Fanfic: O engano aya

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Por favor...

Ele não prolongou mais a espera. Posicionou-se e
penetrou-a. Os gemidos de prazer se misturaram. E foram aumentando à medida que
as investidas se tornavam mais rápidas e mais profundas.
Alucinada de paixão, Any abraçou-se a Poncho com força e estremeceu a
aproximação do êxtase.
Quando voltou a si, estava com os olhos cheios de lágrimas de amor e de emoção.
Poncho continuava em cima de seu corpo. Ela segurou-lhe a cabeça com intenso
carinho e beijou-o muitas vezes no ombro.
- Você me faz sentir especial. -
murmurou.

Era verdade. Pela primeira vez em sua vida, ela
estava se sentindo especial.
O telefone tocou.
Não foi o som repentino que a assustou, mas o modo como Poncho reagiu. Ele se
levantou de um salto. A expressão estava séria ao atender. No transcorrer da
conversa, em grego, tornou-se grave.
Any franziu o rosto. O que teria acontecido para Poncho ficar daquele jeito?
Dois minutos depois ele desligou, virou-se para ela e avisou que precisaria
tomar um banho rápido e ir para o escritório.
- Algum problema? - Any indagou,
preocupada.
- Nada com que você deva se preocupar.

O modo frio com que foi tratada depois do que
acabara de acontecer entre eles a deixou zangada.
- Talvez fosse melhor se eu
desaparecesse no ar, não?

Poncho passou as mãos pelos cabelos e respirou fundo
em uma tentativa de controlar a irritação.
- Any deite-se e procure dormir.
- Eu quero ir para minha casa!
- Eu quero que fique aqui!
- Não é o que parece!
- Se eu não estivesse sendo sincero, acha que insistiria em meu pedido, yineka
mou?

O tom de voz continuava irritado, mas as palavras
acalmaram Any. A alegria, contudo, havia desaparecido. Tanto Poncho quanto ela
estavam tensos.
Por que Poncho não se abria com ela? Se ele lhe contasse razão de sua súbita
necessidade de deixá-la, seria mais fácil. Eles se despediriam e ela ficaria esperando
uma, duas, três horas, o tempo que fosse necessário, sem reclamar. Mas Poncho
preferia ignorar seus anseios a lhe confiar seus problemas, sua intimidade.
A insegurança tornou a invadi-la. Por que permitira que Poncho a levasse
novamente para a cama? Por que o incentivara a levá-la?
Porque precisava desesperadamente se convencer de que Poncho a queria, Any
respondeu a si mesma. Porque o amava e queria estar perto dele. Porque o medo
de uma gravidez a induzira a tentar fortalecer a relação.

Não podia culpar Poncho por não querer amarra-se. A
única culpada daquela situação era sua fraqueza.
Any se levantou e apanhou suas roupas. Seguiu para o quarto de hóspedes e se
deitou. Se Poncho realmente a quisesse ao seu lado, iria buscá-la.
Ele não foi.
O mordomo lhe serviu o desjejum na cama. Antes que tivesse tempo para se
levantar e se vestir, Poncho telefonou dizendo que havia marcado uma consulta
para ela com um ginecologista.
- Nathan Parker é meu amigo. Se você
prefere consultar outro médico, basta me dizer.
- Tanto faz para mim - Any respondeu magoada.
- Nesse caso, passarei aí daqui a pouco para buscá-la. A consulta está marcada
para o meio-dia.

Durante o trajeto Any
não se deu ao trabalho de reconhecer o esforço de Poncho no sentido de
entabular uma conversa. Amava-o, mas também o detestava por exercer tanto poder
sobre ela.
A tensão de Any era tão grande que, ao descer do carro diante do consultório,
disse que gostaria de nunca ter conhecido Poncho.
- Não acredito em você - Poncho
respondeu. - Tenho certeza de que gostaria de ter me conhecido muito antes.
Assim como eu a você.
- Como pode saber como me sinto? - Any esbravejou - E por que está me seguindo?
- Não quer que eu entre com você?

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