Fanfics Brasil - 29 A Lenda De Um Amor LALITER (Adp)

Fanfic: A Lenda De Um Amor LALITER (Adp) | Tema: Laliter


Capítulo: 29

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Oi meu amores sentiram minha falta?espero que sim rs ESTOU DE OTIMO HUMOR GANHAMOS o/ (somos fodas!)ficamos em 1 lugar (conjunto),e eu danço um solo (pra quem não sabe é quando a bailarina dança sozinha)e ganhei tbm kkkkkkk axei que ia fica com o segundo tava até me preparando psicologicamente para isso ai me anuncia que fiquei em primeiro kkkk ESTOU TÃO FELIZ ;D 


 


Vou postar um bem grandão para compensar,


 


 


 


lary_laliter:SOMO AMIGAS DE FACE, kkkkkkk ai adorei coversa com vc serio,MT obrigada por comentar e sempre estar aki.


 


 


sofiasouza:kkkk flor não quero mata ninguem,só um sustinho inocente rs,acredite agente mando vê kkkk, MT obrigada por comentar e sempre estar aki.


 


 


 


 


 


 


 


 




 


 


 


 


Lali desejou morrer de humilhação. Será que os homens da Idade Média não tinham a menor consideração e decoro? Agarrou Peter pelas orelhas com toda a força.


 


—    Pare com isso! Levante-se!


 


O lorde ergueu-se, rindo.


 


—    E claro que não pretendia averiguar de verdade, mas você se traiu. Não sabe mentir, menina.


 


Empurrou-a de encontro à parede e tomou-a nos braços. Lali tentou se desvencilhar em vão, batendo com os punhos no peito musculoso. Por fim, aquietou-se,


 


Peter inclinou-lhe a cabeça, e beijou-a com fúria. Sua boca pressionava os lábios cerrados de Lali.


 


Empurrou-a para a cama e atirou-a sobre as cobertas, fazendo-a gritar de medo. Sem pressa, começou adesabotoar as costas do vestido e prosseguiu, retirando peça por peça, até deixá-la despida. Lali sentia a respiração entrecortada de Peter e o hálito quente, cheio dedesejo.


 


—    Por favor, milorde! Não faça isso!


 


Assim dizendo, esticou a mão em um gesto pueril de defesa, mas ouviu-o soltar uma risada abafada e retirar depressa as roupas que usava, atirando-se na cama também.


 


As mãos fortes começaram a acariciar-lhe o corpo demaneira possessiva, exigindo submissão com um misto deviolência e carinho, e Lali submeteu-se, sob o peso do corpo musculoso. Mas algo no desespero do marido a fez sentir sua dor, e não pôde mais suportar. O ombro ainda lhe doía muito, embora desejasse disfarçar.


 


—    Não faça assim, meu amor — murmurou ao seu ouvido, e deslizou os dedos pela nuca e os cabelos de Peter, em um gesto de carinho.


 


A boca escaldante do lorde a fez entreabrir os lábios e então, com paciência, começou a amá-la até fazê-la vibrarde paixão e gemer sob as suas carícias sensuais. Os movimentos do corpo macio falavam por si mesmos, demonstrando sua ansiedade por ser possuída.


 


—    É linda... tem um corpo perfeito — murmurou Peter com voz rouca de desejo.


 


Lali  só pensava que acabara de perder a virgindade em outro século, e com o escocês de seus sonhos.


 


 


Murmurou seu nome também. Ambos desejavam um ao outro, e ela entregou-se sem reservas, toda a incerteza, mágoa e dor foram esquecidas naquele momento deabandono total.


 


 


O marido voltou a acariciá-la dessa vez com extrema meiguice, e não mais com fúria e rudeza. Aos poucos foi levando a esposa a um frenesi de sensualidade, fazendo-aprovar sensações até o momento desconhecidas. Seus corpos se moviam como um só, e de modo instintivo, Lali deixou-se levar, cerrando os dentes, e tentando esquecer ador lancinante que trespassava seu corpo.


