Fanfics Brasil - Traição? *ღ♥ღ Vida de Princesa ღ♥ღ*

Fanfic: *ღ♥ღ Vida de Princesa ღ♥ღ*


Capítulo: Traição?

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— Não mais que a maioria das pessoas — ela ad­mitiu. Desde pequena, aprendera a esconder as ver­dadeiras emoções, mas estava cansada de fingir.


— Você está infeliz? —Alfonso perguntou com um tom de voz que trazia uma inegável perplexidade.


Aquele homem, tão conhecido nos círculos diplo­máticos por sua perspicácia, sentia-se ameaçado quando se tratava de Anahí.


— Duas das representantes não foram nada sutis em expressar sua opinião de que já passou da hora de eu lhe dar um herdeiro — ela falou, em vez de res­ponder.


— E isso a chateia? — Novamente ele parecia sur­preso.


— Um pouco.


— Mas não deveria. Logo você poderá comparti­lhar boas notícias nessa área.


Ela estremeceu, como se as palavras dele tivessem caído como sal em uma ferida que fora deixada aber­ta e sangrando com a ligação do médico.


— E se eu não puder? — ela perguntou, testando um caminho que não estava pronta para enfrentar.


Ele colocou as mãos grandes e calorosas sobre seus ombros e virou-lhe o rosto com movimentos firmes.


— Está chateada por ainda não ter engravidado? Não deveria. Estamos tentando há apenas alguns meses. O médico falou que mulheres que tomam pílula por muito tempo podem levar mais tempo para engra­vidar, mas logo vai acontecer. Afinal de contas, sabe­mos que está tudo em ordem.


Pior que sal na ferida, essas palavras foram como duras chicotadas. Antes de se casarem, três anos an­tes, ele havia exigido que os dois fizessem vários exames, inclusive alguns relativos a tipo sangüíneo e compatibilidade do esperma dele com o muco do útero de Anahí. Ele também havia pedido que ela fizesse um teste sobre os seus ciclos de fertilidade, somente como garantia adicional.


Sabendo que grande parte do casamento com ela envolvia fornecer um herdeiro para o trono da família Herrera, ela havia concordado seu pestanejar. Tudo estava normal. Eles tinham compatibilidade para gravidez e ela era fértil como todas as mulheres de sua idade.


A surpresa maior para ela fora o desejo dele de es­perar um pouco para ter um bebê. Ela não entendia nem sabia por que ele queria esperar, mas agora sabia que a chance que teriam de ter um filho juntos fora por água abaixo.


Incapaz de suportar qualquer nível de intimidade diante do que ela sabia que estava por vir, até mesmo de um toque mais simples, ela se afastou dele.


Alfonso sentiu muita raiva diante desse comporta­mento de Anahí, com suas curvas femininas provo­cando uma libido que ansiava por ela dia e noite. Ele queria agarrá-la e perguntar por que, depois de três anos, seu toque não era mais aceitável, mas essa seria uma atitude de um homem primitivo, e a coroa de príncipe de Isole del Re não era primitiva.


Além disso, a rejeição física dela não era novida­de. Isso vinha acontecendo há meses, mas, sempre que ela se esquivava de um contato físico, ele ficava surpreso. Depois de dois anos recebendo uma incrí­vel paixão como resposta sempre que a tocava, ele podia ser perdoado por achar quase impossível resig­nar-se diante da repentina mudança de atitude dela.


Antes dos últimos meses ele juraria que Anahí o amava. Ela nunca falou isso, mas durante os dois pri­meiros anos do casamento, ela havia demonstrado de várias formas sutis e nem tão sutis assim que sentia mais que uma satisfação mercenária de uma mulher por um casamento bem contratado. O amor dela não fora uma das condições de Alfonso, portanto ele não se prolongara no assunto... até que ele terminasse.


