Fanfic: LaLaan - A Dança Dos Corvos
Fazia pouco tempo que eu havia me mudado para Southville. Foi uma mudança radical, uma vez que sempre morei em cidades grandes, porém eu estava animado em saber que não teria mais de ouvir carros barulhentos e gritaria toda hora. A cidade era calma, silenciosa. Principalmente de noite.
Eu e meu pai, Jerome, compramos uma casa consideravelmente grande, perto de uma floresta. Minha mãe não quis nos acompanhar na mudança de jeito nenhum. Ela, de alguma forma, gosta mesmo daquela cidade barulhenta, então decidiu ficar lá.
Quando acabei de arrumar meu novo quarto, abri a janela e olhei para o céu iluminado pela lua. Decidi que seria interessante dar uma volta para conhecer a região, já que havia passado o dia anterior todo organizando a casa. Fechei a janela e desci as escadas que davam para a sala de estar. Já estava girando a chave para abrir a porta quando Jerome me interrompeu.
– Aonde vai?
– Conhecer a região.
– Mas já são 8 horas, Jean. Pode ser perigoso.
– Não se preocupe, estarei de volta antes das 10. – Sem esperar respostas ou protestos, abri a porta e direcionei-me apressadamente para fora. Estava frio. Fechei o casaco e olhei em volta.
À direita, havia uma pequena praça com um chafariz entre as casas enfileiradas. À esquerda, uma vasta floresta com grandes árvores.
Curioso, direcionei-me à esquerda. Andando sempre em frente, só era possível ouvir o barulho de grama sendo pisada por mim, os grilos e as corujas. Andei por alguns minutos, até que ouço um barulho que parecia alto de água caindo. Acelerei o passo, notando a ausência de árvores a medida que eu avançava. E então me deparo com uma visão deslumbrante: Uma cachoeira. Eu sempre quis ver uma!
Animado, corri até a beira, ficando longos minutos apreciando-a. Direcionei o olhar para o lado, e notei um vulto não muito alto um pouco distante de mim. O que é aquilo? Avancei em direção ao vulto lentamente, até chegar em uma certa distância que já a tornara visível. Agora eu podia ver, não tão claramente, a pessoa discretamente iluminada pela lua. Era uma garota não muito alta, branca, com franja e longos cabelos pretos e lisos. Vestia um sobretudo preto bem grande e esquisito. Seus olhos pretos me encaravam olho a olho incessantemente. Sua expressão era tão séria que chegava a ser medonha.
– Er... Com licença...
– Algum problema, Jean? – Ela indagou, mantendo o olhar fixo em mim.
– Como você sabe o meu nome? – Arregalei os olhos, surpreso. Não lembro de nem sequer ter visto essa garota em nenhum momento da minha vida.
– Sei de muita coisa. Jean Argonia Barone, filho de Jerome Barone com Judith Argonia, 18 anos... – Virou-se para a cachoeira.
– Mas... Eu nem te conheço. Como você sabe de tudo isso?
– Você não me conhece, Jean... – Virou o rosto para mim, finalmente esboçando um sorriso irônico, atrevo-me a dizer que até um pouco macabro. – Mas eu conheço você.
Não sei por que, mas essas palavras gelaram a minha espinha. Essa garota me dava medo, confesso. Recuei um passo meio que involuntariamente.
– Está com medo? – Mantinha o sorriso irônico, fitando-me.
– Quem é você?
– Bem, sou conhecida por muitos como LaLaan, então você pode me chamar assim.
– Por que LaLaan? – "Que nome mais incomum." Pensei comigo mesmo.
– Não se preocupe, você saberá um dia. – Olhou para o céu. – Eu preciso ir agora. Te vejo por aí, Jean Barone. – Virou-se de costas para mim, dando passos lentos, adentrando a floresta.
Lembrei-me que precisava voltar para casa também. Já estava tarde. No caminho de volta, várias perguntas surgiam na minha mente. Quem exatamente era essa garota? Como ela pode saber tanto sobre mim? Uma perseguidora, talvez? Eu estava realmente confuso.
Chegando em casa, abri a porta lentamente, procurando ser silencioso. Quando entrei, estava tudo escuro. Ainda bem, meu pai já havia se deitado. Fui poupado de reclamações. Direcionei-me apressadamente até meu quarto, notando algo muito estranho: A janela estava aberta. Quando fui fechá-la, notei uma pena preta caída no chão. Por que isso estava aí? Talvez seja de um pássaro. Tanto faz, eu estava morto de sono. Joguei a pena pela janela, que pairou graciosamente no ar. Por fim, fechei a janela e deitei-me na cama, logo caindo no sono.
Autor(a): msheterochromia
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Acordei cedo hoje. Que raro. Fui diretamente para a cozinha tomar o café da manhã, pensando incessantemente no ocorrido de ontem. – Jean? – Jerome me olhou assim que eu sentei na cadeira. – O quê? – Indaguei em um tom impaciente, com o olhar fixo no pão. – Você está mais pálido do que o normal &n ...
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