Fanfic: O engano aya

 Não era
nenhuma criminosa, afinal. Não merecia aquele olhar de desconfiança.
- Tenho tido problemas com um dos
funcionários de meu andar.
- Que tipo de problema? - quis saber Millar.

Herrera examinou Any da cabeça aos pés, detendo-se
especialmente nos seios e nas pernas. Any corou de vergonha.
- Ora, Millar - disse Alfonso Herrera
com um sorriso malicioso - olhe para ela e me diga se precisa de uma resposta.

 Any sabia que não
estava em posição de reclamar, mas seu orgulho a fez erguer o queixo e se
defender:
- Eu comentei a respeito com a senhora
que trabalha neste andar e ela se ofereceu para trocar de lugar comigo esta
noite. Sei que foi errado, mas ela não teve culpa. Fui orientada várias vezes
para não entrar na sala com portas duplas. Mas havia duas salas com portas
duplas e eu...
- E você entrou justamente nesta- concluiu Alfonso Herrera.
- Sim. Eu me enganei e quando percebi o erro tratei de sair imediatamente - Any
explicou - mas fiquei assustada quando ouvi passos. Pensei que fosse o
segurança. Como não queria prejudicar Maite tratei de me esconder para não ser
vista.
- O segurança não subiu a este andar nenhuma vez após as seis horas - retrucou
Millar. - E há dez minutos, quando o Sr. Herrera chegou, não havia ninguém em
todo andar.
- Bem, não sei quem esteve aqui. Mas ouvi passos e posso garantir que a pessoa
ficou parada junto da porta por alguns segundos antes de se afastar.

Any percebeu a troca de olhares entre os dois homens
e não soube como interpretá-la. O que havia com eles, afinal? Sua explicação
não poderia ser mais simples e direta.
Herrera  respirou fundo, cerrou os punhos e se apoiou a um canto da
escrivaninha. Em seguida olhou para o outro homem que parecia ainda mais
nervoso do que antes.
- Vá para casa, Millar. Eu cuido disso.
- Eu prefiro ficar e ajudá-lo...
- Você tem um jantar importante - Alfonso lembrou-o. -Já o atrasei demais.

O homem parecia querer protestar, mas acabou fazendo
um gesto de concordância com a cabeça.
- Estarei com você em pensamento amanhã,
Herrera - ele disse, por fim, antes de se encaminhar para a porta
- Obrigado.

Alfonso Herrera fechou a porta quando o outro saiu.
Quando tornou a fitá-lo, Anahí  o achou triste.
- Sinto muito - ele disse, de repente -
mas não posso confiar em sua palavra. Infelizmente, você testemunhou um diálogo
confidencial.
- Eu não escutei nada. Não estou interessada em seus assuntos - Anahi declarou,
tremula, Por mais que quisesse convencer a si mesma de que estava tudo bem, seu
futuro e o de  Maite naquela empresa estava correndo perigo.
- Vou lhe fazer duas perguntas - avisou o magnata - Primeira. Você quer
continuar neste emprego?
- Quero.
- E não quer que a senhora com quem trocou de lugar seja punida com uma
demissão por justa causa?

Any  engoliu em seco.
- Por favor, não faça nada contra Maite.
Eu assumo toda culpa.
- Acontece que ela também é culpada. Está tão envolvida neste assunto quanto
você. Se for realmente uma espiã contratada por um de meus concorrentes, ela
pode ser sua cúmplice.
- Espiã? Eu não...
-Sua declaração sobre a presença de alguém neste andar parece suspeita demais.
Percebe que está tentando se proteger caso o vazamento de informações seja
confirmado?
- Eu não sei de que o senhor está falando - Any murmurou prestes a entrar em
pânico.
- Espero que não, para seu próprio bem- respondeu Alfonso Herrera - Espero que
compreenda também que não posso permitir que deixe esta sala e volte ao
trabalho depois do houve. Seria arriscado demais para mim. Um grande negócio
está em jogo e eu não posso correr o risco de perdê-lo caso o assunto da
reunião chegue aos ouvidos da pessoa errada.        

- Mas eu jamais contaria a alguém o
que aconteceu aqui - Any garantiu.
- Ah, então você sabe o que se passou na sala de reuniões! No entanto, acabou
de afirmar que não ouviu nada, que não estava interessada em nada!

Anahi não conseguiu
sustentar o olhar de Alfonso Herrera. Com suas artimanhas, ele havia conseguido
fazê-la cair em contradição. A verdade era que ela ouvira cada uma das palavras
que ele dissera.

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