Não que precisasse que ela sentisse isso, mas não conseguia parar de pensar no momento em que tudo tinha acabado e por que ela parecia não desejá-lo mais com a mesma paixão que o atraía.


A rejeição física começou um ou dois meses de­pois de ela ter parado de tomar pílula. Inicialmente, ele pensou que talvez tivessem sido os hormônios. Ele leu em algum lugar que esse tipo de coisa pode acontecer, mas, com o passar dos meses, tudo piorou.


Então, às vezes, ela fazia amor com ele como antes e todas as preocupações dele desapareciam. Só para reaparecerem quando ela se esquivava mais uma vez. Ele não estava acostumado a ser rejeitado na vida, es­pecialmente por uma mulher que desejasse fisicamente. Isso vindo de sua própria mulher era algo ina­ceitável.


E estava acontecendo mais e mais nos últimos tempos.


Ele começou a imaginar se, lá no fundo, ela não gostaria de engravidar.


— Você quer ter um bebê meu? Está com medo do que possa acontecer?


Ela se encolheu, como se ele tivesse batido nela, e seu rosto empalideceu.


— Sim, quero ter um filho seu. Mais que tudo. Não sei como pode imaginar outra coisa.


Ela fora tão firme em suas palavras que ele não ti­nha como duvidar.


— Então, nada nessa situação deve chateá-la.


O olhar que ela lançou com seus olhos verdes não era encorajador, mas ele continuou, certo de sua con­clusão.


— Logo você poderá calar essas pessoas com a realidade da gravidez. Por enquanto, você simples­mente lidará com a situação de forma diferente, man­dando as representantes se encontrarem com Dulce.


Ela virou o rosto para o espelho e prendeu os lon­gos cabelos castanhos num coque.


— E isso resolve tudo, não é?


— Deveria — ele falou com certa exasperação. — Não entendo por que está reagindo tão intensamente a isso. Você já lidou com pessoas bem mais irritantes que essas mulheres.


Any deu de ombros e caminhou na direção da porta. Era muito linda, quase etérea em sua aparên­cia, apesar das curvas que proclamavam seu corpo. E, em situações como essa, ela sentia-se intocável como um espírito. Mas era mulher dele, era direito dele tocá-la.


Ele o fez, pegando seu braço quando ela passou.


Ela parou e olhou para ele, seus lindos olhos ver­des estavam tomados de uma vulnerabilidade que ele não compreendia, nem gostava. Aquilo implicava uma infelicidade que ele não queria que ela sentisse.


— O que foi? — ela perguntou.


— Não gosto de vê-la assim.


— Eu sei. Você espera que tudo na sua vida ande sem tropeços, que todas as pessoas cumpram seu papel sem questionamentos. Sua programação é analisada detalhadamente e as surpresas não são bem-vindas.


— Esforço-me para isso.


— A ponto de se casar com uma mulher com as qualificações adequadas. Você me investigou, e me testou para saber se eu me adequaria a ser sua princesa e futura rainha. Certamente não esperava que eu fosse uma fonte de frustração para você.


Ela estava certa, mas ele não entendia o som fraco de sua voz. Ela não pareceu chateada em cumprir todo esse protocolo na época.


— Você é tudo o que eu sempre quis como esposa. Naturalmente, na minha posição, faria qualquer es­forço para ter certeza de que nosso futuro estivesse seguro, mas você era e é perfeita para mim, cara.


Ela se encolheu diante desse elogio, mais do que freqüentemente se esquivava do toque dele. Como se qualquer alusão à intimidade entre ambos doesse. Mas eram íntimos. Eram marido e mulher. Não havia relação mais íntima que essa.


Então, por que ele havia sentido como se ambos vivessem em hemisférios totalmente diferentes no momento?


Ele a puxou para perto, ignorando o sutil recolhi­mento de seu corpo.


— Não precisamos descer para jantar, você sabe.


Ela arregalou os olhos, surpresa.


— Seu pai está recebendo dignitários da Vene­zuela.


