Fanfic: O engano aya

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Vou dar um passeio pela praia.

A noite estava clara e o ar estava quente e parado.
A lua brilhava no céu e no mar. Any caminhava pelas areias mornas com passos
lentos.
O modo como Poncho  olhara para ela a excitara e amedrontara ao mesmo
tempo. Mesmo longe dele, sentia sua presença. Precisava de seu bom senso e não
o encontrava. Queria não apenas se deitar com Poncho Herrera, mas também estar
com ele, falar com ele e ouvi-lo.
Todos seus sinos internos estavam tentando avisá-la do perigo. Por não estar
conseguindo lidar com suas próprias emoções, Poncho havia se voltado para ela.
Ele a estava usando como alvo para esquecer sua dor e sua amargura. Ele faria
qualquer coisa para não falar sobre o pai e sobre o motivo que os afastara um
do outro.
Levada por um súbito impulso, Any desistiu do passeio e voltou para o chalé.
Viu Poncho no terraço, de pé, com as mãos nos bolsos.
- Nunca havia lhe acontecido algo tão
sério antes, não é?

Poncho estreitou olhos.
- De que está falando?
- Você teve uma infância feliz?
- Sim.
- Dava-se bem com seu pai antes da briga?
- Sim - ele resmungou.                                                                                                                               
- Então por que não pensa nos bons momentos em vez de se concentrar nos
maus?
- Não queira entender como me sinto - Poncho declarou ríspido.
- Mas eu entendo. Você não se dá conta da sorte que teve durante longos anos.
Foi amado e querido...
- Como se atreve... - Poncho tentou interrompê-la, mas não adiantou.
-Meu pai se negou a me reconhecer - Any prosseguiu - Ele passava pela rua e
fingia que não sabia quem eu era. E minha mãe, apesar de tudo, continuava
amando-o - Poncho estava encarando-a com incredulidade, mas Any não percebeu. -
Eu tive uma briga feia com ela um dia antes de sua morte. Tinha dezesseis anos
na época. Adorava-a não me conformava com sua depressão por causa do crápula de
meu pai.

Poncho havia se aproximado sem que ela percebesse e
estava enlaçando-a pela cintura.
Nada estava acontecendo conforme Any previra. De repente, era Poncho quem
conduzia as perguntas e ela se viu contando a ele sobre Marichello Portillo,
sua mãe, uma jovem rica, doce, bonita, idolatrada pelos pais, mas que fora
seduzida aos vinte e dois anos por um homem e abandonada por ele quando o
futuro sogro perdeu sua empresa e todos seus bens.
- Meu pai não a queria, mas sim seu
dinheiro. Quando soube sobre a falência de meu avô, desmanchou o noivado e
casou com outra mulher, filha de um industrial poderoso.
- Ele abandonou sua mãe grávida.
- Não. Ele há procurou algumas semanas depois de casar com a outra e disse que
cometera um erro, pois continuava apaixonado por ela. Eu fui concebida naquele
dia. Minha mãe pensou que ele se separaria da mulher e que ficaria com ela.
- Algo que ele nunca pretendeu fazer...

Any suspirou.
- Não quero mais falar sobre esse
assunto.

Poncho deslizou as
mãos pelas costas de Any e tornou a atraí-la de encontro ao peito.
- Agora é sua vez - Any murmurou.
- Minha vez?

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