 


 


Enquanto a respiração ia voltando ao normal, Peter fitou Lali e enxugou uma lágrima silenciosa que deslizava por seu rosto. Com muita delicadeza, murmurou:


 


 


—Juro, menina, que não fazia idéia de que era virgem. Disseram-me que era uma viúva, e acreditei. Por que não acreditaria? Se tivesse sabido.


 


 


Fechou os olhos e encostou o rosto ao da esposa.


 


 


Ainda estavam abraçados, e Lali sentiu que a dor da primeira relação física ia embora, só deixando uma enorme alegria e paz.


 


 


—    Peter — sussurrou —  também deve estar sentindo dor em seu ombro ferido.


 


 


—    Isso não importa, menina. Porém, a magoei e não afiz atingir o êxtase, só gritou de dor...


 


 


Isso fez Lali refletir que os homens tinham um ego muito frágil, pelo menos quando se tratava do ato sexual. Se não sentissem que haviam deixado a mulher feliz... Mas Peter conseguira. Fora gentil, cuidadoso e fizera tudo certo, pensou.


 


 


 


Estivera pronta e ansiosa, quando ele a penetrara. Como culpar um homem apenas porque agira... louco deexcitação?


 


 


Fitou o marido e percebeu a expressão de arrependimento e dor. Sem dúvida o intenso exercício físico mexera com seu ombro ainda debilitado. Para distraí-lo, e esperando não soar como uma tola ingênua, perguntou:


 


 


—    E isso é tudo?


 


 


Peter suspirou.


 


 


—    Não, menina. Há muito mais... ou deveria haver.


 


 


—    Se assim é, por favor, continue a me abraçar. Mas ele balançou a cabeça em negativa.


 


 


—    Fique quieta, e em breve seu desconforto passará.


 


 


—    Mas quero conhecer esse êxtase que mencionou! E você também quer, não?


 


 


—    Sim, mas não esta noite, milady.


 


Entretanto, na penumbra do quarto, Lali compreendeu que talvez nunca mais houvesse uma outra noite como aquela para os dois. Sua virgindade ficara para trás, mas talvez Peter não a perdoasse por tê-lo, de certa forma, enganado. E o pior de tudo, percebeu horrorizada, é que o amava. Estava loucamente enamorada do escocês forte e viril, que saíra do passado e de seus romances históricos.


 


 


Estava irremediavelmente presa aos encantos de Peter Lazani. Com tal pensamento, achou que não havia nenhum propósito em não usufruir ao máximo aquela noite maravilhosa.


 


 


Com gestos hesitantes, começou a acariciar o tórax musculoso do marido e beijou-o nos lobos de modo profundo e sensual.


 


 


—    Marido, não sei qual é o hábito por aqui, mas no meu mundo as pessoas, quando desfrutando momentos defelicidade umas com as outras, tentam repetir a dose. Vou ter o êxtase do qual me falou, e o deixarei muito satisfeito também.


 


 


—    É uma mulher extraordinária, esposa.


 


 


—    Não, apenas uma que gosta de ser beijada.


 


 


E ele a satisfez.


 


 


A boca escaldante parecia queimá-la, irradiando calor da ponta dos dedos ao pulso delicado. Peter enlaçou-lhea cintura, puxando-a de encontro ao peito forte, e Lali voltou a sentir a pressão do braço musculoso. Sentiu apremência em sua voz, quando voltou a sussurrar-lhe ao ouvido:


 


 


—    Menina, fui paciente, não? Como esperava que fosse. E gentil também, não?


 


 


Sem esperar resposta, os lábios do marido roçaram sua boca como asas de borboleta, e as palavras suaves começaram a ter um efeito sedativo, fazendo-a relaxar e fechar os olhos. Aos poucos seu corpo começou a responder às delicadas caricias de Peter, e os beijos foram se intensificando, tornando– se mais exigentes e sensuais e obrigando-a a corresponder com ardor.


 


A voz de Peter tomou-se mais rouca e profunda, hipnotizando-a e despertando em seu íntimo uma onda desensualidade jamais experimentada antes.


 


 


—    Deixe-me tocá-la, menina.


 


Os sentidos de Lali, já muito aguçados pela primeira experiência, estavam cada vez mais anestesiados pela voz profunda e máscula, e uma espécie de torpor dominou-lhe os membros.


