foi Helena quem a conduziu para o quarto, mas um
das criadas. Assim que se afastaram do terraço, Helena chamou uma camareira e a
incumbiu da tarefa.
Enquanto percorria os corredores e salas, Any sentiu-se culpada, como se
tivesse abandonado Poncho  Herrera em um momento de necessidade. O que
estava acontecendo com ela? Mal conhecia seu patrão. Por que, então, sentia-se
repentinamente tão ligada a ele?
Desde que testemunhara sua fraqueza, Any pensou. Desde que desabafara com ela
sobre seu desentendimento com o pai. Mas Poncho  o amara. Suas atitudes e
seu pesar eram uma prova disso. Como a morte lhe roubara o pai de um minuto
para o outro, sem lhe dar chance de corrigir o passado, Poncho estava se
sentindo culpado e atormentado por sua consciência.
Any estava pensando que nunca chegaria a seus aposentos quando a criada finalmente
abriu uma porta lateral que dava para um imenso jardim.
A curiosidade aumentou, mas Any não fez nenhuma pergunta. Continuou seguindo a
moça até chegarem a um lindo bangalô na praia.
O interior era ainda mais bonito do que a fachada e estava agradavelmente
fresco. O chão de mármore se prolongava até amplas janelas protegidas por
persianas que impediam a entrada do sol. Havia vários sofás espalhados pela
sala. Em um canto, Any viu um frigobar. Não havia cozinha. As duas portas
deveriam separar a sala do quarto e do banheiro.
Assim que ficou sozinha Any verificou as portas. Enganara-se. Havia dois
quartos com banheiros privativos. Sua bagagem se encontrava sobre a cama do
maior deles.
Sem pensar duas vezes, despiu e entrou no banho. Sob o chuveiro, voltou a ver a
imagem de Poncho. Ele parecia ter entrado em seu sangue. Jamais havia se
sentido assim com relação a um homem. Sempre evitara os homens bonitos. Eles
eram presunçosos e egoístas em sua maioria e viam as mulheres como um troféu a
ser conquistado, sem dar importância a seus sentimentos. Como seu pai.
Ela sempre se orgulhara de ter os pés no chão. De qualquer forma Poncho era um
homem tão proibido para ela como se fosse um príncipe. Não havia Cinderela no
mundo real.
Era atração o que sentia por Poncho Herrera. Nada mais.
Enxugou-se e vestiu a camisola azul-noite que Poncho lhe comprara e estava se
dirigindo a sala para verificar o que havia para comer no frigobar quando viu
uma bandeja em cima da mesa com uma deliciosa refeição.
O apetite era tanto que Poncho comeu tudo antes de se deitar no sofá e dormir
instantaneamente.
A entrega de uma nova bandeja acordou Any. O sol estava se pondo. Ela se
levantou aturdida ao se dar conta de que havia dormido a tarde toda. Perdera
uma excelente oportunidade de caminhar pela praia, algo que adorava fazer.
Para espantar o torpor, Any decidiu fazer um pouco de exercício. Ligou o
aparelho de som e tocou um flamenco. Adorava musica espanhola. Dançar, a seu
ver, era a melhor e mais agradável maneira de malhar.
Alongou os músculos primeiro em compasso com os acordes lentos iniciais. À
medida que o ritmo acelerava, ela movia as pernas, os braços, a cintura e o
pescoço. Até que a música terminasse, Any estava arfando, com os seios
acompanhando visivelmente sua respiração.
- Incrível...

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