Fanfic: O engano aya

-
O que houve? - ela perguntou ansiosa.
- O preço do estoque da Palco Technic começou a subir no instante que as
operações na bolsa tiveram início.

Any encarou-o, intrigada. Estava chocada demais com
a abrupta mudança que se operara em Poncho para compreender a gravidade da
informação.
- Você disse que não havia conseguido
completar aquela ligação no aeroporto. É evidente que mentiu- Poncho acusou
- A única ligação que fiz foi de seu celular! - Any defendeu. - Por Deus, se
algo deu errado, a culpa não foi minha. Não passei nenhuma informação. Não
saberia nem sequer a quem passar!
- Foram coincidências demais, Any. Hoje de manhã, por exemplo, onde estava
quando eu acordei?

Any pestanejou.
- Eu...
- Você estava com medo de minha reação quando eu recebesse a noticia e por isso
preferiu ir para longe, não é? Não pensou que eu descobriria a verdade antes que
você pudesse sair desta ilha?

O sol estava forte. A pele de Any estava
transpirando, mas por dentro ela estava congelada. Poncho continuava duvidando
de sua honestidade.
- Você está enganado - Any protestou. -
Sinto muito que tenha perdido o negócio, mas a culpa não foi minha. Não estou
gostando de ser acusada de algo que não fiz. Eu avisei que havia alguém
escutando atrás da porta...
- Não insulte minha inteligência! - Poncho interrompeu-a ríspido.
- Que inteligência? - Any esbravejou - Se tivesse inteligência, você já teria
se convencido de que eu não fui à responsável pelo vazamento de informação!
- Você arruinou meu negócio e foi para minha cama com o propósito de aplacar
minha ira!

A acusação brutal a fez empalidecer como a morte.
- Como pude pensar que você era capaz de
algum sentimento? - Any indagou a si mesma.
- Eu sou. Mas não com alguém que não merece. O que aconteceu entre nós acabou.
Foi uma experiência que não pretendo repetir.
- Nem eu! - Any afirmou, tremendo de revolta. - Você não tem nada para oferecer
a ninguém a não ser uma conta bancaria. Você tem tanta classe quanto um bode!

Poncho encarou-a como se quisesse matá-la.
Any ergueu o queixo e atravessou a varanda em direção ao quarto. Tudo que
queria era calçar seus sapatos e ir embora dali. Mas Poncho a segurou pelo
braço e a fez parar.
- Repita o que disse!
- Você tem tanta classe quanto um bode! E ao dizer isso, estou ofendendo o
pobre animal!

O coração de Any batia descompassado. Sentia que a
raiva de Poncho estava prestes a desabar como uma tempestade. Mas nada no mundo
a faria calar naquele momento.
- Você é rico e poderoso, mas um grande
ignorante! E tire suas mãos de cima de mim!

 Uma fração de
segundo depois, Any sentiu que seus pés se afastavam do chão. Gritou para que
Poncho a largasse, mas em vez de colocá-la no chão, ele a jogou na cama.
Any se calou ao notar a palidez sob o bronzeado.
-Se você fosse um homem, eu a faria
pagar pelos insultos.
- Solte-me! Você está me assustando!

Ele franziu o cenho e se afastou.
- O helicóptero está pronto para
levá-la. Arrume suas coisas e vá! Nunca mais apareça na Herrera International.

Pálida como o lençol que cobria a cama, Any se
sentou.
- Eu poderia ter te amado, mas agora te
odeio - disse com um fio de voz.

Poncho não respondeu. Com extremo desdém, atirou um
punhado de notas de cinqüenta libras cada diante de Any.
Ela ficou olhando para aquilo, incapaz de se mover.
- Como você disse os negócios vêm em
primeiro lugar em sua vida. Se lhe serve de consolo, tive uma das melhores
noites de minha vida ontem.

O instinto de sobrevivência de Any ajudou-a naquele
momento.
- Esse é o dinheiro de minha passagem de
volta para casa?

Poncho fitou-a, surpreso.
- Por que quer saber?

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