 


— Deixe-me sentir sua pele, minha esposa —    sussurrou-lhe Peter ao ouvido.


 


 


A voz do lorde tentava reprimir o desejo avassalador que o possuía.


 


 


—    Quero amá-la, menina...


 


 


Fitou-a com os olhos semicerrados, e enquanto acariciava-lhe os seios de maneira delicada, fazendo-a sentir como se fosse perder o equilíbrio e deslizar para o chão, Lali tomou agemer.


 


 


—    Entregue-se a mim, menina. Desta vez vamos fazer amor de verdade...


 


 


Com gesto súbito e instintivo, Lali circundou-lhe o pescoço com os braços macios e brancos, e o marido inclinou-se para encostar os lábios aos mamilos rosados e intumescidos, deslizando as mãos para baixo, e roçando-lhe os quadris, as coxas, ventre e pernas, com gestos ritmados e vagarosos.


 


 


Lali apoiou-se no tórax rijo, as pernas bambas, deixando escapar por entre os lábios entreabertos, suspiros e gemidos roucos.


 


 


—    Relaxe, menina. Deixe-me amá-la...


 


 


Em resposta, ela o abraçou com mais força, murmurando seu nome, e Peter voltou a beijar-lhe os seios.


 


Recostou-a nos travesseiros e virou-se para o lado do ombro bom, apoiando-se no cotovelo. A esposa acariciou-lhe os músculos potentes do peito rijo. O lorde inclinou-se e tornou-lhe os seios entre as mãos, como se fossem duas flores delicadas, observando-lhe a expressão do rosto com olhos lânguidos. Quando ouviu-a gemer de prazer, tocou os mamilos túmidos com a ponta da língua, fazendo círculos morosos, que iam excitando-a cada vez mais, a ponto dedeixá-la em um estado de total entrega. Cada movimento dos lábios do marido parecia saborear uma iguaria fina, sem pressa.


 


Lali começou a murmurar palavras desconexas e agitar-se, mexendo os quadris de uma maneira instintiva e sensual, sentindo uma espécie de lava incandescente percorrer-lhe cada centímetro do corpo.


 


 


Então beijaram-se de modo longo e profundo. O coração de Lali batia com tanta força, que teve medo de o som ser ouvido por Peter, fazendo-o parar com os beijos e afagos, mas isso não aconteceu.


 


 


 


Voltou-se mais na cama e colou o corpo ao do marido.


 


 


De modo delicado, deslizou a mão pelo rosto de Peter, que depositou um beijo na palma. Em seguida tudo pareceu acontecer depressa, como em um remoinho, uma valsa louca e sem fim.


 


 


Como se estivesse faminto, Peter procurou o pescoço branco e macio, beijando-lhe o rosto e os olhos, e sugou os mamilos rosados. Em seu íntimo, Lali não parava de pensar que vivia um sonho, algo irreal, mas maravilhoso. O marido posicionou-se entre suas pernas e voltou a beijá-la com paixão, enquanto seu corpo a cobria, arremessando-se com força. Se sentiu dor outra vez, Lali não soube dizer, pois asensação inebriante de prazer tomou-se muito poderosa.


 


 


Peter beijou-lhe a pele macia do pescoço, fazendo-acompreender sem palavras que desejava que seguisse seus movimentos ritmados. Cada vez com mais vigor, atirou-se na paixão, aproximando-se do clímax.


 


—    Sim, menina — murmurou com a voz embargada pelo desejo. — Continue assim... sinta como é maravilhoso... entregue-se... para mim... 


 


 


Embalada pelo e erotismo das palavras murmuradas ao seu ouvido, as sensações também cresciam no corpo de Lali que,de repente, gemeu, lágrimas de alegria rolando-lhe dos olhos. Palavras, que jamais imaginara dizer um dia, irromperam de seus lábios.


 


 


—Sou sua...


 


 


Arfando, Peter deixou-se ficar com a cabeça sobre os seios firmes, seu calor confortando-a e aquecendo-a. Lá fora, a noite era escura; ali dentro, tudo era silêncio e contentamento.


