Fanfic: O engano aya

Agradecendo aos comentários de pattybarcelos e de todas as outras leitoras, mais capítulos!!!

- Toma
pílula anticoncepcional?

Any estranhou a pergunta. Por que Poncho estava preocupado isso se usara
proteção?
-Não.
- Foi o que pensei. Achei que deveria avisá-la que a camisinha rompeu.

O rubor de Any transformou se em palidez.
- Se você engravidar avise-me e
cuidaremos juntos do problema.

Aterrorizada com a idéia de ser mãe solteira, Any sentiu vontade de
chorar. Mas seu otimismo falou mais alto e ela tratou de não pensar nisso.
Havia se afastado da realidade naquele dia e não permitiria que a fantasia
acabasse por enquanto.
- Tenho planos para você - disse Poncho
e beijou-a com uma suavidade que a fez estremecer.

A ceia foi trazida e eles comeram na cama. Os pratos eram saborosos e
sofisticados. Lagosta, salada grega e abobrinhas fritas. Era a primeira vez que
Any comia lagosta e adorou. Mas esperou que Any se servisse primeiro, para
imitá-lo. Era algo praticamente sem importância, mas serviu-lhe de lembrete
sobre o fato de eles viverem em mundos diferentes.
Mas como ela não queria usar seu bom senso aquela noite, afastou mais uma vez a
voz de sua consciência.
- Obrigado pelas palavras que me disse
na praia - Poncho agradeceu. - Ajudaram-me a refletir sobre a situação. Se meu
pai ou eu suspeitássemos de que não teríamos muito tempo juntos nossas
divergências teriam sido resolvidas. A grande ironia é que eu já estava
tentando fazer o ele queria.
- Já?

Poncho fez um movimento afirmativo com a cabeça.
- Tem a ver com aquela conversa que você
ouviu. A empresa que pretendo comprar pertenceu a meu pai há longo tempo. Eu
queria lhe fazer uma surpresa.

Any suspirou.
- Por isso era tão importante para você.
- E continua a ser. Meu pai era um homem forte e alegre. Quero homenageá-lo
pelo que era. Tenho certeza que meu pai não gostaria que eu pensasse nele com
melancolia e revolta.
- Até agora não entendi a importância daquela conversa - Any confessou.
- Digamos que há duas empresas: A e B. Você compra o estoque da empresa A e
espalha um boato de que pretende adquirir toda a empresa. O preço da mercadoria
sobe. Seu lucro na venda torna-se muito maior. Então, sem que ninguém espere,
você compra a empresa B, cujos preços não sofreram aumento, e faz um ótimo
negócio.

Any  balançou a cabeça.
- É um plano diabólico.

Poncho não se sentiu ofendido com o comentário.
- Tenho essa fama no mundo dos negócios.

Terminaram de comer e Any se levantou para retirar a louça. Quando
voltou para a cama, Poncho havia adormecido. Ficou olhando para ele com imensa
ternura. Ele parecia estar em paz consigo mesmo agora. Estava exausto, mas
tranqüilo. Sua expressão era totalmente diferente da que vira no avião quando o
acordara.
Eram oito horas da manha seguinte quando Any despertou. Ao seu lado, Poncho
continuava adormecido.
Ela se levantou com cuidado para não interromper seu sono e se serviu de um
copo de água gelada e de uma maça. Seu corpo doía intimamente como se quisesse
lembrá-la de que se deixara arrastar pela maré em vez de lutar contra as
correntezas. Ela havia entrado em um caminho sem volta. A força de seus
sentimentos por Poncho chegava a assustá-la.
Necessitada de ar fresco e de reflexão, vestiu o conjunto short cor-de-rosa que
Poncho lhe comprara e foi para a praia.
Era bom saber que Poncho tinha planos para ela. Era reconfortante. Poncho
parecia ser um homem franco e honesto. Mas Any não deveria ter sido tão
impulsiva e se deitado com ele praticamente sem conhecê-lo. Não que estivesse
arrependida. Estava feliz, aliás, por Poncho ter sido seu primeiro amante. Ao
menos ele não pensaria que era seu costume fazer amor com todos que conhecia.
O maior empecilho entre eles era o fato de ela trabalhar em sua empresa como
uma simples faxineira. Mas ele não dera importância a isso. De qualquer forma,
assim que voltassem, estava resolvida a pedir o tal empréstimo ao banco para
comprar a livraria do Sr. Barry.                                                                      Quando consultou seu relógio de pulso, Any
surpreendeu-se. Fazia quase duas horas que estava caminhando. Precisava voltar
imediatamente. Poncho já deveria ter acordado não queria fazê-lo esperar.
Ele estava na varanda. Usava una calça esporte bege e uma camiseta preta. Pena
que estivesse de óculos escuros. Ela queria ver seus olhos brilharem ao vê-la.
- Recebi uma chamada pelo celular-
Poncho avisou-a quando ela a estava alguns metros de distância.

No mesmo instante,
Any detectou algo de errado. O tom de voz foi tão frio que a fez estremecer.
- O que houve? - ela perguntou ansiosa.

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