Fanfic: O engano aya

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Ela não fez isso! - Any exclamou com veemência - Estava triste e deprimida.
Atravessou uma rua sem olhar porque estava distraída.

Poncho apertou as mãos.
- Você tinha apenas dezesseis anos. Como
conseguiu superar isso sozinha?
- Meu pai mandou seu advogado tomar as providências para o funeral.
- E quanto a você?
- Fez de conta que eu não existia. Precisei sair do colégio.
- Ele deveria ter pagado seus estudos. Ao menos isso.
- Porque se importaria comigo se passou dezesseis anos fingindo que eu não
existia? Ele morria de medo que sua esposa descobrisse que tinha uma filha. O
dinheiro era dela.
- Como você sobreviveu após a morte de sua mãe?
- Nosso apartamento era alugado. Vendi a mobília e fui para Londres. Morei em
uma pensão até conseguir o emprego na livraria do Sr. Barry. Um ano depois, ele
me ofereceu o quarto e eu me mudei para lá - Any fez uma pausa - Por que
estamos falando sobre meu passado? Eu não lhe contei nenhuma mentira. Talvez
não tenha entrado em detalhes, mas você já sabia tudo a meu respeito em linhas
gerais.
- Estou fazendo isso para tentar me controlar - Poncho respondeu - Quando abri
o jornal, tive vontade de estrangulá-la.

Any franziu o cenho. Não estava entendendo.
- Por que não guardou segredo? Para
quantas pessoas você contou que estava grávida? Nathan não contou sobre seu
estado nem sequer a Vick com receio de que ela fosse deixar escapar a
informação, tagarela como é. E eu não contei a ninguém.
- Nem eu - Any exclamou, indignada.
- Impossível! Você deve ter contado a alguém. Eu seria capaz de apostar
qualquer quantia por Nathan. Confio nele como em mim mesmo. A imprensa não
teria conseguido reunir tantas informações a seu respeito sem a ajuda de alguém
que a conhece.

Any lembrou-se naquele instante de que havia contado
a Kuno Becker sobre sua gravidez. Corou até a raiz dos cabelos.
- Quem foi? - Poncho insistiu.

Any pensou rápido. Kuno podia saber sobre seu
estado, mas não tinha conhecimento da vida de seus pais. Uma sensação de frio
apoderou-se dela. Aturdida, Any não pôde controlar um forte estremecimento.
Como não adivinhara logo?
- Any, quero que me conte tudo. Não te
deixarei em paz enquanto não me fizer uma confissão completa.

O nome estava na ponta da língua de Any, mas de que
adiantaria mencioná-lo? Poncho não acreditaria em sua palavra.
Mas tanto Poncho a perturbou que Any acabou contando.
- Quer realmente saber quem está por trás
dessa matéria sórdida? - Any ergueu o queixo - Em minha opinião, foi Helena
Teriakos.

Se uma agulha caísse no chão naquele instante, eles
teriam ouvido tal o silêncio que se fez.
- Não pode ter sido outra pessoa! - Any
continuou - Ela conhece meus antecedentes e me odeia.
- Você perdeu o juízo? - Poncho indagou com expressão de profundo cansaço.
- Se lhe serve de consolo, Helena também sabe tudo sobre você. Ela sabe que dá
muita importância aos outros e que um escândalo o viraria contra mim.

 Poncho ergueu as mãos
para o alto.
- Você está tão cega pelo ciúme que não
consegue enxergar, quanto mais pensar no absurdo que está dizendo.
- Está enganado. Ao menos neste momento, eu o entregaria a Helena Teriakos em
uma bandeja, se ela entrasse pela porta.
- Já basta! - Poncho ordenou.
- Eu ainda não terminei! - Na mesma medida que o tom de voz de Poncho se
tornara mais brando, o de Any elevou-se.
- Vocês se merecem! Era com ela que deveria ter casado!

 Poncho respirou
fundo.
- Acho que é a isto que as pessoas se
referem quando dizem que a lua-de-mel acabou.
- Estou farta de você e daquela víbora - Any concluiu, amarga.
- Mas não irá à parte alguma - Poncho anunciou - É minha esposa e ficará na
ilha até que se acalme. Olhe para si mesma! Está com os olhos quase saltando
das órbitas!
- O que esperava?

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