 


 


Os corpos de Lali e Peter pareciam estátuas vivas. Apela úmida após o ato de amor, na débil claridade do quarto silencioso. Sorriram um para o outro, em uma conivência perfeita. Sem nada dizer, o lorde a embalou entre os braços, e assim ficaram por um longo tempo, satisfeitos e plenos.


 


 


Durante a noite, voltaram a se amar mais de uma vez, parecendo que o desejo não tinha fim, e que jamais poderia ser saciado.


 


 


 


—    É maravilhosa, menina — murmurou Peter, gemendo e arfando, de encontro ao corpo quente da mulher que acabara de despertar para o sexo, e que correspondia com perfeição aos seus anseios de homem sensual.


 


 


Quando a aurora surgiu, tingindo o céu de cor-de-rosa, Lali e Peter por fim adormeceram, abraçados.


 


 


 


Lali acordou com uma profunda sensação de bem-estar, sentindo-se muito amada e também um tanto dolorida.


 


 


Virou o pescoço e analisou o homem deitado ao seu lado quea fizera visitar as estrelas em uma noite de amor maravilhosa. Quem diria, apenas um mês antes, que teriaum amante assim extraordinário? Peter era tudo com que sonhara; um cavalheiro gentil e belo, que a tocava com reverência, sussurrava-lhe palavras doces ao ouvido e afastava seus temores com beijos.


 


 


Sentiu o pulso acelerar, enquanto o observava dormir, à luz difusa do amanhecer. Observou o tórax musculoso e arespiração ritmada; fitou o ar que saía dos lábios semicerrados, e maravilhou-se com a rapidez do movimentode seus olhos por baixo das pálpebras fechadas. O que estaria sonhando?


 


 


Adorava os cabelos de Peter, castanhos, espessos e brilhantes, muito diferentes dos demais homens do clã, que eram ruivos ou louros. Por isso o chamavam de Peter, o Moreno, refletiu.


 


 


 Sentiu lágrimas aflorarem aos olhos, ao fitar os contornos fortes e sofridos do belo rosto masculino.


 


 


 


Obrigada, meu Deus! É o presente mais lindo que já recebi na vida, rezou em silêncio. E era seu marido! Ainda não conseguia acreditar.


 


 


Na calada da noite, depois que a fome que sentiam um pelo outro fora satisfeita, Lali contara-lhe o resto de sua história.


 


 


 


Peter a abraçara e dissera-lhe para não ficar triste. Tomaria conta de tudo.


 


 


 


Jamais alguém dissera tal coisa para a insípida srta. Esposito.


 


 


Voltando ao momento presente, Lali relanceou um olhar para as janelas cerradas à sua esquerda, e viu o colorido róseo da nova manhã, misturando-se à lã marrom das cortinas. Antes que Peter acordasse, pensou, precisava tomar uma ou duas providências em particular.


 


Nua, levantou-se da cama, e lavou o rosto na bacia ao lado, usando o sabão de ervas que Euge lhe dera. Não voltaria abesuntar o rosto com o creme esverdeado, depois do ridículo que passara, quando Peter rira de sua aparência.


 


 


Pelo menos evitaria usá-lo quando o marido estivesse por perto, refletiu.


 


 


Deslizou as mãos pelas pernas e sentiu os pêlos que começavam a despontar.


 


 


 


Se iria dormir sempre com o marido, precisaria se depilar com muita freqüência, fazendo uso da lâmina afiada do pequeno punhal que Euge lhe dera. Suspirou, resignada, e pegou o objeto do armário, mergulhando-o na água com sabão. O que costumava levar três minutos com o depilador elétrico, no momento era uma tarefa de meia hora.


 


 


 


Ouvindo o rumor da água, Peter espreguiçou-se devagar. Pela primeira vez em sua vida de adulto, corpo e mente estavam totalmente relaxados.


 


 


Bocejou de maneira ruidosa, e sorriu. Que noite! Levando-se em consideração o início turbulento deseu relacionamento com a atual esposa, um milagre verdadeiro ocorrera.


 


 


Se alguém tivesse lhe dito antes que uma virgem poderia apreciar o ato de amor e se mostrar tão desinibida como Lali se revelara, jamais teria acreditado.