— São seus parceiros de pescaria.


— São diplomatas oficiais.


— Ele não vai se incomodar se eu mandar avisar que não vamos. E há formas bem mais interessantes de passarmos a noite.


— Conversando?


— Não é o que tenho em mente.


Ela fechou a cara e se afastou, em uma óbvia re­jeição.


— Isso seria rude.


Será que Any havia encontrado outra pessoa para dividir sua natureza passional? Talvez tivesse até um amante. Ele sentiu uma grande fúria diante dessa idéia, mas, em sua arrogância, não podia pensar em nada mais que fizesse com que ela o rejeitasse fi­sicamente. Além disso, algumas vezes, ela agia como se não estivesse presente, e ele tinha um argumento convincente para achar que ela havia conhecido outra pessoa.


Tão convincente que ele não tinha certeza se con­seguiria controlar a fúria que sentia. Detestava sentir-se assim. Casara-se com ela para evitar esse tipo de convulsão emocional em sua vida.


E essa era a principal razão para nunca ter expres­sado sua suspeita. Ele conhecia Any melhor que muitos homens conheciam suas mulheres. Ele se as­segurou disso, e tudo que conhecia de seu caráter di­zia que ela nunca, sob circunstância alguma, agiria tão desonestamente a ponto de ter um caso. Essa fora uma das razões de ter se casado com ela. Era uma mulher muito íntegra, mas também era uma mulher acostumada a ter fortes paixões.


Se alguém pudesse mudar isso... será que o outro podia? Será que algum homem desconhecido estava se aproveitando da sensualidade secreta dela, algo que costumava satisfazer tanto a Alfonso? Ele não podia acreditar nisso, mas, ao contrário do que podia parecer, ele tinha de saber a verdade.


Ligaria para uma agência de detetives e solicitaria uma investigação sobre as atividades atuais de Any e seus movimentos no último ano. Hawke, o dono da agência de detetives internacional, era total­mente discreto e o melhor nesse ramo.


De uma forma ou de outra, Alfonso descobriria a origem do comportamento misterioso de sua mulher. Se outro homem estivesse envolvido, ele descobriria e lidaria com a situação adequadamente.


Esse pensamento provocou uma raiva primitiva à qual ele não tinha intenção de se entregar.


Any se arrependeu de ter rejeitado o convite de Cláudio. Afinal, tudo que ele queria era apenas sexo? Ela podia contar a ele. O problema era que ela não queria. Enquanto mantivesse as notícias para si, parte dela podia continuar achando que seu casamento tinha alguma chance. Mas se tivessem conversado... se tivessem feito amor e tivesse doído um pouco, ela te­ria mais uma lembrança para guardar em um futuro sem ele. Em vez disso, estava sentada com um sorriso colado no rosto enquanto ouvia uma conversa na qual não tinha interesse algum.


Alfonso recebera uma ligação na metade do jantar e desaparecera para atender, deixando-a totalmente sozinha.


Ela sabia que ele não voltaria depois da ligação. Ele sempre preferia trabalhar a ficar com ela. Na­quele dia à noite, certamente não seria diferente. Portanto, quando serviram o café na sala ao lado, ela se retirou.


Ela havia sentido dores na região pélvica durante todo o dia, mesmo sem estar menstruada. Agora, a dor se agravava e não se limitava mais ao período menstrual. De acordo com o médico, as dores eram típicas de sua condição, mas certamente não eram agradáveis.


Estava ficando cada vez mais difícil esconder a verdade de Alfonso também, mas logo... não precisa­ria mais. Ela revelaria os resultados da laparoscopia feita secretamente em Miami. Então, diria o que o médico havia falado sobre o futuro nas condições dela, e Alfonso diria que o casamento havia chegado ao fim.


O pensamento era ainda pior que a dor no abdômen e ela forçou sua mente a lidar com o presente, e não com o provável futuro.


