Fanfic: O engano aya

Anahi não conseguiu sustentar o olhar de Alfonso
Herrera. Com suas artimanhas, ele havia conseguido fazê-la cair em contradição.
A verdade era que ela ouvira cada uma das palavras que ele dissera.
Alfonso Herrera consultou o relógio de ouro preso a sua cintura por uma pequena
corrente também de ouro e tornou a olhar para Any.
- O caso é o seguinte, Any - ele disse
por fim - não pretendo demitir você nem a tola de sua amiga. Mas como não posso
correr nenhum risco, não a perderei de vista nem sequer por um minuto até a
manhã de quarta
- Como? - Any pestanejou.
- Obviamente será compensada pela inconveniência...
- Inconveniência - Any interrompeu-o, cada vez mais perplexa.
- Você tem passaporte?
- Passaporte? Por que está me perguntando isso?
- Tenho de viajar para a Grécia esta noite e você irá comigo. De que outra
forma eu iria vigiá-la e impedir que desse um telefonema?
- Para quem eu iria telefonar? - Any protestou
- Mora sozinha ou com sua família?
- Sozinha, mas...

Houve um instante de hesitação por parte de Alfonso
Herrera  dessa vez.
- Confesso que esperava outro tipo de
resposta. Bem, onde guarda seu passaporte?
- Em meu criado-mudo, mas...

O dono da empresa tirou o fone do gancho.
- Não vejo alternativa para você.
Poderia é claro, trancá-la em um quarto com água e comida e mantê-la
incomunicável até minha volta, mas não creio que essa seria sua escolha.
Portanto, Any, você tem de viajar comigo por sua livre e espontânea vontade.

Livre e espontânea vontade? Aquele homem sabia o
significado daquelas palavras?
Any  engoliu em seco ao reconhecer finalmente sua situação. Alfonso
Herrera  não estava brincando. Nunca vira alguém falar mais sério em sua
vida. Principalmente quando começou a usar o idioma grego!
- Eu juro que não direi nenhuma palavra
a ninguém! - Any tentou apelar para a compaixão de seu empregador assim que o
viu interromper a ligação.
- Sinto muito, mas jurar é pouco. Acabei de dar instruções para que abram seu
armário e que apanhem a chave de sua casa.

Any levantou-se, indignada.
- Não é justo!
- Não precisa se dar ao trabalho de me fornecer seu endereço. Demétrius o
pegará no departamento de pessoal e irá direto para lá. Ele irá ao nosso
encontro no aeroporto para entregar seu documento.

Incapaz de falar, Any arregalou os olhos de pura
incredulidade.
- Não pôde fazer isso comigo! Quero ir
para minha casa à imediatamente!
- Como eu já disse, não irei obrigá-la a viajar comigo, se não quiser. Se
preferir ficar, contudo, terá de arcar com as conseqüências. Ou seja, dê um
passo para fora desta sala, e você e sua amiga serão demitidas por justa causa
um minuto depois.

Anahí já estava junto
à porta quando Alfonso Herrera terminou de falar. No mesmo instante, ela se
deteve.
- Acho que seria mais sensato de sua
parte se aceitasse o inevitável e me acompanhasse - continuou o presidente da
empresa. - Nada de mal lhe acontecerá. A não ser, é claro, que eu descubra que
esteve mentindo.
- Por que não ouve suas próprias palavras? - Any tentou mais uma vez reverter à
situação - Acha que eu seria louca para dizer a alguém o que ouvi? Eu já não
declarei que não quero perder meu emprego nem prejudicar minha colega?
- Acontece que a informação que você conseguiu pode valer muito dinheiro.
Desista, Any. Não permitirei que se afaste de mim ate que chegue a
quarta-feira. Vamos?

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