 


 


E, de fato, conseguira fazê-la ver estrelas. Oh, sim! Lali deixara isso bem claro, quase de modo escandaloso, com gemidos, sussurros e suspiros.


 


 


 


Nos momentos de maior prazer, chegara a proferir o nome do Senhor! Quem diria!


 


 


Além disso, compreendera quando ele se afastara, antes de lançar sua semente em seu ventre. No meio da noite, perguntara-lhe se desejava ter filhos, e aesposa lhe assegurara que sim, mas não logo. Isso o deixara mais tranqüilo.


 


 


Gostava de Lali, ponderou. Muito. Adoraria ter um filho com ela, caso se convencesse de que sua mente aloucada era apenas resultado da profunda tensão que vinha experimentando desde que chegara a Blackstone.


 


 


Entretanto, era preciso esperar. Precisava certificar-se sem reservas de que Lali era sã, e que lhe daria filhos sãos. Além disso, era necessário averiguar suas histórias e saber se dizia a verdade.


 


 


Lembrou-se então que a esposa terminara de contar sobre sua vida, enrodilhada em seus braços, como uma gatinha feliz. Meu Deus! A pobre menina! Acreditando em arranha-céus e no fato de ele ter sido um fantasma!


 


 


Era tão triste que tinha vontade de chorar, pois defato Lali acreditava naquilo.


 


 


Mas, de qualquer modo, independentemente desaber ou não se a esposa poderia lhe dar um filho, seria uma linda e simpática companheira. Sim, descobrira que sua esposa n° 4 era bonita, com umcorpo perfeito, e tinha senso de humor, seios adoráveis, uma voz aveludada, e uma natureza muito sensual. O que mais um homem poderia desejar?


 


 


Rolou na cama e estendeu o braço em sua direção. Encontrando o leito vazio, abriu os olhos e viu asilhueta da esposa delineada pela luz difusa do início da manhã.


 


 


Delicada e magra, coberta apenas por um lençol, e com os seios empinados, Peter achou que era uma visão divina. Dul ergueu um braço sobre acabeça, sem perceber que era observada.


 


 


Então a luz incidiu sobre a lâmina que trazia na mão.


 


—           Não!


 


O grito de Peter ecoou pelo quarto, enquanto, como um raio, erguia-se da cama, dava a volta e arrancava o punhal de Lali, guardando-o na mão cerrada. Usou de tanta força, que a fez cair no chão.


 


—           Por que, mulher?!


 


 


Por que desejaria tirar a própria vida?, pensava Peter, arrasado, sem conseguir raciocinar direito. Suas têmporas martelavam, enquanto aerguia do solo e a sacudia pelos ombros. A violência era tão grande, que a fez chorar. Ora! Que chorasse!


 


 


 


Afinal, era mais outra suicida em sua vida já tão atribulada e cheia de desgraças, raciocinou o senhorde Blackstone.


 


 


Arrastou-a até a cama e apanhou o punhal do chão. Quando descobrisse quem lhe dera a arma, pensou, cortaria a garganta do infeliz!Por quê? A pergunta parecia não querer se calar em seu cérebro. Será que a noite anterior, com suas revelações, alegrias e enlevo, nada significara para ela?


 


—      É louca, mulher! Louca! Entendeu? 


 


 


Estremecendo, o lorde refletiu que caso tivesse acordado um instante mais tarde, veria outra esposa morta, em um mar de sangue outra vez.


 


 


Lali ergueu-se do chão e tentou se proteger atrás da cabeceira da cama, soluçando, à medida que o marido se aproximava.


 


 


—     Peter, o que houve? Não entendo...


 


—      Cale-se!


 


 


A palavra saiu como um urro abafado, todo o corpo de Peter estremecendo de ódio e revolta.


 


 


Agarrou-a pelo braço, e fez com que se ajoelhasse aos seus pés.


 


 


 


—     Por que ficou tão furioso? — balbuciou Lali, soluçando. — Estava apenas...


 


 


Mas quando o marido ergueu a mão como se fosse esbofeteá-la ou, pior ainda, usar o punhal, gritou, apavorada.


 


 


De imediato, Peter baixou o braço.


 


—     Cristo! Está me deixando tão louco quanto você! 


