Fanfic: A casa caiu Vondy | Tema: Rebelde, Vondy, Barken

O celular de Dulce Maria estava fora da área de cobertura ou desligado. Não era por menos que Christopher estivesse com tanta raiva da morena, aliás, o que ela fizera, além de uma atitude totalmente invasiva e infantil, era também uma demonstração deliberada de que ela não tinha pretensão alguma de levar adianta coisa alguma entre eles. Então, ao mesmo tempo em que tinha raiva, também estava magoado. Tudo bem... Dulce Maria não o enganara em momento algum, ela sempre deixara bem claro que ela não queria se envolver nem se apaixonar, mas, também, em momento algum evitou que isso viesse a acontecer. E, agora, queria tirar o corpo fora de um jeito estúpido e impensado.

E o pior era saber que, nem mesmo com muita raiva, poderia anular o que já vinha sentindo por ela há algum tempo. Não foram justamente os defeitos dela que o cativaram? Não era a feminilidade de Anahí, ou mesmo seu jeito amável... Era justamente o contrário. O que chamara à sua atenção em Dulce era o temperamento complicado, o modo como ela agia impulsivamente sem se importar com a opinião alheia, a curiosidade que seus modos evasivos lhe despertavam... E então, o que poderia ser feito? Ele estava convencido de que não estava no mesmo problema que Alfonso. Dulce não desprezava Alfonso totalmente, mas não lhe dispensava o mesmo tratamento. Era diferente com ele, e ele sentia isso, sentia que ela, da sua maneira tortuosa, correspondia aos seus sentimentos.

Aos poucos uma resolução ia tomando forma em sua mente. A irritação ajudara bastante nisso, e então, decidiu que ignoraria Dulce Maria. Um pouco de desprezo e indiferença cairia muito bem nessa situação. Faria com que ela pensasse que ele não se importava, e que não estava nem aí com o fim daquilo que nem havia começado.

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Por sua vez, Dulce também estava imersa em pensamentos. Era complicado, pela primeira vez, admitir que estava apaixonada. Aquilo implicava em muitas coisas, tocava profundamente em sua ferida, mas ela era incapaz de afastar Christopher de sua mente. Porque, por mais que o medo tomasse conta de seu corpo violentamente, uma parte de si queria acreditar que, bem, não era um crime mudar seus conceitos, pois aquela era outra situação. Ela não era ingênua, sabia se defender... E, ademais, Christopher lhe inspirava uma confiança e segurança que ninguém jamais conseguiu transmitir a ela, nem mesmo Alfonso com todo o seu excesso de zelo.

Todos os pormenores desse assunto teriam um tempo razoável para ser tratado, digerido, repensado... Ela teria todo um fim de semana para curtir sua melancolia, suas recordações; colocar suas ideias no lugar e decidir, por fim, o que deveria ser feito ao regressar à Capital. Os pais trabalhavam em Belo Horizonte, e a casa em Angra dos Reis onde residiam quando estavam afastados de suas funções, por motivo de recesso, férias, feriados e etc. Porém, não tinha nada de especial naquele fim de semana. Dulce teria toda a casa só pra si, toda a solidão que precisava para ajustar as coisas em sua cabeça.