Fanfic: O engano aya

-
Por que quer saber?

 Any encarou-o
com desafio.
- Porque as pessoas pobres como eu
precisam ser praticas. Eu não sei quanto custa uma passagem de Atenas até
Londres.
- Você não precisa comprar sua passagem. Basta retirá-la no balcão no
aeroporto.
- Nesse caso, precisarei apenas do dinheiro do táxi - Any apanhou uma única
nota cujo troco seria devolvida na primeira oportunidade. - E Dulce?
- Sua colega? O que você acha?
- Que você se arrependerá se a mandar embora com fez comigo. Eu procurarei a
imprensa e lhes contarei uma história interessante. Depois usarei a indenização
para compensar Dulce por ter tentado me ajudar.

Poncho não respondeu. Havia raiva e desprezo em seu
olhar. Any não disse mais nada. Precisava sair daquele lugar antes que se
traísse.
Com gestos nervosos, calçou suas velhas sapatilhas de brim, pegou a sacola com
as roupas que usara ao viajar para a Grécia e se encaminhou para o local onde o
helicóptero a esperava.
Durante o vôo para Atenas, Any chegou à conclusão que merecia o que estava lhe
acontecendo. Não deveria ter atirado a precaução ao vento. Fora uma completa
tola a se deixar envolver por Poncho  Herrera daquele jeito. Deveria ter
refletido antes de se apaixonar por ele. Ninguém mudava tanto de uma hora para
outra. Se Poncho tivesse realmente sentido algo por ela, não a teria julgado
capaz de traí-lo.

Any estava arrumando a vitrine da livraria pela
segunda vez para se ocupar.
- Quer uma xícara de chá - ofereceu
Christopher Barry.

Chovia a cântaras. Não havia entrado nem sequer um
comprador na loja aquele dia. Any olhou para seu patrão e fez um esforço para
sorrir ao notar sua preocupação.
Apoiou no balcão e tomou lentamente o chá enquanto olhava a chuva caindo. Fazia
dois dias que chegara de viagem, mas os pensamentos sobre o que acontecera na
ilha de Chindos se tornavam mais sombrios cada hora que passava. Não conseguia
se conformar. Como pudera ser tão tola?
Brincar com sexo era um perigo. Ela sabia disso quase e desde que nascera.
Sempre fora de opinião que só podia haver sexo em relações amorosas estáveis.
No entanto, ela se deixara humilhar ao aceitar ir para a cama com um homem que
mal conhecia E ele lhe dera uma escolha. Mas, ao usar o coração em vez de
recorrer à inteligência, fizera a escolha errada. Agora só restava esperar que
seu erro não tivesse conseqüências ainda piores.
O dono foi para casa mais cedo do que de costume. Ela estava sozinha, portanto,
quando vieram entregar um buquê de flores.
- Srta. Any Portillo?
- Sim, mas não devo ser a pessoa que você procura - Any respondeu. Nunca havia
recebido flores em sua vida. Ainda mais um imenso buquê de rosas vermelhas.
- O endereço é este.

Any mal pôde respirar ao pensar na única pessoa que
poderia ter mandado aquele buquê. Suas mãos tremiam quando abriu o envelope e
leu o cartão.
- Do bode.

Corada e sem fôlego, rasgou o cartão em pedacinhos
jogou-os no cesto sob o balcão.
As rosas deveriam ser um pedido de desculpa por parte de Poncho. Era óbvio que
ele havia comprovado que ela não culpada pelo vazamento de informação. Alguém
mais inteligente deveria ter alertado a ele sobre a verdade e o feito engolir
sua arrogância. Estava tão furiosa que desejou que Poncho tivesse perdido muito
dinheiro naquele negocio. Ele merecia isso.
O telefone tocou.
- Alô?
- Eu preciso falar com você...

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