 


 


Jamais na vida batera em uma mulher, e perceber que quase fizera isso, apavorado com a idéia de que Lali fosse ferir a si mesma, o deixou nauseado.


 


 


O coração amargurado, o sangue martelando em suas têmporas, agarrou as roupas e saiu do quartode modo intempestivo, ainda se lamentando, enquanto os soluços de Lali o perseguiam como uma maldição de bruxa.


 


 


—     Por quê...?


 


 


O lorde irrompeu no grande salão, e todos os presentes emudeceram. Seus lamentos e os soluçosde Lali o seguiam como uma ladainha indesejável. Será que todos tinham ouvido? Por certo que sim, pois nenhuma das janelas do castelo teria abafado seus gritos.


 


 


Com o rosto ainda congestionado, passeou o olhar pelo salão em busca de Gaston. Não o encontrando, concentrou sua ira em Nicolas.


 


—     Na biblioteca. Já!


 


 


Cruzou o salão acompanhado pelo conselheiro, mortode medo. Passou por Maria, que, apoiada a uma parede, o fitava com irônia, e resmungou:


 


 


—     Do que está rindo?


 


 


—      De nada, milorde...


 


 


Nas escadas, voltou-se e viu que ela ainda o observava com olhar de quem tudo sabia, e isso o irritou ainda mais. 


 


 


Na relativa privacidade da biblioteca, porque o cômodo, comum muitos no castelo, ainda não possuía porta,


 


 


 


Nicolas murmurou:


 


 


—     Milorde, fiz algo que o ofendeu? Porque se assim foi...


 


 


—     Cale-se, homem!


 


 


Assim dizendo, Peter deixou-se cair em uma poltrona, ainda sem conseguir acreditar que poderia ter acontecido de novo, e que nesse momento, se não a tivesse impedido, seria de novo viúvo.


 


 


 


—    Alguns minutos atrás acordei e vi que minha esposa desejava se matar — atirou sobre a mesa o punhal que resgatara.


 


 


—    Sabe a quem pertence esta arma?


 


 


Em meio à corrida até o salão, esforçara-se para lembrar dequem era, mas seus homens não carregariam uma arma tão mimosa e pequena.


 


 


—    Sabe? — repetiu.


 


 


Era de prata, muito pequeno, e caberia em qualquer bolsa minúscula. Não pertencia à Lali, pois acompanhara sua chegada ao solar, ainda inconsciente, e não o vira preso à sua cintura. Além disso, era um punhal de grande valor. Alguém o dera para Lali, refletiu.


 


 


Afastou uma mecha de cabelos negros do rosto.


 


 


—    Nicolas, juro que nunca fiquei tão assustado e furioso ao mesmo tempo, como ao ver a menina levando o punhal até a axila.


 


 


—    Axila, milorde?


 


 


—    Sim. Reconheço que um lugar muito estranho para se esfaquear, mas foi ali — fitou o conselheiro. — Nicolas, sente-se. Parece que vai desmaiar.


 


 


Peter não desejara uma outra esposa, mas se Deus e Albany assim haviam decretado, então por que tivera que ser uma louca? Teria de morrer sem um herdeiro? Seu amado castelo, suas terras e seu clã seriam dados a um Memo ou Stewart, sem dúvida. Talvez fosse melhor acabar com a própria vida, refletiu.


 


 


—    Pode me dar o punhal, milorde? — pediu Nicolas. estendendo a mão. — E acalme-se, meu amigo.


 


 


Peter  obedeceu, e o conselheiro respirou aliviado.


 


 


—    Este punhal pertence à minha esposa, Euge, que o emprestou à lady Mariana.


 


 


—    E posso saber por quê? — vociferou Peter. Nicolas sorriu, ressabiado.


 


 


—     Porque... a dama tem hábitos estranhos, como milorde já sabe, e gosta de manter a pele lisa, sem pêlos. Diz que as mulheres de onde veio procedem assim. Na verdade o que queria era remover os pêlos das pernas com a lâmina do punhal.


 


—   O quê?!


 


Peter arregalou os olhos, pasmo. Desde quando os pêlos do corpo feminino deviam ser retirados? Era um absurdo!


