Fanfic: O engano aya

Mal deu um passo e a porta de comunicação foi aberta
de par em par. Petrificada, Any viu um homem a encará-la com agressividade,
quase com ódio.
- O que está fazendo aqui?
- Eu estava de saída...
-O que fazia atrás da porta? Estava escutando nossa conversa?
- Não, eu não estava escutando - Any se apressou a responder.

 Nunca havia visto
aquele homem antes e estava chocada com suas maneiras autoritárias. De repente,
deu-se conta de que sabia quem ele era. Era o homem do retrato no hall de
entrada, o mesmo pelo qual todas as funcionárias suspiravam. Alfonso Herrera,
popularmente conhecido por Poncho, o magnata grego que dirigia a Herrera
International.
Deus do céu! Ela havia se enganado de sala. Agora tanto seu emprego quanto o de Maite estavam em perigo!

Um homem de cabelos grisalhos apareceu atrás de
Alfonso. Ao vê-la, pegou imediatamente seu rádio de comunicação.
- Ela não é a responsável por este
andar, Poncho. Vou chamar a segurança.
- Não é preciso... - Anahi tentou protestar - Estou no lugar da faxineira
responsável por este setor. Eu trabalho aqui no prédio. No sexto andar. Errei
de sala. Apenas isso. Não fiz de propósito. Estava de saída...
- Ela estava escondida atrás da porta, Millar. - declarou Alfonso  com um
olhar de desconfiança que fez Any tremer.
- Posso ter dado essa impressão - Anahi admitiu, na esperança de ganhar tempo -
mas por que eu me esconderia aqui? Isso faz algum sentido aos senhores? Sou uma
simples faxineira.    - Reconheço que
errei ao entrar nesta sala, mas juro que não tinha nenhuma intenção de
perturbá-los. Sinto muito.

Ao tentar sair, Any foi detida.
- Você não irá à parte alguma - disse
Herrera. - Como é seu nome?
- Any. Quero dizer, Anahí Portillo. Ei, o que está fazendo?

 Alfonso Herrera havia
soltado seu braço e agora estava tirando a faixa que ela enrolara ao redor da
cabeça. Seus cabelos caíram sobre os ombros como uma cascata. Ela ergueu os
olhos para ele, sentindo-se frágil e indefesa.
De repente, um arrepio percorreu as costas de Any. A expressão dos olhos cor de
mel havia mudado. Alfonso Herrera estava olhando para ela como um homem olha
para uma mulher que o atrai.
- Você não se parece com nenhuma
faxineira que conheço.
- Conhece muitas? - Any perguntou, sem saber o que dizer.
- Há uma Anahi Portillo na lista de funcionários - declarou o homem a quem
Alfonso Herrera havia chamado de Millar. - Mas ela deveria estar no sexto
andar, não aqui. Mandarei seu supervisor subir para identificá-la.

Ao ouvir essa informação, o magnata grego fez um
sinal para o outro.
-Não. Desligue esse rádio. Quanto menos
pessoas souberem sobre esse ato de espionagem, melhor será. - Ele se encaminhou
para uma cadeira e apontou-a para Anahi. - Sente-se.
- Mas eu...
-Sente-se!

 Any cerrou os dentes
para não responder. Nunca fora tratada daquela maneira antes. Reconhecia seu
erro. Mas pedira desculpa, não? O que mais aquele homem queria que fizesse?
- Poderia me explicar sua presença neste
andar? E por que entrou nesta sala? Se se enganou de porta, como disse, por que
não se retirou em vez de se esconder?

O silêncio que invadiu a sala foi tão opressivo que
Any sentiu ímpetos de desabar em pranto. Olhou para aqueles olhos, contudo, e
decidiu que a verdade seria o caminho mais seguro para sair daquela enrascada.
Não era nenhuma criminosa, afinal. Não merecia aquele olhar de desconfiança.
- Tenho tido problemas com um dos
funcionários de meu andar.
- Que tipo de problema? - quis saber Millar.

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