Fanfic: O engano aya

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O que esperava?

Poncho tocou o ombro de Any.
- Isso não é bom para o bebê.
- Tire suas mãos de mim!
- Suas emoções estão fora de controle. Devem ser os hormônios.
- Os hormônios? - Any repetiu incrédula.
- Sim. No início da gravidez, a mulher sofre mudanças de humor constantemente.
É preciso ter paciência e compreensão.

Any sentiu o queixo cair ao ouvir pela segunda vez
um trecho do livro de Nathan.
- Tenho sido duro demais com você -
Poncho acrescentou.

Any não soube o que dizer quando foi levada para o sofá
como se fosse uma criança.
- Que espécie de brincadeira é esta? -
protestou.

 Poncho
sentou-se ao lado dela e lhe afagou os cabelos.
- Você ficou abalada quando viu o
jornal. Mesmo que tivesse contado a todos seus conhecidos sobre a gravidez, eu
deveria ter entendido seus motivos.

O novo comportamento de Poncho acalmou-a. Ao mesmo
tempo, não podia se esconder atrás da desculpa de seu estado.
- Sim, mas...
- Eu fiquei fora de mim quando a vi ser atacada pela imprensa! - Poncho abraçou-a
- Abalou-me muito saber o tipo de infância que os egoístas de seus pais lhe
proporcionaram. A gota d`água foi você tentar jogar a culpa em Helena.
- Não poderemos viver juntos se você não confia em mim.
- É claro que eu confio em você, com uma única exceção. E se não tornamos a
mencioná-la, tudo ficará bem.

Any sentiu o sabor amargo da derrota na questão
Helena Teriakos. De que adiantaria prosseguir com as acusações?
Não queria destruir seu casamento antes mesmo que começasse. O que Helena
estava fazendo nesse sentido era mais do que suficiente.
Haveria alguma maneira de vencer aquela mulher? Teria de se humilhar a ponto de
pedir que  Vick Parker contasse a Poncho sobre o ataque verbal que ela
sofrera no dia do casamento? A triste verdade era que não tinha provas
concretas contra Helena Teriakos. Poncho poderia alegar que Vick era uma
fofoqueira.
- Quanto ao artigo do jornal, meus
advogados disseram que eu posso processá-los e é isso que farei.
- Não vale à pena - Any murmurou.
- Por que não? Um ataque a você é um ataque a mim. Sua reputação está em jogo.
Eu a defenderei.
- Não quero que se exponha por minha causa.
- Um processo fará bem a eles, à instituição de caridade que receberá a
indenização milionária que cobrarei e a mim, pois os farei revelar o nome do
informante.

Um lampejo de esperança brilhou nos olhos de Any, mas
apenas por alguns instantes.
- Os jornalistas nunca revelam suas
fontes.
- Você ficaria admirada com o que ocorre por trás do pano. Especialmente quando
corre dinheiro - Poncho olhou para Any e sorriu - Está se sentindo melhor
agora?
- Sim, mas gostaria de ficar sozinha. Se não se importa, vou descer e caminhar.
- Irei com você.                                                                               - Não, por favor - Any pediu séria.

Any sentiu, mais do
que viu, a frustração que o invadiu. Amava-o, mas precisava de tempo para
refletir sobre o que havia acontecido.
Encaminhou-se para a praia e tirou os sapatos para sentir a areia morna sob os
pés. Estava fazendo mais calor do que da outra vez. Ela adorava o verão.
Estavam no primeiro dia de lua-de-mel e o fantasma de Helena já os assombrava.
Poncho ficara possesso com a asquerosa publicação. Gostasse da idéia ou não,
ela havia se tornado o calcanhar de Aquiles de seu marido. Ele era um homem
orgulhoso. O ataque faria mal a seu ego.
Como se não bastasse esse incidente, eles tiveram uma briga por causa de Helena
Teriakos. Quantas mais suportariam até compreenderem que não havia futuro para
seu casamento?
Any estava distante da casa, sentada à sombra de um rochedo, quando viu Poncho
caminhando em sua direção com um cesto de piquenique.
- Eu pedi para ficar sozinha, lembra-se?

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