 


 


—    Onde está Gaston? Quero que as obras no apartamentode minha esposa sejam logo concluídas.


 


 


—    Gaston está com os MacLean, como milorde ordenou. Lembra-se? Os arranjos para o torneio?


 


 


Peter esquecera-se que mandara o primo providenciar lonas para as tendas.


 


 


—    Então encontre Brian e diga que comece os trabalhos — o segundo no comando, depois de Gaston, poderia tomar as providências, pensou. — E mande chamar sua esposa Eugenia.


 


 


Pálido, Nicolas balançou a cabeça em um gesto dedesânimo.


 


 


—    Euge não está aqui no momento, mas em Drasmoor, milorde — fitou o punhal que segurava na mão. — Assim que voltar, a enviarei para o senhor.


 


 


Vendo a angústia no rosto do conselheiro, Peter suspirou de modo profundo.


 


 


— Nicolas, não pretendo brigar com Euenia, se é isso que pensou, mas sabe muito bem que não posso trancar Lali no calabouço, nem deixá-la em nosso quarto, pois gritaria o tempo todo. Não. O que quero é que Eugenia a vigie, dia e noite, a cada instante, até que seus apartamentos estejam prontos, para que possa viver com conforto e em segurança, e quero que todas as armas que estejam presas à cintura demeus homens, sejam confiscadas. Jogue-as no mar, não sei, só desejo que desapareçam.


 


 


 


 


 


 


Lágrimas escorriam do rosto de Lali, o que a fez resmungarde raiva. Não queria chorar. Desde criança chorava quando sentia medo, e isso precisava acabar.


 


 


Por que Peter fora tão brusco? Olhou para os braços e viu que estavam com hematomas devido aos safanões que o marido lhe dera. Casara-se com um louco, refletiu.


 


 


Penetrou no que fora seu banheiro, e que no momento eraum quarto de vestir, e começou a mexer nos baús. Encontrou a calça jeans e o suéter, mas nada de calcinha ou sutiã. Bem, ponderou, poderia viver sem isso.


 


 


Havia poucos minutos, estivera feliz como um pássaro, imaginando que se apaixonara por um homem maravilhoso que um dia poderia amá-la também, e no momento seguinte... Como pudera ser tão tola?


 


 


Fungando, fechou o zíper do jeans e saiu à procura do parde tênis. Não sabia com quem deveria estar mais furiosa; se consigo mesma, por acreditar no impossível, se com Peter, por tê-la seduzido e decepcionado. E de nada adiantara ter aberto seu coração para ele; deveria ter sido mais discreta, ponderou.


 


 


Já vestida, olhou em torno em busca de uma arma. Nunca mais se deixaria pegar desprevenida. Nem física nem emocionalmente. Se alguém ousasse entrar ali, enquanto planejava sua fuga, iria enfrentar a situação. E se alguém tivesse que morrer, não seria ela, jurou a si mesma. Recusava-se a ser o saco de pancadas de Juan  Pedro Lanzani. De jeito nenhum!


 


Seu olhar pousou sobre o atiçador de ferro da lareira. Segurou-o, sentindo seu peso, e balançou-o na mão. Serviria.


 


À janela, segurando o atiçador, analisou os barcos que deixavam o cais. Precisava entrar em um deles e partir, mas como o faria? Nas poucas vezes em que pedira para ir a Drasmoor apenas a fim de conhecer o vilarejo, tinham-lhe dito para procurar o marido e pedir permissão, ou ouvira que não era o momento apropriado.


 


 


 


Tudo levava a crer que Peter ordenara aos seus homens que a mantivessem dentro do castelo. Mas não ficaria, decidiu. Não podia ficar.


 


 


Começou a andar de um lado para o outro do quarto, relembrando a noite maravilhosa que passara com Peter  e sua reação aloucada pela manhã, quando avira se depilar com o punhal.


 


 


—    Por quê? — ficava repetindo em voz alta.


 


 


Por que o marido se preocupara tanto em mostrar consideração, carinho e atenção, para usar de brutalidade em seguida? Seria esquizofrênico ou algo assim?