Talvez um longo banho de banheira e os remédios para dor pudessem ajudar e ela não teria de tomar uma das bombas de medicamento prescritas pelo médico.


Elas sempre a deixavam tonta, e ela detestava isso. Havia dias em que sequer lembrava-se do que tinha fei­to. A surpresa foi Alfonso nunca ter reparado. Se ela precisasse de provas de que não passava de uma con­veniência para ele, aí estava uma.


Como um homem, mesmo tão distraído quanto Alfonso, podia deixar de notar o comportamento da esposa como uma viciada em drogas? Mas ele nunca falava nada quando ela estava sob efeito dos medica­mentos para dor. Para dar crédito a ele, ela fazia o melhor para esconder sua condição... de todas as for­mas. Mas havia uma grande parte dela que se ressen­tia pelo fato de isso ser tão fácil.


Se ele se importasse, não seria. Tinha certeza disso.


Com o coração pesado, ela começou a encher a ba­nheira. Nenhuma mulher devia ter de conviver com o sentimento constante de que amava sem ser corres­pondida. Doía muito.


Quando a banheira encheu, ela tomou os remédios para dor e entrou nela.


Haviam passado trinta minutos quando ela ouviu ruídos no quarto. Deixou a mente flutuar de forma que apenas a periferia de sua consciência registrasse o que aqueles ruídos significavam.


— Se você tiver dormido aí, então vou ficar mais que um pouco chateado com você.


Ela abriu ligeiramente os olhos e o impacto de sua presença a atingiu como sempre. Nenhum homem era lindo assim.


— Não estou dormindo. Não tem que se irritar.


— Certamente parece sonolenta — ele falou em tom de acusação, mas seus olhos escuros a devora­vam de uma forma que dizia que um seguro banho de banheira não era a única coisa na mente dele.


O interesse óbvio dele encontrou uma resposta ávida no corpo dela. A eficácia do banho de banheira para amenizar a dor significava que ela podia investir nisso, se quisesse. E ela queria. Quando contasse a ele a verdade e ele aceitasse que haveria apenas uma solução prática para o futuro, ela passaria o resto da vida sem sentir as conseqüências do toque dele.


— Que tal você se juntar a mim? — ela sugeriu, olhando para o magnífico corpo dele. — Somente para fins de segurança, entende?


Ele apertou os olhos.


— Isso é um convite?


— O que acha?


Ele fez um som que era estranho, como um gemido de frustração, embora seu corpo reagisse de uma for­ma óbvia e básica diante da sugestão.


Ela ocultou o sorriso de satisfação diante da evi­dência de que o homem a desejava. Então, olhou para ele por entre os cílios.


— Está querendo dizer que não está interessado? — ela perguntou, em um tom que indicava que não acreditava nisso. — Seu corpo diz o contrário.


— Talvez não seja meu corpo quem está no con­trole aqui.


Ela inclinou as costas, sentindo-se aliviada pelo fato de o movimento não ter causado mais que des­conforto em sua pélvis.


— Talvez deva ser.


— Droga, Any, o que está acontecendo?


Ele nunca xingava na frente dela. Ela ficou tão im­pressionada que novamente relaxou na água. E se ele não a quisesse? Um homem podia não conseguir con­trolar as respostas do seu corpo, mas ele não precisa­va acatá-las. Não se essa não fosse o desejo de sua mente.


Com medo de ter de implorar, caso falasse alguma coisa, ela saiu da banheira calada.


— O que está fazendo? — ele perguntou com a voz rouca.


— O que parece? Estou saindo. — Ele podia jogar um balde de água fria nela, mas não precisava humi­lhá-la.


Ele emitiu um som que fez um frio correr na espi­nha de Any.


— Fique onde está, sua maldosa provocadora.



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Autor(a): mariahsouza

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 20



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  • vitoria10 Postado em 08/03/2009 - 19:01:36

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  • vitoria10 Postado em 08/03/2009 - 19:01:35

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