Fanfic: O engano aya

-
Minha vez?
- Sim, sua vez - Any insistiu.
- Meu pai queria que eu casasse e eu respondi que não estava preparado. Ele disse
que não queria mais me ver nem me ouvir enquanto eu não resolvesse me preparar
para fazer o que devia ser feito.
- Está falando sério? -Any estranhou. - É verdade que seu pai queria decidir
por você sobre seu casamento.
- É o costume em nosso país. Aconteceu o mesmo com ele e minha mãe. Foram meus
avôs que decidiram seus destinos.
- Mas isso é medieval! - Any exclamou.
- Para você, talvez. Mas meus pais foram muito felizes. Na Grécia é comum os
pais decidirem sobre o casamento dos filhos.
- Não pretendo criticar seu pai, mas os tempos mudaram. - Poncho estendeu a mão
e afastou uma mecha dos cabelos e Any que havia caído em seu rosto. Ela fechou
os olhos de prazer. - Você é um homem, não uma criança.
- Ele sabia o que era melhor para mim. Falo inglês como um ocidental, Any, mas
corre sangue grego em minhas veias e o casamento é encarado com seriedade por
aqui. Não é como na Inglaterra, onde as pessoas dizem que casam por amor, mas
logo procuram um advogado para providenciar a separação.
- Sim, mas...
- E mais seguro escolher a pessoa com quem partilhará sua vida com a
inteligência do que com o coração.

Sem dar chance a uma continuidade na conversa,
Poncho ergueu Any em seus braços e beijou-a.
Any pestanejou. Poncho precisava falar não beijá-la. Aquilo não deveria estar
acontecendo. Assim que o beijo terminasse, ela colocaria um fim naquela
situação. Mas, sem que soubesse como, seus braços o enlaçaram pelo pescoço e
seus dedos mergulharam na maciez de seus cabelos.
Quando Poncho a soltou, Any sentiu as pernas cederem sob seu peso. Ele a
sustentou e se encaminhou para a casa de praia. Com ela nos braços.

Any abandonou-se á excitação daquele momento. Sua
pulsação estava acelerada, sua respiração ofegante. No primeiro instante, havia
se encolhido na tentativa de se refugiar em timidez. Mas não conseguiu resistir
ao modo como Poncho olhava para ela.
- Você é muito bonito - ela disse,
sincera.
- E você é a mulher mais linda que encontrei em toda minha vida. Quando tirei
aquele turbante e vi seus cabelos mal pude acreditar...

Poncho a deitou em algo deliciosamente confortável e
se inclinou sobre ela.
- Você é doce sob a aparência severa -
ele murmurou junto aos lábios de Any.

De perto, os olhos de Poncho pareciam se transformar
em topázios, Any pensou, de tanto que brilhavam.
Ele beijou-a novamente e ela se entregou por inteiro á sensualidade que invadiu
seu corpo. Não conseguiria resistir às emoções que Poncho lhe despertava mesmo
que sua vida dependesse desse esforço.
Poncho tirou a camisa e tornou a abraçá-la. Any enrijeceu a vista daquele peito
bronzeado e coberto de pelos escuros e crespos que rareavam à medida que seus
olhos desciam para os quadris.
Como ela não se movia, Poncho segurou-lhe as mãos e a fez tocá-lo como se isso
fosse o ato mais natural do mundo.
- Eu acho que estamos indo depressa
demais...

Any mal podia acreditar. Estava deitada em uma cama com
Poncho  Herrera e em poucos instantes tinha certeza de estariam despidos.
- Se quer que eu vá embora, eu irei.

 Any sentiu um aperto no
peito. Sentou-se e perdeu-se nos olhos cor de mel. Ficar ou partir. Não havia
meio termo. E se ele fosse embora, talvez nunca mais a procurasse.
- Decida-se - Poncho insistiu. A
urgência estava estampada em seu rosto perfeito e másculo. - Não sou feito de
aço. Estou ardendo de desejo por você.

Any sentiu que tremia de paixão. Não conseguia
afastar os olhos dos olhos de Poncho nem sequer por um segundo. O calor que
irradiava deles a estava derretendo.
- Eu também te quero...

Poncho tornou a
deitá-la com extrema gentileza.
- Não farei nada que você não queira -
prometeu.
- Claro que não, mas...

Comentem...