 


 


 


Sem dúvida que os séculos XX e XXI não haviam inventado aloucura, só a fomentaram com as drogas e a ambição exagerada, mas os métodos de cura eram grandes. Ali, em outro século tão distante, ninguém percebia que o senhorde Blackstone era louco, e mesmo se desconfiassem, jamais encostariam um dedo em seu lorde.


 


 


Afinal,Peter, o Moreno, era o chefe do clã dos Lanzani. E ela era sua quarta esposa! Sabia que aprimeira morrera de parto, mas será que matara a segunda e a terceira? Era provável, dada a sua reação violenta nessa manhã, ponderou consigo mesma.


 


 


 


Se vivessem no seu tempo, raciocinou Lali, seria ele a ser isolado em uma camisa de força, em uma ilha, não ela!


 


 


Com o coração batendo de modo descompassado, esboçou na mente a planta do castelo. Se pudesse descer para o terceiro andar sem ser vista, poderia dar a volta na propriedade e chegar ao portão que conduzia ao cais.


 


 


Lá haveriam guardas por todos os lados, porém a maioria estaria muito ocupada.


 


 


 


Relanceou um olhar para o pátio interno, esperando encontrar um canto onde pudesse se esconder até que todos fossem almoçar no grande salão, como era o hábito.


 


 


Nada lhe pareceu seguro. Muito bem! Só precisava encontrar alguma despensa onde pudesse se abrigar até que todos, a não ser as sentinelas na torre, entrassem no castelo. Poderia então estar dentro de um barco e rugindo, antes que um dos guardas de vigia descesse da torre e alcançasse o cais.


 


 


Nesse instante a porta do quarto se escancarou, fazendo Lali se voltar como um raio, brandindo o atiçador na mão, como se fosse um bastão de beisebol.


 


Pálida como um lençol, Euge adiantou-se.


 


—    Lali?


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 




 


 Comentem mt ok? 


 



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Autor(a): hellendutra

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Oi Capitulo dedicado a UNICA que comentou,     lary_laliter:Pra vc ve neah,ai fico tão feliz que ame a minha web,kkkk vc me ensinou tanta coisa que fui até mais concentrada rs MT obrigada por comentar!                         A arma improvisada caiu da mão d ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 257



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  • jucinairaespozani Postado em 17/02/2014 - 02:00:34

    A web foi ótima eu amei ,demorou mas valeu a pena *-*

  • jucinairaespozani Postado em 27/12/2013 - 17:19:31

    Que bom que voltou ..Que raiva da Maria ..Estou amando a web ,espero que a Lali fique bem.Posta mais

  • daniilanzani Postado em 16/12/2013 - 01:06:39

    ô tia????Pq vc parou de postar???qro mais,,abandona a web não ela é ótimaaaa *o*

  • jucinairaespozani Postado em 12/10/2013 - 19:44:54

    ai que bom que voltou posta mais a web é incrível a historia é muito boa e eu estou adorndo ler

  • lary_laliter Postado em 04/07/2013 - 23:39:50

    COMO VC PARA EM UMA PARTE ASSIM DE BRIGA MULHER ! Há que capitulo pequenininhoooo posta mais Plis estava morrendo de saudade da web

  • sofiasouza Postado em 04/07/2013 - 23:37:55

    ñ demora muito pra posta ,a web esta perfeita posta mais estou amando

  • sofiasouza Postado em 01/07/2013 - 01:15:20

    Posta mais, que bom que apareceu sumida kk estou amando a web ,vê se ñ desaparece mais em senhorita kk

  • lary_laliter Postado em 30/06/2013 - 23:28:22

    OLHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA EU AQUI VOLTEI E TBM ESTOU FAZENDO UMA DANCINHA MALUCA \O/ KKKKKKKK ANSIOSA PARA O PRÓXIMO CAPITULO.....como tu não respondeu no face feliz aniversário atrasado muitos anos de vida e blá blá blá tudo que tem que dizer kkkkkk

  • jucinairaespozani Postado em 30/06/2013 - 20:44:58

    Posta mais

  • sofiasouza Postado em 06/06/2013 - 19:51:16

    Que bom que voltou ,parabéns pelo seu Peter kk ,adorei o capitulo posta mas a web esta ótima ,espero que ñ suma mas em (:


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